sábado, 26 de setembro de 2009

VENEZUELA:Cimeira pretende reforçar aproximação América do Sul-África

A II Cimeira América do Sul-África (ASA) vai reunir este final de semana na Ilha Margarita, na Venezuela, representantes dos 12 países sul-americanos e 53 africanos num encontro que visa consolidar a aproximação das duas regiões.Estarão também representadas as duas organizações regionais - União das Nações Sul-Americanas (Unasul) e União Africana (UA).
"Desta cimeira sairá uma declaração que reforçará a necessidade de uma governação global onde os países do Sul sejam mais ouvidos e também um plano de implementação das diversas acções já propostas por grupos sectoriais, o que vai consolidar a cooperação entre América do Sul e África", disse hoje à Lusa o chefe do Departamento de Mecanismos Regionais do Ministério das Relações Exteriores (MRE) do Brasil.
Segundo o embaixador Gilberto Moura, a ASA é um mecanismo multilateral que irá estimular o diálogo e a capacidade de desenvolvimento sustentável dos países-membros por meio de parcerias estratégicas em vários sectores.
As áreas de cooperação priorizadas são infraestrutura e energia, com destaque para os biocombustíveis, comércio e investimentos, cultura e educação, ciência e tecnologia, agricultura, meio ambiente, temas sociais, paz e segurança.
Nos últimos seis anos, o comércio entre as duas regiões cresceu de 6.000 milhões de dólares ( 4.075 milhões de euros) para 36.000 milhões de dólares (24.450 milhões de euros), impulsionado especialmente pelo Brasil.
Desde 2006, quando se realizou em Abuja, a primeira Cimeira ASA, plataforma liderada pelo Brasil e pela Nigéria, as trocas comerciais entre sul-americanos e africanos aumentaram mais de 50 por cento.
Somente o comércio do Brasil com a África mais que quintuplicou desde o início do Governo do Presidente Lula da Silva, que também multiplicou o número de representações diplomáticas do país no continente africano.
Segundo o embaixador Moura, o Brasil tem hoje embaixadas em mais da metade dos países africanos.
Ao contrário do Brasil, entretanto, a maioria dos países sul-americanos não tem representação diplomática em África e vice-versa e por isso, na avaliação do Itamaraty, sede do MRE, a ASA é tão importante.
"A África é um continente que está a ser conhecido pela América do Sul através da ASA, que é um mecanismo de aproximação que possibilitará acções de maior envergadura entre as duas regiões", assinalou Gilberto Moura.
O diplomata admitiu à Lusa que esta aproximação com África fortalece a intenção do Brasil de ocupar um assento permanente no Conselho de Segurança das Nações Unidas.
"Isto certamente facilita o reconhecimento da relevância do país no cenário internacional e projecta o Brasil para ser o porta-voz dos países do Sul no Conselho de Segurança da ONU", concluiu.
A cimeira estende-se até domingo e haverá vários encontros bilaterais à margem do evento.
Um deles é entre Lula da Silva e o Presidente venezuelano Hugo Chávez, no dia 27, altura em que os dois chefes de Estado passarão em revista a agenda bilateral e discutirão a questão de Honduras e o processo de adesão plena da Venezuela ao Mercosul, até hoje sem ratificação pelo Senado do Brasil.
O PR Lula da Silva retorna ao país no domingo à noite, com chegada prevista a Brasília na segunda-feira de manhã.
OJE/LUSA.PT

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