quinta-feira, 29 de outubro de 2009

CV:Lula da Silva em Caracas para fechar acordo de construção da refinaria em Pernambuco


BRASILIA-O presidente do Brasil, Lula da Silva, chega hoje à Venezuela, onde se reunirá com o seu homólogo venezuelano Hugo Chávez, numa visita centrada na assinatura dos contratos definitivos para a construção da refinaria em Pernambuco.

A visita coincide com a data em que o Senado brasileiro votará a adesão da Venezuela ao Mercosul, que Lula da Silva confia que será aprovada, apesar da oposição brasileira questionar a situação da democracia no vizinho país.
Na decisão poderão pesar as recentes declarações do opositor venezuelano António Ledezma, presidente da Câmara Metropolitana de Caracas, que participou numa sessão no Brasil durante a qual sugeriu que a aprovação do ingresso da Venezuela no Mercosul fosse condicionada ao respeito pela democracia na Venezuela.
Lula da Silva deverá chegar a Caracas hoje à tarde, iniciando a visita com a inauguração de uma nova sede do Consulado Geral do Brasil e de um escritório da Caixa Económica Federal.
À noite, Lula reune-se com o seu homólogo Hugo Chávez para viajarem depois até à localidade de El Tigre, a sudeste de Caracas, onde ambos decorre a sétima reunião trimestral entre os dois presidentes.
Os dois estadistas visitam no local a primeira plantação de soja do país, um projecto que teve a cooperação da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) com o propósito de "ajudar a Venezuela a reduzir a dependência dos alimentos importados".
Para o final da visita está prevista a assinatura de contratos entre a estatal Petróleos da Venezuela S.A. (Pdvsa) e a brasileira Petrobras para a construção da refinaria Abreu e Lima, uma obra iniciada pelo Brasil, mas cujo custo passou dos 4.000 milhões de dólares iniciais para a 12.000 milhões de dólares.
Anunciada há vários anos, a refinaria deveria iniciar as operações em 2011, mas o protelar dos acordos de investimento finais entre os dois países impediram o avanço da obra.
OJE/LUSA

CV:O ELDORADO É AQUI! -Por Casimiro de Pina


PRAIA-Todos os valores (morais, constitucionais) são pacientemente destruídos. José Maria Pereira Neves, o príncipe inigualável, inventou, aliás, uma nova ADM (“arma de destruição maciça”). A “boa governação”, de fabrico caseiro, é uma fórmula diabólica que legitima a mais incrível violação dos direitos fundamentais (vide a expulsão das jovens grávidas dos liceus, um acto impune mas simbolicamente decisivo) e dos princípios da democracia – “acquis” civilizacional
Com o orçamento de Estado para 2010 no horizonte, o Governo afia as garras e prepara mais um ataque-relâmpago, prenhe de demagogia e sound bites. A Nomenclatura tenta sacudir o marasmo.
A Ministra das Finanças, indiferente à crise por que passam as famílias cabo-verdianas, promete mesmo “abrir uma garrafa de champanhe”! (http://www.asemana.publ.cv/spip.php?article46504&ak=1).
Aparentemente, há muito para comemorar.
Ainda que o Governo não tenha cumprido nenhuma das suas grandes metas de Legislatura.
Trata-se, pois, de uma técnica refinada de propaganda, herdada dos piores regimes totalitários. É como se o êxito da governação, numa estranha aritmética da eficácia, fosse medido pela incapacidade de materializar os compromissos assumidos.
A pirâmide dos valores e as regras de equilíbrio político são, assim, completamente invertidas, em nome da supremacia de uma burocracia ávida de prebendas e…champagne. Faltam luz e água (e alimentos…) nas casas dos cabo-verdianos, mas os governantes, ao rubro e nas alturas, deliciam-se com o espumante francês.
O país pode perder. Mas eles (Os Donos do Poder) ganham sempre. “La raison du plus fort est toujours la meilleure”, proclamava o sábio La Fontaine.
Todos os valores (morais, constitucionais) são pacientemente destruídos. José Maria Pereira Neves, o príncipe inigualável, inventou, aliás, uma nova ADM (“arma de destruição maciça”). A “boa governação”, de fabrico caseiro, é uma fórmula diabólica que legitima a mais incrível violação dos direitos fundamentais (vide a expulsão das jovens grávidas dos liceus, um acto impune mas simbolicamente decisivo) e dos princípios da democracia – “acquis” civilizacional.
A ADM nevesiana (respeitemos o copyright!) é uma fórmula niilista que se regozija com o aumento do desemprego e da dívida pública, num momento em que Cabo Verde entra num perigoso plano inclinado, com um défice orçamental de quase 12%, praticamente o quádruplo do critério de Maastricht (3%), que nos serve de referência desde a altura do acordo de cooperação cambial com Portugal.
A ADM de José M. Neves podia ser definida desta forma: “A boa governação é a promoção dos governantes e nunca dos governados; é ‘cosa nostra’ e ponto final”.
Alguns apaniguados e meninos de recado vociferam por aí, repetindo clichés e desvarios de outrora, que o sr. José Maria Neves tem “ideias” e representa a “modernidade” neste país.
Ora, a verdade é que S. Majestade não tem qualquer ideia política.
Ou melhor, tem “ideias”, mas ideias caducas e absolutamente imprestáveis.
A primeira grande “ideia”do actual Primeiro-Ministro é que ele está acima da Constituição e das leis (legibus solutus). Cometeu meia dúzia de crimes (no dia 22 de Janeiro de 2006), mas, até hoje, não respondeu pelo facto, revelando uma indiferença atroz pela Ética Pública e pelos alicerces fundamentais, e irrenunciáveis, do Estado de Direito.
A confiança na Justiça esboroou-se. O Direito deixou de ser uma “estrutura de expectativas”, como quis Niklas Luhmann.
Uma outra grande “ideia” do ilustre cavalheiro é que o PAICV é o “partido-guia”, ou, como ele afirmou recentemente, na sua novíssima moção de estratégia, o partido “portador do futuro”.
O PAICV, bebendo na melhor tradição totalitária, é, deste modo, o partido-demiurgo, capaz de “interpretar” a História e conduzir o povo, através da dialéctica marxista reciclada, à terra prometida da Felicidade e Prosperidade!
É com estas “ideias”, rigorosamente demenciais e antidemocráticas, que o dr. Neves quer marcar os “novos tempos”, tentando salvar uma governação minguada e truculenta. O crescimento económico baixou para 3,5%. O investimento directo estrangeiro reduziu-se drasticamente (mais de 50%). O sector imobiliário e o turismo vivem dias difíceis. A ilha do Sal é a imagem da desolação. (O agravamento do “risco-país” dificulta a recuperação). No Destaque-Sal, p. 10 (in jornal A Semana, de 23/10/2009), o jornalista descreve assim a situação: “Carpinteiros, pedreiros, condutores, músicos, marketeers, técnicos das mais variadas áreas e ofícios, viram os seus postos de trabalho escapulirem num ai, no meio do vendaval”.
Uma outra “ideia” admirável do grande Chefe é meter no Governo pessoas como Marisa Morais (lembram-se do “saco azul”?) ou Sidónio Monteiro (não se lembram de nada? Ahhh pois!). A Neveslândia é o território do fingimento. Gente maravilhosa!...
A economia é sobretudo o reflexo dos valores que a elite dirigente cultiva e ajuda a insuflar na sociedade. O actual Governo cultiva, como vimos, os piores valores possíveis e passa péssimos exemplos à juventude. A sua paixão: clientelismo e assistencialismo.
Não procura a justiça, mas, bem pelo contrário, aumentar a dependência das pessoas e a influência do aparelho administrativo. É por isso que o peso do Estado na sociedade atinge níveis preocupantes.
A liberdade não é estimulada. Os críticos do sistema são vistos como “antipatriotas”, filhos de um deus menor que devem ser neutralizados e colocados, o quanto antes, na lista negra da indignidade nacional.
Ao caldo de proselitismo ideológico junta-se, depois, uma tremenda falta de sinceridade.
Veja-se a forma como certos sectores do PAICV (Armindo Maurício, Filomena Martins, etc.) discutem a revisão constitucional.
A Constituição, num gesto delirante, chega a ser culpada pela insegurança reinante no país e pelo narcotráfico, supostamente porque “não permite”, dizem os iluminados, as buscas domiciliárias nocturnas!
É um raciocínio altamente confuso e absurdo. Primeiro, porque a Constituição da República, ao contrário da voz corrente, não proíbe nada disso; segundo, porque o combate à criminalidade organizada depende sobretudo da especialização das forças policiais e da qualidade dos meios disponíveis. Conclusão: a Magna Carta é usada como um precioso álibi, na tentativa de camuflar a inexistência de uma política compreensiva de defesa e segurança interna.
Nesta era da netwar o que marca a diferença é a clarividência dos serviços de inteligência.
P.S.: No lançamento da biografia política “Carlos Veiga – o rosto da mudança em Cabo Verde”, o apresentador Abraão Vicente referiu-se, salvo erro, à legitimação do PAIGC na altura da independência nacional. Gostaria de dizer o seguinte: tratou-se de uma legitimação no mínimo forçada, pois o povo cabo-verdiano queria a independência mas sem a tirania do Partido Único. O projecto “unidade Guiné-Cabo Verde” foi, por exemplo, sempre contestado. Como a clique que veio do “mato” tinha o apoio do MFA e dos comunistas portugueses, o pluralismo então existente foi “naturalmente” esmagado e as vozes contrárias silenciadas. Muitos foram, aliás, encarcerados no famoso “campo de concentração” do Tarrafal. A partir de Dezembro de 1974, o PAIGC já não tinha mais concorrentes, realizando, assim, tranquilamente, o seu sonho de poder absoluto, milimetricamente perseguido e concretizado. A LOPE e a Constituição de 1980 foram apenas a face jurídica de um regime totalitário apostado no unanimismo. Cabo Verde poderia ter inaugurado, após a “primavera de Abril”, aquilo que Huntington viria a chamar a “Terceira Vaga de Democratização”, ao lado de Portugal e da Espanha. Perdemos, por culpa do PAIGC, uma oportunidade histórica. “Os ventos e as marés não esperam por ninguém”…
LIBERAL.SAPO.CV-Por Casimiro de Pina

