quarta-feira, 30 de setembro de 2009

CV:FMI elogia desempenho económico e gestão macroeconómica de Cabo Verde

NILS MAEHLE(FOTO)-FMI EM CABO VERDE
PRAIA-O Fundo Monetário Internacional (FMI) elogiou hoje o desempenho e a gestão macroeconómica do governo de Cabo Verde, sublinhando que o arquipélago tem atravessado a crise económica mundial "a partir de uma posição de força".
Os elogios foram feitos por Nils Maehle, chefe da delegação do FMI que terminou hoje as reuniões da 7.ª Revisão do Instrumento de Apoio às Políticas Económicas com o Ministério das Finanças cabo-verdiano, liderado por Cristina Duarte.
Numa conferência de imprensa conjunta, Nils Maehle elogiou não só as medidas tomadas pelo executivo cabo-verdiano, como também perspectivou como "positivas" as que estão em curso e futuras, mesmo tendo em conta que o défice público, provocado pelo ambicioso projecto de investimentos, se situe, em 2010, nos 11,8%.
"O desempenho da economia e da gestão macroeconómica de Cabo Verde mantém-se forte. O país tem atravessado a crise económica mundial a partir de uma posição de força", sublinhou o economista norueguês.
Segundo Nils Maehle, as políticas macroeconómicas "prudentes" do passado recente permitiram "construir bons amortecedores económicos", na forma de reservas internacionais e de uma baixa dívida interna.
O crescimento, acrescentou, "desacelerou moderadamente", o que se reflecte num abrandamento do turismo e do investimento directo estrangeiro, embora "haja já sinais visíveis de recuperação".
Por outro lado, o investimento directo estrangeiro "estabilizou", mas foram retomados vários projectos de investimento privados, pelo que, perspectivou, a recuperação económica de Cabo Verde vai continuar em 2010, "embora de forma moderada", dado que a economia mundial "continua frágil".
A inflação, que em 2009 variará entre um por cento e 1,9%, deverá manter-se baixa em 2010, subindo, porém, para os três por cento, graças a uma previsão de boas colheitas e aos baixos preços da importação de alimentos e combustíveis.
As reservas internacionais "decresceram ligeiramente" no primeiro semestre de 2009, mas, sublinhou Nils Maehle, "espera-se que se mantenham os níveis sólidos", em parte devido à recente atribuição de Direitos Especiais de Saque (SDR) pelo FMI e à previsão de novos empréstimos externos.
"O governo está a utilizar o seu espaço de gestão macroeconómica e a disponibilidade de financiamento externo para acelerar o seu programa de investimentos e aumentar os gastos sociais, criando, deste modo, uma resposta anti-cíclica aos choques mundiais", relevou o economista do FMI.
A manutenção dos gastos sociais é, no entender de Nils Maehle, "bem vinda", tendo em conta que a crise mundial "atinge sempre com maior intensidade" as camadas mais pobres da população.
O FMI elogiou também a forma "apropriada" como o governo cabo-verdiano está a orientar o programa de investimento público para eliminar os principais problemas estruturais - "contribuindo para o crescimento potencial da economia a longo prazo" -, bem como a gestão monetária com vista à estabilização dos fluxos de capitais.
A sétima revisão do Instrumento de Apoio às Políticas Económicas foi a penúltima antes da reunião final, marcada para Março de 2010, em que termina o programa de três anos, iniciado em 2006 e renovado por mais um ano em Junho último, com vista à negociação de idêntico projecto para o triénio 2010/12.
OJE/LUSA.PT

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