segunda-feira, 22 de junho de 2009

ANGOLA:Empresas portuguesas apostam nas províncias

Luanda-As províncias angolanas são cada vez mais "excelentes oportunidades de negócio" que as empresas portuguesas estão a descobrir, deixando de concentrar a actividade em Luanda, disse o director em Angola da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP).
Em declarações à agência Lusa, Miguel Fontoura sublinhou que, ao contrário do que acontecia há apenas um ano e meio, os empresários portugueses estão com os olhos postos nas províncias angolanas. Num seminário em Luanda para cerca de duas dezenas de empresas que integram uma missão a Angola organizada pela Associação Comercial de Lisboa (ACL), o responsável lembrou: "Estou há um ano e meio [em Angola] e a imagem que existia era Luanda; as pessoas chegavam e ficavam por aqui, mas começaram a verificar a melhoria das vias de comunicação e que os índices de crescimento das províncias criaram muito mais oportunidades para as empresas", disse.
O director do AICEP notou ainda que "há agora muito mais oportunidades fora de Luanda". "Angola não é só Luanda. E a prova disso é que as missões empresariais que temos tido integram já deslocações para fora de Luanda, seja Benguela ou Huambo, mas também Lubango. As empresas portuguesas já perceberam que há uma outra realidade para além de Luanda, com excelentes oportunidades de negócio", disse.
Conhecer o mercado angolano, para além "daquilo que chega a Portugal" através da imprensa é um dos objectivos maiores dos empresários que integram a missão da ACL. Carlos Silvestre, gerente do Grupo Silvestre e Silva, ligado à área dos transportes e logística, admitiu à Lusa não ter "uma ideia concreta do que o mercado angolano pode representar". "É por isso que integramos esta missão, para tentar perceber o que é necessário, que mecanismos o país dispõe para avançar com o investimento, tanto na criação de parcerias como quanto à criação de uma empresa em Angola", sublinhou.
Nuno Carvalho, da Olivetel, empresa ligada à indústria metalomecânica, já concluiu que o potencial do mercado angolano "é enorme" porque a sua empresa actua em áreas como as telecomunicações, a informática e equipamentos de obras públicas. "O nosso posicionamento é perceber o mercado. E queremos fazer parte do desenvolvimento de Angola e, como é evidente, esse desenvolvimento passa pelas províncias, onde existem áreas muito interessantes", afirmou.
Carla Soares, directora comercial da Cerealis Internacional, trouxe na bagagem o objectivo de "encontrar um parceiro para criar uma plataforma de distribuição" e, depois, "passar ao investimento directo, eventualmente com a criação de uma unidade de produção".
"E sair de Luanda é de grande importância para nós porque ter uma plataforma de distribuição só em Luanda torna mais difícil chegar a outros locais igualmente interessantes", explicou.
A directora comercial da Resopre, Isabel Sacramento, disse à Lusa que esta vinda a Angola foi "sobretudo" pela área de ambiente e urbanismo, como o tratamento de lixos urbanos e soluções para áreas urbanas onde existe preocupação pela qualidade de vida e bem estar das comunidades.
"Queremos em primeiro lugar, com esta deslocação a Angola, averiguar quais as áreas de negócios em que podemos ter presença. E, isso será sempre pela via da procura de um parceiro local credível com quem possamos levar o projecto a bom porto", explicou.
Esta missão da ACL vai estar em Angola até quinta-feira, contemplando uma deslocação à província de Benguela e tem essencialmente como objectivo os contactos com eventuais parceiros locais e a busca de novas oportunidades de negócio.
EXPRESSO/LUSA

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