CV:Barragem de Poilão finalmente cheia


(ASEMANA)-A Barragem de Poilão (BP), no concelho de Santa Cruz, ficou finalmente cheia com as chuvas registadas, nesta semana, em Santiago. A infra-estrutura tem, neste momento, mais de 1,5 milhões de metros cúbicos de água acumulada. Uma quantidade suficiente para abastecer toda a área irrigada da região, durante pelo menos dois anos. O director-geral da Agricultura, Silvicultura e Pecuária, Emitério Ramos, considera "histórico" este "facto ". Segundo o responsável, a barragem tem uma capacidade para 1,7 milhões de metros cúbicos, o caudal está a poucos centímetros do nível da descarga e ela continua a receber água proveniente das várias ribeiras do interior de Santiago.

«A água já acumulada dá para irrigar, durante mais de dois anos, os cerca os 64 hectares de hortaliças existentes nos arredores da Barragem. O concurso para a aquisição dos materiais para instalar o sistema de rega gota-a-gota será aberto no dia 2 de Novembro», avança o DGASP.
Emitério Ramos assegura que o referido projecto ficará concluído num período de 60 dias, devendo no decurso do próximo ano ser substituído integralmente o sistema de rega por alagamento ainda existente naquele perímetro pelo de rega gota-a-gota.
Os serviços centrais do Ministério do Ambiente perspectivam que mais de 100 agricultores locais passarão, a partir de 2010, a beneficiar da água da Barragem de Poilião para a prática de agricultura.
ASEMANA.SAPO.CV/ADP

MÚSICA:Angolano Yuri da Cunha encanta em show de Roterdão com Eros Ramazzotti

O cantor Yuri da Cunha foi convidado para abrir os espectáculos da digressão que o italiano Eros Ramazzotti está a realizar por vários países da Europa. ROTTERDAM-O cantor angolano Yuri da Cunha encantou, terça-feira, na cidade de Roterdão, Holanda, as cerca de 15 mil pessoas que estiveram no estádio "Roterdam City of Sport", para assistir ao concerto do italiano Eros Ramazzotti.
Yuri da Cunha foi convidado para abrir os espectáculos da digressão que o cantor italiano Eros Ramazzotti está a realizar pela Europa.
Ao abrir com a melodia "Makumba" e depois "Muxima", o artista interpretou antigos temas que aoconsagraram como o melhor cantor angolano do momento e que está a lançar a sua carreira a nível internacional, sendo apadrinhado pelo cantor italiano Eros Ramazzoti.
O cantor, nascido na província do Kwanza Sul, finalizou a sua apresentação com "Kuma Kia Kié" e foi bastante ovacionado, tendo sido acompanhado pela plateia na dança do "Milindro".
O cantor faz-se acompanhar da sua banda constituída por Dinho Silva (bateria), Joãozinho Morgado (congas), Tavinho (teclas), Nelas do Som (guitarra), Chiemba (baixista), Chalana Dantas (percurssão), Chimbinha (guitarrista), os coristas Fausto e Trycia e as bailarinas Filomena e Bela.
Depois foi a vez de Eros Ramazzotti aquecer a noite fria de Roterdão, com os seus sucessos como "Se bastasse", "Cose della vita", "Parla con Me", entre outras.
Após Roterdão estão previstas, entre outras, apresentações nas cidades de Bruxelas ( Bélgica), Budapeste (Hungria) e Belgrado (Jugoslávia). As informações são da Angop
AFRICA21

CV:Porto da Praia em transformação para um ancoradouro de transbordo


PRAIA-O ministro de Estado e das Infra-estruturas e Transportes e Telecomunicações garantiu dia 28 de Outubro, na cidade da Praia, que o Governo está a transformar, profundamente, o Porto da Praia, com vista a sua reforma para um ancoradouro de transbordo.
Manuel Inocêncio Sousa fez esta afirmação durante a cerimónia da inauguração da gare marítima do Porto da Praia, um investimento global de cerca de 40 mil contos, para proporcionar aos passageiros que embarquem e desembarquem, normais condições de conforto, segurança e higiene durante a sua passagem pelo porto.
De acordo com este governante, o Porto da Praia está a beneficiar de somas avultadas no desenvolvimento e modernização com previsão de investimento em obras em processo de contratação que ultrapassam os 100 milhões de dólares (cerca de sete milhões e 500 mil contos).
De entre essas obras constam o alongamento do cais, a criação da plataforma logística, a construção de novos terminais de contentores e a construção de estradas de acesso, de modo a oferecer um serviço mais eficiente aos operadores marítimos.
Eugénio Inocêncio anotou que, com a inauguração dessa gare marítima, se pretende que o conforto dos passageiros dos transportes marítimos seja equivalente aos dos transportes aéreos nos aeroportos de Cabo Verde.
Enquanto presidente do conselho de administração da Empresa Nacional de Administração dos Portos (ENAPOR), Franklim Spencer, assegura que a gare marítima do Porto da Praia permite um acesso mais organizado e ordenado, sem qualquer demora, por parte dos passageiros de acordo com as regras do ISPS (Código Internacional para Segurança de Navios e Instalações Portuárias).
Com capacidade para acolher 400 passageiros de uma assentada, a gare ora inaugurada foi edificada num edifício construído em 1987 e recentemente remodelado e ampliado. Embora permita o controlo, o depósito e a segurança da bagagem, a infra-estrutura não tem capacidade para oferecer um “chec in” igual ao nos aeroportos.
Área informativa, espaços de espera amplos, sanitários, bancos de espera são algumas das condições criadas na gare marítima para, entre outros resultados, uma maior fluidez, rápida circulação, entradas e saídas controladas, num espaço de cerca de 750 metros quadrados dividido em dois pisos.
Fonte:Inforpress/Fim /SR

PALOP:Votação em Moçambique fecha ciclo eleitoral nos PALOP

As eleições moçambicanas terminam um ciclo que percorreu os países da África lusófona, com destaque para as legislativas angolanas - após um interregno de 16 anos - realizadas em Setembro de 2008. O resultado consagrou a hegemonia do MPLA, partido no poder, que chegou aos 80% dos sufrágios. Este resultado permite-lhe realizar a revisão constitucional e consolidar a sua influência na sociedade angolana.
Situação distinta viveu-se, entre Março e Junho deste ano, na Guiné-Bissau com o conflito entre o presidente Nino Vieira e o comandante das forças armadas Tagme Na Waie a culminar na morte de ambos. O que forçou presidenciais antecipadas em que triunfou Malam Bacai Sanhá. Governo e Presidência convergem agora no PAIGC, esperando-se uma muito necessária estabilidade no país.
Se a instabilidade tem minado a vida política guineense, a situação apresenta-se diferente no vizinho arquipélago de Cabo Verde, com presidenciais e legislativas a realizarem-se em 2006. A vitória pertenceu ao PAICV em ambos os casos. Em sentido oposto, o Movimento para a Democracia (MPD), oposição em Cabo Verde, triunfou na maioria das autárquicas de Maio de 2008. Ganhou, em especial, na Cidade da Praia e em Santa Catarina, terceira cidade do arquipélago.
Em São Tomé e Príncipe, o Movimento para a Mudança Democrática conquistou, ao longo de 2006, a Presidência, ganha por Fradique de Menezes, e a maioria nas legislativas e autárquicas, ao derrotar o MLSTP, em ambos os casos, de forma inequívoca.
DN.PT

ANGOLA:Conselho de Ministros de Angola aprova proposta de OGE para 2010, estimado em 31 mil milhões de euros


LUANDA-O Conselho de Ministros angolano aprovou em Luanda a proposta de lei do Orçamento Geral do Estado (OGE) para 2010, estimado em cerca de 3,9 biliões de Kuanzas, ou seja, 31 mil milhões de euros ao câmbio actual.
Na reunião, orientada pelo Presidente angolano, José Eduardo dos Santos, foi igualmente aprovada a proposta do Plano Nacional do Governo para 2010/2011, que propõe promover a estabilidade macroeconómica, o emprego, estabilizar os preços, melhorar a repartição da renda, bem como implementar infra-estruturas para a atracção e reanimação dos investimentos e a iniciativa privada.
O comunicado final da reunião refere ainda que "a proposta de lei do OGE comporta receitas estimadas em 3.902.272.166.646,00 Kuanzas e despesas em igual montante para o mesmo período".
O documento refere que, tal como nos anos anteriores, o sector social, que inclui as áreas da educação e saúde, continua a beneficiar da maior quota orçamental, com 28,1% da despesa total.
O Conselho de Ministros foi informado sobre o andamento da preparação do Campeonato Africano das Nações CAN 2010, que decorrerá em Angola, em Janeiro do próximo ano, tendo aprovado o contrato de empreitada referente à implantação de relva em 15 campos de futebol nas cidades de Luanda, Cabinda, Benguela e Lubango.
O Governo aprovou igualmente outros contratos de prestação de serviço para garantir o normal funcionamento dos estádios que albergarão os jogos do CAN.
A actual situação dos angolanos expulsos da República Democrática do Congo também foi abordada durante a reunião.
OJE/LUSA

