terça-feira, 14 de julho de 2009

NIGERIA:Ataque inédito a instalação portuária em Lagos

Rebeldes do Movimento para a Emancipação do Delta do Níger (MEND), anunciaram no domingo ter atacado uma instalação portuária no Estado de Lagos, a capital da Nigéria, facto inédito relativamente à sua prática habitual de atacar instalações petrolíferas.

LAGOS-"Combatentes do MEND, fortemente armados realizaram, domingo, cerca das 22:30 [hora local] um ataque sem precedentes contra o cais de embarque de Atlas Cove, no Estado de Lagos", anuncia um comunicado do MEND enviado por correio electrónico, especificando que "o depósito e os petroleiros atracados estão presentemente em chamas".
Uma forte explosão foi ouvida na capital, com cerca de 16 milhões de habitantes. O cais de embarque de Atlas Cove é o primeiro ponto de contacto de navios que entram nas águas territoriais da Nigéria oriundos do vizinho Benim, a oeste.
O ataque ocorre num momento em que as autoridades nigerianas ultimam os pormenores para a libertação do líder do MEND, Henry Okah, no quadro de uma oferta de amnistia feita no mês passado pelo Presidente Umaru Yar'Adua e alargada aos militantes do grupo armado, que a rejeitaram e intensificaram os ataques a sabotagens nas últimas semanas.
Segundo Femi Falana, advogada de Okah, que foi preso em Setembro de 2007 em Angola, este terá aceitado a oferta de amnistia e a justiça nigeriana devia levantar esta segunda-feira as acusações de alta traição que pendem sobre ele e libertá-lo.
A libertação de Okah é a uma das principais reivindicações do MEND, que lançou, em 2006, uma "guerra do petróleo" nas zonas alagadiças petrolíferas do delta do Rio Níger, reclamando uma melhor repartição de receitas do petróleo pelos habitantes deste Estado do sul da Nigéria.
No seu comunicado de domingo, o MEND afirma estar a desencadear uma iniciativa "em duas frentes, combinando o diálogo com a intensificação dos ataques durante as negociações".
Desde o aparecimento do MEND, a produção de petróleo bruto na Nigéria caiu cerca de um terço, estando nos 1,8 milhões de barris por dia, contra os 2,6 milhões de há três anos.
DN/Lusa

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