quarta-feira, 30 de setembro de 2009

GUINÉ-CONACRI:Oposição promete derrubar governo militar de Conacri


CONAKRY-Um destacado líder da oposição na Guiné-Conacri disse à BBC que os protestos naquele país vão continuar até que seja derrubado o que chamou de "regime militar criminoso".
Ao telefone de Nova Iorque - onde se encontrava em missão de serviço -, Alpha Condé, líder da União do Povo da Guiné, o maior partido da oposição, prometeu regressar a Concacri para mobilizar o povo:
"Queremos eleições livres e democráticas, mas tendo em consideração o que se passou, agora queremos também o fim do governo militar e a sua substituição por um governo nacional que organize eleições", disse.
"Estes massacres foram planeados e ordenados pelo próprio conselheiro do presidente", acrescentou.
Alpha Conde afirmou ainda que havia consenso em Conacri entre os partidos da oposição relativamente à remoção do actual governo militar, que diz estar desacreditado:


"A oposição está unida. Todos os líderes, exceptuando eu estavam no estádio durante protesto, e todos tinham o mesmo a dizer. Queremos o fim do sistema militar e eleições transparentes. E prometemos governar juntos", afirmou.

"Ditadura militar"
Um destacado líder da oposição na Guiné-Conacri disse à BBC que os protestos naquele país vão continuar até que seja derrubado o que chamou de "regime militar criminoso".
Ao telefone de Nova Iorque - onde se encontrava em missão de serviço -, Alpha Condé, líder da União do Povo da Guiné, o maior partido da oposição, prometeu regressar a Concacri para mobilizar o povo:
"Queremos eleições livres e democráticas, mas tendo em consideração o que se passou, agora queremos também o fim do governo militar e a sua substituição por um governo nacional que organize eleições", disse.
"Estes massacres foram planeados e ordenados pelo próprio conselheiro do presidente", acrescentou.
Alpha Conde afirmou ainda que havia consenso em Conacri entre os partidos da oposição relativamente à remoção do actual governo militar, que diz estar desacreditado:
O líder do maior partido da oposição que acrescentou não desejar mais violência mas que insistiu na luta contra o que descreveu como uma "ditadura militar".
Entretanto o governo proibiu por tempo indeterminado o que chamou de agrupamentos subsersivos e declarou dois dias de luto nacional pelas vítimas da violência.
Várias organizações dos direitos humanos contabilizam agora em 157 o número de mortos e em 1,200 os feridos durante o protesto de segunda-feira, quando a polícia atirou a matar sobre cerca de 50 mil pessoas que se manifestavam na capital.
Os manifestantes protestavam contra o que pensam ser os planos do capitão Moussa Dadis Camara, que tomou o poder em Junho num golpe de estado, de se candidatar às próximas eleições presidenciais.
Também em reacção a estes acontecimentos, o ministro caboverdiano dos Negócios Estrangeiros, José Brito, falando em nome do Grupo subregional da África Ocidental, ecoou a indignação dos países da região.

Testemunhos
Entretanto continuam a chegar mais informações sobre a repressão exercida pela polícia sobre os manifestantes.
Várias testemunhas acusam a polícia de distrubuir bastonadas, golpes de baionetas e de violar sexualmente pelo menos uma mulher.
Após dispersarem os manifestantes a tiro, as forças de segurança terão perseguido a multidão pelas ruas, detendo vários membros da oposição cujo paradeiro continua incerto.
As autoridades confirmam apenas 57 mortes, que dizem ter sido na sua maioria espezinhadas pela multidão em fúria.
O capitão Camara negou qualquer conhecimento de casos de violações de mulheres, mas admitiu que alguns agentes de segurança terão perdido o controlo.
O líder militar disse a uma rádio francesa estar entristecido com os acontecimentos e continuar à espera de mais informações sobre o sucedido.
Camara acrescentou que não tinha ainda decidido se iria ou não candidatar-se à presidência, algo que tinha rejeitado quando tomou o poder após a morte do ex-presidente Lasana Conté.
As Nações Unidas, a União Africana e a CEDEAO, que estará a ponderar a imposição de sanções a Conacri, já conderam a violência aplicada pelas forças de segurança.
BBC AFRICA EM PORTUGUÊS

CHEFE DA JUNTA MILITAR NEGA TER CONTROLO SOBRE O EXÉRCITO(ANGOP)

O chefe da junta no poder na Guiné-Conakry, o capitão Moussa Dadis Camara, negou hoje, quarta-feira, em Conakruy, de ter o controlo sobre o exército, tentando minimizar a sua responsabilidade na repressão sangrenta da manifestação de segunda-feira na capital conakry-guineense.
Numa declaração divulgada hoje na rádio françesa Europe 1 sublinhou que o acontecimento deixou-lhe ultrapassado. "Neste exército, eu não controlo todas as suas actividades (...). Dizer que controlo este exército seria falsidade", declarou.
"Herdei de uma geração de meio século e de um exército, onde o soldado pode dizer "merda" a um coronel e a um general", insistiu.
As forças da ordem na Guiné foram acusadas de terem morto pelo menos 157 pessoas e de se terem entregues a actos bárbaros, aquando da repressão de uma manifestação segunda-feira em Conakry contra a eventual candidatura do chefe da junta às presidenciais de Janeiro.
O chefe da junta, que se deslocou terça-feira em dois hospitais de Conakry para visitar vários feridos, acusou a oposição de ser responsável das violências.
Paris, Washington, Londres, Dakar, a ONU, a União Europeia, a União Africana, a Comunidade Económica dos Estados da África do Oeste (CEDEAO), condenaram estas violências.
A França, antiga potência colonial, decidiu a suspensão imediata da sua cooperação militar com a Guiné e analisa o conjunto da sua ajuda bilateral após uma repressão qualificada de "selvagem e sangrenta".
A seu pedido, a UE deve reunir-se hoje, quarta-feira, "para analisar as medidas complementares (...) que poderão ser tomadas rapidamente".
A UE decidiu em finais de Julho de 2009 colocar a Guiné sob vigilância
durante dois anos e manter congelada a sua ajuda ao desenvolvimento esperando um retorno ao Estado de direito após o golpe de Estado de Dezembro último, na sequência da morte do presidente Lansana Conté que dirigiu o país durante 24 anos.
ANGOP

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