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

DIÁSPORA:Entrevista com o Padre Bernardo Den Boer


Entrevista com o Padre Bernardo Den Boer à Rádio Atlântico
PARÓQUIA MIGRANTE “NOSSA SENHORA DA PAZ” NA HOLANDA TEM NOVO PÁROCO
A Rádio Atlântico teve um primeiro contacto com o novo Padre que pretende continuar o trabalho do seu antecessor e revela vontade em conhecer Cabo Verde...
ROTTERDAM- A Paróquia Migrante “Nossa Senhora da Paz” tem há mais de um ano um novo Pároco. Trata-se de Bernardo den Boer que veio substituir o carismático Padre Pedro Stevens, também ele holandês e que esteve durante 20 anos á frente da paróquia, frequentada na sua grande maioria por cabo-verdianos residentes na cidade de Roterdão, mas que tem vindo a acolher cada vez mais cidadões oriundos dos países que tem o português como língua oficial.
A Rádio Atlântico teve um primeiro contacto com o novo Padre que pretende continuar o trabalho do seu antecessor e revela vontade em conhecer Cabo Verde.
Veja a entrevista na íntegra, gentilmente enviada ao Liberal, pela Rádio Atlântico:
Rádio Atlântico: Quando é que o Senhor Foi ordenado Padre?
Padre Bernardo Den Boer: Fui ordenado padre em 1994. Portanto, há 15 anos aqui na Holanda, na ilha onde nasci, no sul de Roterdão.
RA: Com que idade sentiu de facto que queria seguir a carreira eclesiástica e por influência de quem?
P.B: Aos 19 anos tive a certeza de que era isso mesmo que eu queria e aos 20, ingressei no seminário. Fui criado numa família muito católica, desde criança que freqüentava as missas. A minha irmã mais velha é freira num convento, o meu irmão mais velho esteve para ser padre, mas, infelizmente, faleceu antes num mosteiro. Antes dos 19 anos não pensava ser padre porque era o único filho em casa e o meu pai é empresário. Até essa altura pensei seguir a carreira do meu Pai.
RA: Depois dos 20 decidiu-se por causa de algum desgostoso amoroso?
PB: (risos) Não, nada disso. Desde dos 12 anos até aos 16 anos estive muito doente com reumatismo e dores na coluna. Para dar sentido à minha vida decidi fazer alguma coisa para os outros e, sobretudo, para as pessoas necessitadas nos países do chamado Terceiro Mundo. Ao ler em casa um dia um folheto/propaganda para uma Congregação, e como tinha o número, decidi ligar e marcar um encontro. Fui conhecer e como fiquei com boa impressão e decidi que era isso mesmo que eu queria e fiquei…
RA: Durante 5 Anos…
PB: Estudei dois anos aqui na Holanda e depois três anos em Londres, porque a minha Congregação tem a sua sede em Inglaterra.
RA: Podia dizer-nos o nome...
PB: Na tradução portuguesa “Missionários de São José. Depois de 5 anos de teologia decidi fazer uma pausa e por isso não fui ordenado padre jovem com 25/26 como era normal. Regressei para a Holanda e entrei num Mosteiro; bem é uma história muito longa…
RA: Um dilema talvêz para escolher o caminho certo dentro da tua igreja…
PB: Sim é isso.
RA: Mas depois escolheu o Brasil para trabalhar. O porque dessa escolha?
PB: Na altura, eu tinha amigos a trabalhar lá e eles me convidaram como o nosso superior aceitou então eu decidi ir para o Brasil, em 1990. Fui primeiro como seminarista antes ainda de ser ordenado Padre. Fiquei 2 anos. Em seguida, voltei e fui ordenado Padre na Holanda, em 1994. Depois, tive de esperar durante algum tempo do visto de trabalho para poder exercer no Brasil. Enquanto esperava, trabalhei em Londres durante três meses com os sem abrigos, foi uma experiência muito enriquecedora. As pessoas necessitadas nem sabiam que eu era Padre e só souberam disso quando chegou a altura de regressar ao Brasil de novo.
RA: Porque não revelou no início?
PB: O meu objectivo era ajudar essas pessoas que estavam em dificuldades e se revelasse talvez não aceitasse tão bem como aconteceu. Podiam pensar que era mais um a querer salvar a nossa alma e, por isso, seria mais difícil ajudá-los.
RA: E no Brasil esteve em que cidades? E como sentiu vivendo num País em que poucas pessoas tem muita riqueza e uma maioria vive com tão pouco?
PB: Estive mais de 10 anos no Rio de Janeiro e em seguida em Salvador da Bahia, durante 4 anos num Mosteiro. Sobre o fosso entre ricos e pobres é algo muito complicado. Eu escolhi trabalhar num país do Terceiro Mundo para ajudar e para quem vai de um País como a Holanda é complicado isso. Antes do Brasil tive alguns meses na África do Sul em 1983 e o Brasil em muitos aspectos parecia muito com a África do Sul, no tocante às diferenças sociais.
Quando cheguei ao Brasil tinha muita pobreza mesmo. Mas é preciso também reconhecer que felizmente as coisas melhoraram muito. Claro que ainda você encontra lugares com muito miséria mas em geral o país desenvolveu muito.
RA: A área social sempre o atraiu?
PB: Na Holanda fazia essencialmente trabalho religioso, mas no Brasil, principalmente no início, quando o Governo fazia muito pouco, as ONG`s fizeram um trabalho muito bom. Nessa altura, a Igreja também fazia um trabalho social muito intenso. Tenho Instituições que cuidavam das crianças abandonadas, o orfanato… mas, felizmente, nos ‘’últimos anos, o Governo conta com mais recursos colocados à disposição dos mais necessitados e graças a Deus que isso acontece. Estão a fazer de facto o seu papel.
As Nações Unidas tem pressionado muito também os Países a respeitarem os direitos das crianças, dos idosos, das pessoas em geral e isso tem também ajudado para que os Governos tenham mais consciência social.

RA: Vejo que estava a fazer um trabalho interessante no Brasil. Porque o regresso a casa? Saudades?
PB: (risos) A saudade sempre existe mas por mim ficaria mais tempo. Eu vim a pedido da Comunidade cabo-verdiana radicada em Roterdão. O Padre Pedro estava prestes a reformar-se e o substituto estava difícil de encontrar. Tentaram em Portugal, em Cabo Verde mesmo e o Bispo de Roterdão pediu um holandês para continuar a ajudar na integração dos lusófonos, principalmente cabo-verdianos na Holanda e fazer também um trabalho com a segunda e terceira geração.
RA: Quando teve o primeiro contacto com a Comunidade cabo-verdiana?
PB: Foi há quando eu cheguei há um ano e três meses. Antes houve um membro do Conselho que esteve no Brasil e descreveu-me como era a comunidade cabo-verdiana o que faziam, etc,. E como os responsáveis da minha congregação pediram então eu tive que aceitar. Mas por mim ficaria mas 20 anos no Brasil porque estava muito contente com o trabalho que fazia lá.
Decidiram que como era relativamente jovem podia fazer um trabalho aqui por um bom tempo nessa paróquia.
RA: Quais as diferenças que notou entre os cabo-verdianos e os brasileiros?
PB: O povo cabo-verdiano é muito religioso em geral, mas tal como no Brasil a religiosidade é o mesmo. Mas o brasileiro é mais extrovertido. Os cabo-verdianos são trabalhadores e educados.
RA: Foi fácil a sua aceitação pelos paroquianos?
PB: Olhe, a maior dificuldade foi ser successor de um homem como o Padre Pedro que ficou 20 anos aqui e fez um trabalho extraordinário. Ele não foi o primeiro padre aqui, mas foi ele que dinamizou e fez crescer a paróquia. Fez um bom trabalho conseguindo grangear alta reputação junto de toda a Comunidade Cabo-verdiana em Roterdão. Quando eu cheguei aqui estava tudo organizado e, por isso, não tive a necessidade em mudar muita coisa. Vou continuar o excelente trabalho dele. Por isso, a comunidade, se calhar, é que precisava mais em adaptar-se a mim. Coisa que acho ter conseguido.
Sou muito brincalhão e nas missas, no início, os fiéis não tinham coragem para rir mas agora estão rindo
RA: É um bom sinal então...
PB: (risos) É um bom sinal não é? Assim, tem mais à vontade. Mas quero dizer que o Padre Pedro continua a fazer um bom trabalho junto da Comunidade. Continua, por exemplo, a visitar os doentes, sobretudo as pessoas idosas e isso ajuda muito também.
RA: A gravidez precoce é um dos problemas existente na nossa comunidade. A igreja que dirige faz algo no sentido de ajudar essas jovens?
PB: Em primeiro lugar é preciso não condenar esses jovens. No tocante à Igreja fazemos um trabalho com os jovens.Temos alguém dentro da Igreja paga pelo governo que ajuda e orientar esses jovens no sentido de não desperdiçar a sua juventude, incentivá-los a fazer um curso e a ter uma vida melhor.
Tentamos também ver essas mulheres jovens que com pouca idade o físico ainda não está totalmente preparado para ter filhos e que isso pode deixar sequelas graves. Para além disso, uma jovem não está preparada também psicologicamente para ter filhos. Muitas vezes quando essas jovens tem filhos, são os avós a cuidar e isso não é muito bom para o desenvolvimento emocional e saudável de uma criança.
Quando cheguei ao Brasil os Jovens casavam jovens com 18/19/20 anos. Hoje em dia, menos Para dizer que sempre os dizia que jogavam fora a sua juventude que seria preferível estudar, viajar, aproveitar a vida antes de assumir essa enorme responsabilidade. Eu via por vezes em Festas no Brasil jovens com crianças pequenas depois da meia noite.
RA: Sobre a Organização da Paróquia, o Padre Bernardo podia dizer-nos como está organizada? Quantas missas são ditas na semana por exemplo?
PB: Temos a Missa diária que começa às 09h 30m. No fim de semana temos duas 2 missas: uma às 10 horas totalmente em português para as pessoas que não dominam o Holandês e uma outra missa às 12 horas para os jovens nascidos na Holanda que é dita em holandês e português.
Temos na Igreja também estudos bíblicos para as crianças e jovens numa forma simplificada, de acordo com o nível deles, e isso é totalmente em holandês pelas razões óbvias.
RA: Sabemos que há ilegais oriundos de Cabo Verde, Brasil, Angola… eles procuram apoios junto da Igreja?
PB: Segundo as informações que tenho, ultimamente tem sido menos pessoas que vêm procurar apoios ou informações aqui na Paróquia, antes procuravam mais…
RA: E a Igreja ajuda…
PB: Eu acho que podemos fazer mais, por exemplo, no tocante ao acesso ao sistema de saúde que como você sabe é complicado para um ilegal.
Como também sabe o Goveno aje de uma forma rígida nessa materia se algum ilegal faz algo ou é parado na rua ou em qualquer lugar, por exemplo, é imediatamente transportado para a prisão que fica no aeroporto de Roterdão e depois são expulsos do País. Conheço casos dramáticos em que, por exemplo, uma criança chega à Holanda ilegal estuda e muitas vezes quando quer se legalizar tem dificuldades e é expulso. Imagina uma criança que viveu aqui até aos 18 e os pais têm a nacionalidade holandesa mas mesmo assim tem de regressar a Cabo Verde, por exemplo, muitas vezes sem falar bem o cabo-verdiano e sem ter os parentes em Cabo Verde…
RA : E a Igreja tenta fazer algo…
PB: Tentamos mas quase sempre sem sucesso porque como você sabe é o governo de Haia que decide e a tendência é serem cada vez mais rigorosos.
RA: Tem conhecimento do número de cabo-verdianos nas prisões holandesas?
PB: Eu estive há dias a falar com uma guarda prisional que me disse que antigamente raramente havia cabo-verdianos nas prisões holandeses mas que agora está aumentado, sobretudo os jovens.
RA: Já conhece Cabo Verde? Pensa visitar brevemente?
PB: Ainda não tive oportunidade de visitar o País apenas uma vez o avião que me levava ao Brasil fez escala de uma hora e meia na ilha do Sal para reabastecer. No próximo ano, penso visitar Cabo Verde. Muitas vezes, os Padres cabo-verdianos que têm família na Holanda vêm para cá passar férias e aproveitam para visitar a nossa paróquia e trazem muita alegria para os fieis e para mim.
RA: Para terminar essa nossa primeira conversa uma mensagem para os católicos lusófonos em especial os de Cabo Verde.
PB: Nós católicos somos unidos na nossa fé e espero que por isso olhemos uns para os outros especialmente para os mais necessitados. Para Cabo Verde queremos enviar uma mensagem especial para as pessoas da ilha de São Nicolau que tem passado por maus momentos, por causa dos estragos provocados pelas chuvas, e dizer-lhes que estamos solidários com o sofrimento porque passam e tentaremos ajudá-los na medida do possível.
LIBERAL-Por Norberto SIlva

CV:MpD pede agendamento do projecto-lei de alteração do imposto de selo no Parlamento


PRAIA-O grupo parlamentar do Movimento para a Democracia (MpD), deu entrada terça-feira, no Parlamento, um projecto de lei de alteração do código do imposto de selo.
O objectivo deste projecto, de acordo com a deputada Janine Lelis, é essencialmente eliminar o imposto de selo na concessão de crédito, na transmissão do imóvel e nas operações societárias.
Igualmente, o MpD propõe ainda a eliminação das taxas do imposto de selo, em relação aos juros, às comissões, seguros e garantias e em relação aos emolumentos que estão sujeitos aos impostos.
“Na prática nós pretendemos que se deixe de pagar o imposto de selo quando se pede um empréstimo. Pretendemos que se pague menos imposto pelos juros e pelas comissões, quando se regista uma empresa ou se altera os estatutos e que se deixe de pagar imposto de selo quando alguém queira comprar ou adquirir um imóvel”, frisou a parlamentar.
A implementação do imposto selo trouxe alguns ganhos, nomeadamente, a eliminação da dupla tributação, mas em compensação, adianta a deputada, houve um agravamento da carga fiscal para as famílias e para empresas cabo-verdianas numa conjuntura que de per si não é favorável.
efira-se, que para aprovação deste projecto de lei será necessário a maioria de dois terços.
Tendo em conta esta situação e algumas alterações pontuais introduzidas no âmbito do orçamento para 2010, o MpD conta com a abertura do governo e da bancada do PAICV, para levar adiante este projecto.
Conforme Janine Lelis, “já foi encetado um primeiro contacto e estamos a contar com essa disponibilidade porque entendemos que é necessário fazer essa alteração. Sabemos que a posição do governo é de não mudar, de não alterar nada, mas, uma vez que já cederam em termos de orçamento de Estado, nós podemos ir mais além e por isso contamos com essa abertura”.
O Grupo parlamentar do MpD acredita que a aprovação deste projecto será um primeiro passo para a eliminação completa do imposto de selo.
Conforme apurou a Inforpress, a intenção é que este projecto seja agendado na mesma sessão em que vai ser discutida o orçamento para 2010.
INFORPRESS/FIM/MJB

ALEMANHA:Merkel reeleita chanceler no parlamento para novo mandato de quatro anos


BERLIM-O parlamento alemão elegeu hoje Angela Merkel para um novo mandato de quatro anos, com os votos da maioria absoluta de democratas-cristãos e liberais, que formam o novo executivo.

A chanceler alemã conseguiu 323 dos 612 votos expressos e 285 votos contra, mas não fez o pleno de 332 votos dos deputados dos partidos que apoiam a coligação.
Após a eleição no parlamento (Bundestag), o Presidente da Alemanha, Horst Koehler, investirá a chanceler no cargo, numa cerimónia no Palácio Bellevue, em Berlim.
O executivo reúne-se depois pela primeira vez à tarde, na Chancelaria Federal, para um primeiro ponto da situação, não sendo de esperar decisões.
No programa do governo apresentado anteriormente pela coligação de democratas-cristãos (CDU-CSU) e liberais (FDP), destaca-se a promessa de reduções nos impostos da ordem dos 24 mil milhões de euros por ano.
Na legislatura que agora se inicia, o centro-direita pretende também investir 12 mil milhões de euros na educação e ensino e fixar estas despesas em 10 por cento do orçamento geral do Estado, a partir de 2015.
No documento de 124 páginas anuncia-se um programa para acelerar o crescimento económico, em alternativa a uma política de austeridade, que foi considerada desadequada para combater a actual crise e o aumento do défice público.
Além disso, haverá também um "chapéu protector" para os trabalhadores, para estancar e reduzir o desemprego, à imagem das medidas tomadas para evitar o colapso da banca.
Para a política externa, CDU-CSU e FDP consideram que as negociações para a adesão da Turquia à União Europeia têm desfecho em aberto e propõem que seja oferecida a Ancara uma parceria privilegiada, em caso não se chegue a acordo.
O novo ministro dos Negócios Estrangeiros será o chefe do FDP, Guido Westerwelle, um díscipulo do lendário chefe da diplomacia alemã Hans-Dietrich Genscher.
O político mais experiente da CDU, Wolfgang Schaeueble, 67 anos, transita do Interior para as Finanças, uma das pastas mais importantes.
O ministro mais jovem é Philipp Roesler, do FDP, um médico de ascendência vietnamita que assumirá a pasta da Saúde, considerada uma das mais difíceis, face ao défice na assistência pública.
Ao todo, o governo terá sete ministros da CDU, cinco dos liberais e três dos democratas-cristãos da Baviera (CSU), além da chanceler.
Após a reunião do executivo, Merkel parte para Paris, ao fim da tarde, cumprindo a tradição dos chefes de governo alemães de fazer a primeira oficial a França, como forma de sublinhar a importância das relações entre os dois países vizinhos.
Segundo fontes governamentais em Berlim, o encontro entre Merkel e o Presidente francês, Nicolas Sarkozy, servirá para preparar a cimeira europeia de quinta e sexta-feira, em Bruxelas.
Na agenda do Conselho Europeu destacam-se as questões económicas, o combate às alterações climáticas e a escolha dos nomes para os novos cargos na UE, definidos no Tratado de Lisboa.
Para a entrada em vigor do Tratado falta apenas a conclusão do processo de ratificação na República Checa.
OJE/LUSA

MÚSICA:‘THIS IS IT MOSTRA MICHAEL JACKSON EM PLENA FORMA


This is it”, documentário com os últimos ensaios de Michael Jackson, pode ser uma maneira rápida de lucrar com a morte do rei do pop, mas também uma forma de mostrar aos fãs o que o astro poderia ter feito se não tivesse morrido em consequência de uma parada cardiorrespiratória menos de um mês antes de dar início a uma temporada de 50 shows em Londres, anunciada como a sua despedida dos palcos.
Seja qual for a perspectiva, o que se vê no filme de cerca de 1h40 de duração é um artista cheio de energia, modesto embora obstinado, que não mede esforços para que tudo saia do modo como ele imaginou.
Como um longo making of, o documentário dirigido por Kenny Ortega (de “High school musical”) retrata a busca de MJ – como ele é chamado pelos colegas nos ensaios – por “um espetáculo que ninguém jamais viu”.
Resultado de uma eleição entre os fãs, o repertório das apresentações incluiria sucessos como “Wanna be startin’ somethin’”, uma das primeiras canções a serem trabalhadas na telona. Durante a passagem da canção, logo nas primeiras cenas, Michael ensina ao tecladista exatamente como quer que a música soe: “mais funk”. Carinhoso, ele acrescenta que fala isso “para o bem”. Assim como em outros momentos, o embate termina em risos. “Deus te abençoe” e “amo todos vocês” pontuam as observações do cantor em relação à equipa.

Se os vocais de Michael Jackson soam juvenis tanto em “Human nature” quanto em “I want you back”, sua performance como dançarino não deixa a desejar se comparada ao auge de sua carreira. A quebradinha dos ombros está ali, assim como o velho par de meias brancas que realça o deslizar de seus pés pelo palco. À frente de uma banda completa e 11 dançarinos, em momento algum ele perde o fôlego ou o rebolado.

O cenário mostrado em “This is it” é digno de um circo, com direito a fogos de artifício e um imenso robô que se abre ao meio, de onde sai o artista no início da apresentação.
Muitas vezes a pirotecnia interage com os vídeos criados especialmente para os shows. Esses curtas-metragens e as cenas de seus bastidores – a exemplo daquela em que os bailarinos se transformam em monstros na introdução de “Thriller” – estão entre os pontos altos.
Não é de se estranhar que o comportamento de Michael Jackson pareça, muitas vezes, pueril. A cena em que ele “passeia” no alto de uma grua, como faria durante a apresentação de “Beat it”, arrancou risos do público durante a pré-estreia do filme em São Paulo na noite de terça (27).
Com 200 cópias distribuídas no Brasil, “This is it” chega a diversas salas de cinema do país nesta quarta (28) e fica em cartaz por duas semanas.
GLOBO.COM-G1

CV:ANO PARLAMENTAR, JUSTIÇA E SEGURANÇA EM DEBATE


PRAIA-A sessão parlamentar começou com o pronunciamento de algumas preocupações, sobre assuntos nacionais, que afligem os deputados. A questão da não existência de infra-estruturas adequadas para armazenamento de pescados em São Vicente, o isolamento a que a ilha Brava tem sido submetida por parte do governo, bem como as consequências das últimas chuvas, principalmente para a ilha de São Nicolau, mereceram destaque nas críticas apresentadas. Neste último caso, o ministro das Infra-estruturas, Manuel Inocêncio Sousa, garantiu que Cabo Verde está em condições de enfrentar esses problemas e que estão previstos cerca de 60 mil contos para repor a normalidade. São Nicolau é prioridade.
Segundo a ministra da Justiça, Marisa Morais, o relatório aponta para uma melhoria da prestação jurisdicional, sendo que a "a morosidade é um problema da Justiça cabo-verdiana". Morais sublinha, ainda que as medidas que foram propostas pelo governo, em tempo certo, mereceram apreço no documento do CSMJ. A ministra realçou ainda que os resultados em matéria da justiça são insatisfatórios, mas que é necessário implementar medidas.
Por sua vez, António Monteiro, deputado da UCID, frisou que o sentimento dos cabo-verdianos é que "a Justiça não está bem", independentemente dos trabalhos que se têm feito. Por isso, Monteiro deixou algumas sugestões cujas finalidades são a melhoria da Justiça no país. Propôs aumentar o número de Procuradores: melhorar os salários dos magistrados: aumentar Oficiais de Justiça, e realização de toponímia para ajudar na localização de arguidos.
Já o deputado do MpD, Eurico Monteiro, reconheceu os esforços do governo, do CSMJ, do Conselho Superior do Ministério Público, dos magistrados e oficiais de justiça no sentido de "melhorar" o sistema de justiça, na celeridade e na qualidade. Eurico Monteiro sublinhou, igualmente, o facto de o relatório dar conta da morosidade no sistema e do "relativo fracasso" da medida de contingentação dos processos, as deficiências da actividade inspectiva, "uma carreira pouco atractiva, expressa na grande mobilidade que hoje se verifica, e falta de um verdadeiro sistema de avaliação de desempenho dos juízes": afirmou que os problemas fundamentais da justiça só poderão ser resolvidos no quadro de uma reforma global do sector.
Antes da Ordem do Dia
Antes da Ordem do Dia, Lídio Silva, deputado da UCID, sublinhou que a morosidade da justiça cabo-verdiana é um factor de bloqueio e que a falta de segurança ou a sensação deste sentimento pode borrar a pretensão do país em apostar no turismo como motor de desenvolvimento.
Por outro lado, o ministro da Administração Interna, Lívio Lopes, acusou o MpD de alimentar um clima de tensão e delinquência juvenil, ao invés de contribuir para a resolução do problema da insegurança. Lívio Lopes alertou ainda que o seu ministério nunca se sente satisfeito com o problema da insegurança, pelo que se tem trabalhado na implementação de estratégias que permitem um combate mais integrado e eficaz deste fenómeno.
Já o líder da bancada parlamentar do MpD, Fernando Elísio Freire, realçou que o governo deve ver a questão da segurança com muito mais proactividade. Refutando a acusação feita pelo ministro Lívio Lopes, a bancada do MpD repostou, criticando aquela que tem sido a actuação, até ao momento, do governo, e incriminando-o de nada fazer quando se regista queixas de agressões feitas pelos agentes da Polícia Nacional dentro das próprias Esquadras. "O governo tem que mudar de atitude. As agressões não podem ser ignoradas, sob pena de o próprio governo ser considerado cúmplice", advertiu Freire.
Segurança Privada
A proposta de Lei que define o regime jurídico de exercício da actividade de Segurança Privada (SP), apresentada pelo governo, foi alvo de debate na casa parlamentar. Na apresentação do projecto, o ministro da Administração Interna, Lívio Lopes, enfatizando a necessidade de uma lei que dê respostas às novas necessidades do sector, sublinhou que a segurança não pode estar, exclusivamente, ligada à acção da polícia, pelo que, a SP, constitui uma das formas da perspectiva "multi-sectorial" da área da segurança.
Não obstante esta ser uma proposta para uma nova lei que regula o sector da SP, Lívio Lopes afirmou ainda que a proposta "assenta no regime jurídico anterior". O ministro destacou, igualmente, que, neste projecto de lei, empregou-se outros princípios que ajudam numa melhor prestação de serviço a nível da SP. A título de exemplo, enunciou a separação entre a entidade que promove a formação nesta área e a entidade empregadora, sendo que não será a empregadora a ministrar as respectivas formações. Outro factor levado em consideração na elaboração do referido projecto é a concretização das funções específicas dos vigilantes e a sua especialização em determinadas categorias ou serviços, como por exemplo, na prestação de serviços nos aeroportos.
Por seu lado, o MpD, saudando a apresentação deste projecto de lei, que surge numa altura em que "a lei actual necessita de actualização", denunciou fragilidades da proposta apresentada. O deputado Mário Silva, sublinhou que a proposta apresentada é de uma "Lei aberta, no sentido de que remete para regulamentação um número elevado de matérias, excessivo e pouco usual" e que comporta mais inconveniências do que vantagens. Opondo-se ao facto de a nova proposta apresentar a separação da entidade empregadora da formadora, Silva fez saber que o seu partido defende o contrário, ou seja, "Empresas Privadas, podem não só organizar acções de formação se assim entenderem, como inclusive organizarem uma escola de formação", desde que tudo seja feito sob os pressupostos determinados pelo Estado nesta matéria. Mário Silva frisou ainda que o MpD defende a utilização de armas não letais (bastões, algemas e detectores de metais), como forma de salvaguardar a integridade física dos cidadãos.
No que concerne à utilização de armas de fogo, a bancada do MpD criticou dizendo que a proposta que regula a utilização dessas armas está em termos menos claros do que o Decreto-Lei actual.
Presunção, na proposta apresentada, da existência de prestadores individuais de segurança também mereceu destaque por parte do deputado no MpD, para quem a sua "introdução tem mais inconvenientes do que vantagens", atendendo ao facto de, tendencialmente, a economia informal sobrepor-se à economia formal.
Refutando a essas críticas, Lívio Lopes explicou que as armas estarão sob a responsabilidade das empresas de segurança, que deverão saber como pô-los em uso nas mãos dos seus seguranças.
EXPRESSODASILHAS.SAPO.CV

MOÇAMBIQUE:Moçambicanos escolhem Presidente da Republica


MAPUTO-Os moçambicanos escolhem hoje, para os próximos cinco anos, o novo Presidente da República, os 250 deputados da Assembleia da República e os 800 membros das 10 assembleias provinciais, à excepção da cidade de Maputo que tem um estatuto jurídico especial.
O presidente da Comissão Nacional de Eleições de Moçambique, João Leopoldo, assegurou que as primeiras horas de votação às eleições gerais de hoje decorreram sem sobressaltos, mas apontou casos de observadores que estão a violar a lei eleitoral, avança a Lusa.
"Em todo o país, as assembleias de votos abriram a tempo. Os materiais foram colocados a tempo, portanto, quero acreditar que a nível nacional vai decorrer tudo dentro da normalidade", disse João Leopoldo. Por isso, os órgãos eleitorais descartam, para já, a possibilidade de prorrogar o período de votação.
"O que está previsto (na lei) é que todos os eleitores que se fizerem presentes às assembleias de voto até às 18:00 irão votar, quem chegar depois das 18:00 não, mesmo que isto implique que a votação continue até mais tarde", afirmou o presidente da CNE.
"Até este momento, o processo é positivo, mas ainda é muito cedo para fazer pronunciamentos, mas do que me foi dado a conhecer até agora é positivo", disse.
Para já, disse João Leopoldo, a CNE deparou-se com situações de violação da legislação eleitoral por parte de alguns observadores que se fazem transportar em carros de determinados partidos políticos.
"Alguns observadores fazem-se transportar em carros de partidos, mas nós temos primado pelo diálogo para corrigir este tipo de irregularidades. Mas são casos esporádicos", disse o responsável pelo órgão eleitoral, sem apontar nomes.
"Este tipo de atitude não os dignifica, pois os observadores têm de trabalhar de acordo com aquilo que é o código de conduta para os observadores e temos também o regulamento de observação eleitoral que é muito claro no que concerne aos procedimentos", considerou.
OJE/LUSA

TPI:Karadzic identificado no tribunal como "líder supremo" da "limpeza étnica"


HAIA-O julgamento de Radovan Karadzic iniciou-se, terça-feira, em Haia sem a presença do acusado e com o procurador do Tribunal Penal Internacional para a ex-Jugoslávia a designá-lo como o "líder supremo" da "limpeza étnica" na Bósnia.

"Este julgamento é o de um comandante supremo, um homem que explorou as forças do nacionalismo, do ódio e do medo para perseguir a sua visão de uma Bósnia etnicamente dividida: Radovan Karadzic", declarou o procurador Alan Tieger.
Radovan Karadzic procedeu a "uma limpeza étnica de grandes proporções na Bósnia-Herzegovina" durante a guerra de 1992-1995, conflito que fez 100.000 mortos e 2,2 milhões de deslocados, segundo o procurador.
O antigo líder político dos sérvios da Bósnia é alvo de 11 acusações: duas de genocídio, relativas à morte em 1995 de mais de 7.000 homens e rapazes muçulmanos em Srebrenica e à morte entre 1992 e 1995 de mais 10.000 pessoas no cerco a Sarajevo, e nove de crimes de guerra e contra a humanidade.
Karadzic era "simultaneamente o arquitecto das políticas subjacentes a esses crimes e o líder das forças que os cometeram" em nome "do que considerava serem os interesses sérvios", prosseguiu a acusação.
Karadzic quis "criar um Estado sérvio no que considerava ser um território historicamente sérvio e libertá-lo daqueles que via como seus inimigos", os muçulmanos e os croatas, que na altura perfaziam 60% da população bósnia, disse Tieger.
O procurador referiu-se aos campos de detenção, como o de Prijedor (noroeste da Bósnia) onde os prisioneiros estavam fechados "como animais", e à campanha de bombardeamentos orquestrada pelo exército sérvio-bósnio durante o cerco de Sarajevo, que fez um total de 10 mil mortos.
"Os habitantes viveram no terror durante anos", afirmou, referindo-se aos atiradores furtivos servio-bósnios posicionados em volta da capital, à falta de alimentos e de electricidade: "Era uma cidade onde qualquer actividade era feita com risco de vida e onde nenhum local era seguro".
Alan Tieger afirmou que algumas das provas recolhidas contra Karadzic são conversas telefónicas do acusado que foram interceptadas e transcrições dos seus discursos aos deputados sérvios-bósnios durante a guerra. O procurador disse ainda que o tribunal vai ouvir os testemunhos de antigos colaboradores, observadores internacionais e vítimas.
O julgamento de Karadzic, 64 anos, deveria ter-se iniciado segunda-feira, mas o acusado, que optou por se defender a si próprio, não compareceu com o argumento de que a sua defesa não está pronta.
O colectivo de juízes decidiu que o julgamento deve prosseguir sem a sua presença.
O presidente do colectivo, o juiz O-Gon Kwon, lamentou a ausência de Karadzic e disse que, se o boicote se prolongar, vai ponderar nomear um advogado que represente o acusado. O-Gon Kwon disse no entanto que não tomará essa decisão antes de segunda-feira, dia em que a acusação deve terminar a apresentação do caso.
Dezenas de sobreviventes da guerra assistiram a esta primeira sessão.
JN.PT

UE:Luís Amado defende entendimentos para lugares de topo da UE


LISBOA-O ministro dos Negócios Estrangeiros português defende o entendimento entre as principais famílias europeias para a repartição dos lugares de topo da União criados pelo Tratado de Lisboa.
O ministro dos Negócios Estrangeiros português defende o entendimento entre as principais famílias europeias para a repartição dos lugares de topo da União criados pelo Tratado de Lisboa.
Este acordo negociado entre os 27 prevê a criação de dois cargos importantes: o presidente do Conselho Europeu e o alto representante da Política Externa europeia - uma espécie de ministro dos Negócios Estrangeiros da UE.
"Se o entendimento que prevalecer for que o presidente do Conselho Europeu deve ser um elemento do Partido Popular Europeu, a figura de Tony Blair [ex-Primeiro-ministro trabalhista britânico] está fora de questão", disse Luís Amado no Luxemburgo.
O chefe da diplomacia considerou mesmo assim que o nome de Blair é "credível e importante", como o embaixador de Portugal junto das instituições europeias, Manuel Lobo Antunes, já tinha defendido segunda-feira.
O ministro dos Negócios Estrangeiros português defendeu ainda que o novo cargo de ministro dos Negócios Estrangeiros da UE seja ocupado por um socialista, uma questão que está a ser discutida pelas principais famílias políticas europeias.
Os líderes europeus não se deverão pronunciar esta semana sobre quem irá ocupar os lugares em jogo.
Jean-Claude Juncker interessado na presidência
O chefe de Governo do Luxemburgo disse estar interessado em ocupar o cargo de presidente do Conselho Europeu – para o qual se perfila até agora como mais forte candidato o antigo primeiro-ministro britânico, Tony Blair.
Em entrevista ao diário francês "Le Monde", Juncker afirmou ter uma visão “ambiciosa” da Europa que se opõe não apenas à de Blair, mas também à do outro homem na corrida, o holandês Jan Peter Balkenende.
RR.PT

CV:UNESCO aprova criação do Instituto da África Ocidental com sede em Cabo Verde


A UNESCO aprovou a criação do Instituto da África Ocidental (IAO), dando-lhe o estatuto e carácter internacional, independente e autónomo e ratificando a decisão de instalar a respectiva sede na Cidade da Praia, em Cabo Verde.
A decisão foi avançada à Agência Lusa pelo investigador e antigo ministro da Educação cabo-verdiano Corsino Tolentino, que está a coordenar, dentro do Ministério dos Negócios Estrangeiros local, toda a organização e logística para a instalação do IAO em Cabo Verde.
A aprovação da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) foi tomada a 21 deste mês, em Paris, na 35ª reunião do Conselho Executivo da organização, que auspiciará as actividades da IAO.
Segundo Corsino Tolentino, a aprovação da UNESCO demonstra a importância e o interesse numa instituição que pretende dinamizar a cooperação sub-regional, regional e inter-regional.
O também antigo director-geral da Fundação Calouste Gulbenkian adiantou à Lusa estar tudo pronto para se instituir o IAO, faltando unicamente a ratificação da respectivamente criação, cuja proposta de lei apresentada nesse sentido pelo governo deverá ser analisada e votada pelo Parlamento na sessão de Novembro próximo.
Ao recomendar a assinatura do acordo entre a UNESCO e o Governo de Cabo Verde que cria o IAO, o Conselho Executivo enfatizou a "importância" da integração regional como "instrumento vital para assegurar a viabilidade do crescimento económico, da paz e da estabilidade, assim como a consolidação da democracia na África Ocidental", acrescentou.
O governo de Cabo Verde, três organizações e um banco vão permitir a criação do IAO, concebido para servir de ponte na investigação sobre políticas públicas nacionais, regionais e inter-regionais, através de uma rede internacional de investigadores, decisores e actores sociais para analisar a problemática também a transformação social.
A iniciativa foi aprovada por unanimidade na Cimeira de Chefes de Estado e de Governo da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), realizada em Ouagadougou em Janeiro de 2008, que aprovou então a proposta de Cabo Verde para acolher a sede do IAO.
Além do governo cabo-verdiano e da CEDAO, integram a comissão promotora a União Económica e Monetária da África Ocidental (UEMOA, de que Cabo Verde não faz parte), a Fundação das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) e o Ecobank, banco pan-africano de apoio ao desenvolvimento.
Para uma melhor percepção local do IAO será organizado um encontro nacional sobre investigação para o desenvolvimento, que decorrerá de 12 a 14 de Novembro próximo na capital cabo-verdiana, tendo como temática "Investigação Científica e Integração Regional: Realidades e Perspectivas".
Na Comissão de Honra do IAO figuram o chefe de Estado de Cabo Verde, Pedro Pires, bem como o director-geral da UNESCO, Koichiro Matsuura, os presidentes das comissões da CEDEAO, Mohamed Ibn Chambas, e da UEMOA, Soumaila Cissé, e a coordenadora do Sistema das Nações Unidas em cabo Verde, Petra Lantz.
OJE/LUSA

FRANÇA:Angolagate: Falcone condenado a seis anos de prisão


PARIS-A justiça francesa condenou personalidades do mundo da política e dos negócios por envolvimento no tráfico de armas para Angola, e um deles, Pierre Falcone, foi preso, apesar de ter imunidade diplomática como representante de Luanda na UNESCO.

No total foram julgadas 42 pessoas, entre empresários, diplomatas, um antigo ministro e um filho de um ex-presidente da República, envolvidos no comércio de armas, provenientes do antigo bloco soviético para Angola, no período compreendido entre 1993 e 1998.
Além de Pierre Falcone foram também condenados o antigo ministro do Interior francês, Charles Pasqua, e Jean-Christophe Mitterrand, filho do antigo presidente socialista. O empresário israelita de origem russa Arcadi Gaydamak, actualmente refugiado na Rússia, condenado à semelhança de Falcone a seis anos de prisão efectiva, foi julgado à revelia. A justiça francesa considerou provado que os dois homens venderam armas a Angola armas sem autorização prévia do Estado francês.
O comércio de armas alegado pelo tribunal ascendeu a 790 milhões de dólares (626 milhões de euros).
Cerca de 30 cidadãos angolanos chegaram a ser referenciados no processo de instrução para o julgamento, mas nenhum compareceu perante o tribunal correccional de Paris.
Entre as celebridades do mundo político ou dos negócios que se sentaram na bancada dos acusados e foram condenados figuram o romancista Paul-Loup Sulitzer, e Jean-Charles Marchiani, antigo presidente de câmara e próximo de Pasqua.
Jacques Attali, actualmente consultor e que desempenhou as funções de conselheiro do ex-Presidente François Mitterrand, foi ilibado pelo tribunal das acusações.
OJE/LUSA

terça-feira, 27 de outubro de 2009

CV:EPIDEMIA DE DENGUE EM CABO VERDE


PRAIA-Cabo Verde está a ser pela primeira vez alvo de uma epidemia de dengue, uma espécie de paludismo típico dos países da América do Sul, em especial o Brasil.
Santiago, Fogo, Brava e Maio são algumas das ilhas do arquipélago onde a doença foi já identificada.
As autoridades cabo-verdianas do sector da saúde já soaram o alarme. Num ano particularmente chuvoso, com a proliferação de poças, charcos e pântanos, a dengue instalou-se em várias ilhas de Cabo Verde.
Tudo indica que é a Cidade da Praia, nomeadamente na sua periferia, onde a propagação da doença se faz sentir com mais intensidade.
Diante da confirmação dos primeiros casos, as autoridades do sector da saúde, neste caso o ministro da Saúde, Basílio Ramos, apelou já a um empenho da população para tratar do problema:
"É fundamental que cada cabo-verdiano, cada família e cada instituição ou seja toda a sociedade assuma a sua responsabilidade em termos da eliminação de potenciais viveiros de mosquitos, tapando os recipientes de água."
Uma das causas prováveis desta epidemia são os fluxos regulares de passageiros e bens que nos últimos anos passaram a existir entre Cabo Verde e o Brasil ou entre Cabo Verde e outros países do continente africano.
Um dos concelhos da ilha de Santiago tido como foco tradicional de paludismo, e agora da dengue, por causa do seu clima, é Santa Cruz.
Abordado pela Rádio de Cabo Verde o edil Orlando Sanches salientou que medidas estão a ser tomadas no sentido de enfrentar esta epidemia de dengue.
"Como sabe, tem chovido muito no concelho este ano, há várias poças de água espalhadas pelo concelho e vários diques foram construídos", explica Orlando Sanches.
Outros pontos igualmente afectados são Fogo, Brava e Maio, ilhas estas situadas na zona sul do arquipélago.
BBC para Africa portuguesa-Por José Vicente Lopes

CV:Cabo Verde regista mais de 3000 casos de dengue


PRAIA-O governo cabo-verdiano confirmou hoje a existência de 3.367 casos suspeitos de dengue, em que dois deles poderão ter degenerado em febres hemorrágicas, que estão a ser assistidos no hospital central da Cidade da Praia.

Numa nota de imprensa, assinada pelo ministro da Saúde cabo-verdiano, Basílio Mosso Ramos, desde fins de Setembro até ao passado domingo, as autoridades sanitárias da Cidade da Praia, das ilhas do Maio, Fogo e Brava, as mais próximas de da Santiago, contabilizaram 3.367 casos.
"No entanto, não se pode precisar, quantos, exactamente, correspondem ao dengue", lê-se no documento, em que se acrescenta que desde fins de Setembro que sobretudo as ilhas de Santiago e Maio têm vindo a registar um "aumento significativo" de casos de virose.
Nessa altura, afirma Basílio Ramos, os médicos e demais autoridades sanitárias consideraram estar-se perante uma epidemia de causa desconhecida, "até que chegaram os resultados laboratoriais (do Instituto Pasteur, em Dacar, Senegal) que permitiram isolar o vírus Tipo 3 de dengue".
O Ministério da Saúde cabo-verdiano adianta, porém, que, uma vez confirmada a etiologia e definido o perfil clínico, vai ser possível, de agora em diante, "informar sobre a evolução da epidemia de dengue em Cabo Verde", através de medidas de combate e prevenção da doença.
O Governo criou a Comissão Intersectorial de Luta contra Vectores de Doenças, integrando os ministérios vocacionados, Protecção Civil, Instituto Nacional de Gestão dos Recursos Hídricos, Associação Nacional dos Municípios e Representantes das Organizações da Sociedade Civil, com o objectivo de dar maior consistência e eficácia à acção anti-vectorial.
A pedido das autoridades da Cidade da Praia, está já no país uma delegação médica da Organização Mundial de Saúde (OMS) para apoiar as autoridades sanitárias locais na luta contra a epidemia de dengue e de outras doenças originadas por vírus e ainda à Gripe A (H1N1).
Dengue, paludismo, febre-amarela ou chikungunya são algumas das doenças suspeitas por serem todas passíveis de serem transmitidas através de mosquitos, cujo número tem aumentado devido à época das chuvas que se vive no arquipélago.
Ainda no panorama sanitário, Cabo Verde conta com 62 casos confirmados de Gripe A (H1N1), sem que se tenham registado óbitos.
O governo cabo-verdiano ordenou entretanto a todos os hospitais e centros de saúde do país para prepararem as diferentes unidades hospitalares e pediu às câmaras municipais para ajudarem na mobilização de parceiros para apoiarem o financiamento de projectos de saneamento básico e em campanhas de sensibilização das populações.
OJE/LUSA

ROTTERDAM:Steeds meer vuurwapens in omloop

ROTTERDAM - In Nederland circuleren steeds meer illegale vuurwapens, zeker in het criminele circuit. Ook de bereidheid om ze te gebruiken neemt toe.
Dat zeggen onderzoekers en mensen uit het criminele circuit. De politie neemt steeds meer vuurwapens in beslag, in 2008 zo'n 5000 stuks.
Volgens NRC.next is de belangrijkste reden dat het criminele circuit is verhard door de komst van criminelen uit de Balkan, Turkije en de Antillen. Jongeren lijken bovendien steeds sneller en vaker een kort lontje te hebben waardoor ze naar een wapen grijpen.
AD.NL

CV:ENTREVISTA COM DAVID GOMES"O MERCADO DAS COMUNICAÇÕES EM CABO VERDE É APETECÍVEL"


"O mercado das comunicações em Cabo Verde é apetecível"
Para o regulador do sector, a economia de Cabo Verde, as empresas e toda a sociedade estão cada vez mais dependentes da Internet. Há muito espaço para crescer nas telecomunicações.
Tem 42 anos, nasceu na ilha do Fogo, é formado em engenharia electrónica pela Universidade de Odessa, na Ucrânia, e preside à Agência Nacional de Comunicações (ANAC) de Cabo Verde desde que a instituição de regulação foi criada, em 2006. David Gomes considera "apetecível" o mercado das telecomunicações, defende uma estratégia nacional de banda larga na Internet, com redes da terceira e quarta gerações, e que o arquipélago teria muito a ganhar com uma terceira operadora da rede móvel.
Em que consiste a ANAC?
A ANAC é uma autoridade reguladora nacional para as comunicações electrónicas e postais e também para a gestão e controlo do espectro radioeléctrico. Representa o sector das comunicações nas instituições internacionais, nomeadamente na União Internacional das Telecomunicações (UIT), na União Postal Universal (UPU), nas instituições do espaço da CEDEAO (Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental) e da CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa). É uma entidade autónoma, independente, com a finalidade de regulação, regulamentação e supervisão das comunicações em Cabo Verde.
Acha que a regulação e a legislação existente já são suficientes?
A ANAC tem um objectivo fundamental, que é regular e promover a concorrência no sector das telecomunicações, trazendo para o mercado redes e serviços, como o serviço de telefonia fixo e móvel, a Internet, a televisão por assinatura, os serviços postais reservados e não reservados. Para tal, temos de ter uma visão global do sector e, dentro dessa visão, temos a nossa área de intervenção no mercado grossista. Depois da liberalização total do mercado, em 2007, a área de intervenção da ANAC passou a ser a do mercado grossista, ou seja, nas relações com os operadores na parte que toca à interligação entre os operadores, nos circuitos alugados, etc. Resumindo, nas relações comerciais puras entre os operadores. Também actuamos nas áreas de regulação do próprio mercado desses operadores, mas também temos a área das relações comerciais entre os operadores e consumidores.
Uma espécie de "defesa do consumidor"?
Em parte, sim, mas não é essa a função. Controla-se tudo o que é relação comercial entre os operadores e os consumidores, para garantir a qualidade de serviço prestado. Temos por objectivo promover a garantia de concorrência entre os operadores, as suas intervenções no mercado, as relações entre eles, as suas interligações, a questão da portabilidade do número e do próprio mercado.
Essa concorrência tem sido salutar ou há constrangimentos?
De momento, podemos constatar que há um grande domínio dos operadores históricos, nomeadamente do serviço de telefonia fixa e móvel, que estiveram 12 anos sozinhos no mercado. No mercado de telefonia móvel, nota-se hoje uma certa dinâmica do mercado, uma certa concorrência. Mas essa concorrência ainda está longe de ser efectiva. Já há um início, embora incipiente, porque o novo operador entrou em Dezembro de 2007, com 12 anos de atraso em relação ao primeiro. Mas vêem-se já os resultados da entrada do segundo operador no mercado. De 2007 para 2009, tivemos um "boom" na telefonia móvel. Saltamos de 100 mil e tal para 300 mil e tal clientes. Temos uma taxa de penetração no mercado da telefonia móvel de 65%. Já a triplicámos. Em relação ao serviço de telefonia fixa, a taxa de penetração é de 15%, o que é muito bom hoje em dia. Pensamos que, até ao fim do ano, no móvel, podemos atingir os 350/360 mil clientes. Daqui a um ano, pensamos atingir os 400 mil. Não é de estranhar se aqui um dia se ouvir que há um milhão de subscritores. Penso que neste mercado há espaço para ainda mais concorrência.
Há espaço para mais operadores?
Bom, a nossa estratégia é desenvolver mercados. Estamos actualmente a fazer estudos de mercado, nomeadamente com os operadores com poder significativo no mercado. Há países com 150 mil habitantes que têm hoje três operadores de serviços móveis e que têm uma dinâmica de desenvolvimento turístico não superior à de Cabo Verde. Nos últimos anos, tivemos um desenvolvimento de turistas muito rápido, em que a taxa aumentou exponencialmente. Os serviços de telemóvel são hoje em dia cada vez mais personalizados. Cada família consegue ter dois, três, quatro, cinco telemóveis em função do agregado familiar. Mas há procura, claro, da parte dos operadores. Vamos em breve iniciar uma consulta pública. A meu ver há espaço para mais um operador.
Só um ou há espaço para mais ainda?
Não. Só para um no mercado de telefonia móvel. Quando falo neste tipo de mercado, sublinhe-se, a tendência é para a captação de operadores puramente convergentes.
Hoje em dia, exige-se convergência: voz, vídeo e dados. O futuro passa por aí. Estamos, aliás, a elaborar uma estratégia nacional de banda larga, que terá de passar pelas redes de nova geração. A era do telefone já teve o seu tempo, uma vez que a Internet chegou a Cabo Verde em 1997 e tem estado a desenvolver-se. A era agora é, dentro da Internet, a banda larga, que deve ser cada vez mais larga. Vamos, assim, para caminhos convergentes, onde vamos falar de serviços, de pacotes de serviços de voz, vídeo, televisão e dados.
E para quando esse novo operador? Há uma data prevista?
Vamos por partes. Estamos ainda na fase de consulta pública, que começará na primeira quinzena de Novembro e depois logo se vê.
Qual é a taxa de utilizadores de Internet em Cabo Verde?
Em Cabo Verde, a taxa de penetração da Internet é ainda baixa. Temos cerca de 15.000 (para uma população total estimada em meio milhão de habitantes) e com uma predominância larga dos serviços ADSL. Queremos dinamizar esse mercado, não só na Internet mas também noutros serviços, noutras tecnologias. Avançámos recentemente com um concurso de acesso à banda larga, via rádio, em que tivemos seis propostas para cinco blocos de frequência. Estamos no processo de selecção. Mas, com a dinâmica própria deste mercado, não será de admirar que, em breve, se possa dizer que, em Cabo Verde, há um milhão de clientes do serviço de telefonia móvel.
Algumas dessas empresas são portuguesas?
Sim, duas. Mas não posso avançar mais nada para já.
Falou nas redes de terceira e quarta gerações...
Sim. O próximo passo a dar é uma consulta pública sobre a introdução em Cabo Verde das redes das novas gerações. Vamos abrir uma consulta pública e, ao mesmo tempo, conformar se há de facto espaço para um terceiro operador.
O mercado é apetecível?
Sim, claramente. Houve muitas mudanças, mesmo a nível dos preços. Por exemplo, há dez anos, um contrato para o serviço de telefonia móvel custava 8.000 escudos (72,55 euros). Hoje custa 200 escudos (1,81 euros) e tem já um "plafond" de chamadas incluído. Há uma diferença substancial nessa área. Há hoje uma forte procura da Internet em Cabo Verde e há uma cada vez maior apetência pela banda larga. Daí ser fundamental um estratégia nacional, que tem de passar obrigatoriamente pelas redes de nova geração. Sobretudo da quarta geração, que tem maior mobilidade, com capacidade de "downloads" até 100 megabites por segundo. Isso é fantástico. Estas redes trarão um grande benefício para o país. Pela própria orografia do país, pela sua insularidade, não é por acaso que estamos a apostar fortemente em mais um cabo submarino, que estará operacional, o mais tardar, em 2011.
Estamos a aproximar-nos actualmente da nossa capacidade máxima. Temos de ter margem de segurança. A própria economia do país, das empresas, de toda a sociedade, está a depender cada vez mais da Internet.
OJE/LUSA-Por José de Sousa Dias

CV(LIBERAL):MINISTRO DA CULTURA CONTA HISTÓRIA DO CRIOULO NA HOLANDA

ROTTERDAM-O ministro da Cultura, Manuel Veiga, esteve na Holanda a convite do Cônsul Geral de Cabo Verde em Roterdão, Felino Carvalho, para legitimar a tomada de posse dos membros da casa da cultura inaugurada em 2008.

No Domingo, 26, Manuel Veiga proferiu uma palestra, seguida de debate sobre a “O ALUPEC e a oficialização da língua cabo-verdiana”. Começou o seu discurso, em crioulo, dizendo que o tema era sobre língua, mas que estaria disposto a responder, na segunda parte, outros assuntos relativamente à cultura.
Disse que a língua cabo-verdiana está na ordem de dia em Cabo Verde, provocando debates, levantando emoções, paixões , provocando até reacções de raiva. Citou a escritora luso-caboverdiana Isabel Barreno que diz que “Cabo Verde é um arquipélago global” e que lá onde se encontra um cabo-verdiano no mundo está também Cabo Verde com a sua história, com a sua língua, a sua cultura. Disse também que na Holanda, onde se encontram muitos cabo-verdianos, a dimensão de Cabo Verde é ainda maior.

HISTÓRIA DO CRIOULO SEGUNDO MANUEL VEIGA
Segundo Manuel Veiga, no século XV a língua cabo-verdiana ainda não existia. Revelou que a mulher escrava teve uma papel fundamental na formação da nossa língua no sentido de fazer com que a pouco e pouco o “senhor branco” passasse a desviar do português padrão para um modelo que veio dar depois a origem ao crioulo.
Só a partir do século XVII é que o crioulo passa a ter uma “personalidade própria” e começa a autonomizar-se. Cita o historiador cabo-verdiano António Carreira que comprova essa tese. No século XVIII é que começou a haver orientações contra a língua crioula falada nas ilhas.
Em 1784, diz, houve um inspector que não assinava o seu nome mas que tudo leva a crer ser um eclesiástico que escreveu ao Rei de Portugal no sentido de adoptar medidas porque os “reinos”que estavam em Cabo Verde já habituaram a língua da terra e tinham esquecido o português. Então o crioulo começa a ser falado segundo Veiga como “ameaça a unidade do império” e o crioulo começou então a ser proibido. E essa proibição contribuiu para um fraco desenvolvimento da língua cabo-verdiana.
Mesmo assim no século XIX começa a aparecer trabalhos em língua cabo-verdiana. Adolfo Coelho em 1880 debruçou-se sobre o dialecto falado em Cabo Verde. António de Paula Brito surge com a primeira proposta da escrita do crioulo: “Apontamentos para a gramática do crioulo que se fala na ilha de Santiago de Cabo Verde”. Eugénio Tavares em 1932, Pedro Cardoso em 1933 e cita muitos outros autores.
Fala da revista claridade e do “primeiro trabalho cientifico” sobre a língua cabo-verdiana feito por Baltazar Lopes da Silva em 1957 intitulado “O Dialecto crioulo de Cabo Verde”. Citou poetas e compositores como B-Leza, Ana Nobu, Manuel D`Novas que fizeram um trabalho extremamente importante nas tradições. Realça que nos anos 70 pelas razões óbvias que tem a ver com a luta de libertação nacional o crioulo deu um salto enorme.
Continua Veiga dizendo que com a independência em 1975 o Crioulo passou a ser tratado como língua nacional. Cita 1979 ano em que foi realizado o Primeiro Colóquio Internacional para a Valorização do Crioulo de Cabo Verde. Foi também implementado o projecto de alfabetização bilingue (crioulo e português) quando Corsino Tolentino era ministro da educação e diz que o crioulo foi nessa altura introduzida na Escola de Formação dos Professores do Ensino Secundário. 10 anos depois do Colóquio de Mindelo, em 1989, foi realizado um Fórum em que se tomou a decisão de uma refundação do alfabeto cabo-verdiano e foi a partir daí que se começou, segundo Manuel Veiga, a falar do ALUPEC. Criou-se uma comissão de padronização que ele fez parte. Esse grupo fez uma proposta para a criação do Alfabeto Unificado para a Escrita do Cabo-Verdiano-ALUPEC.
Na década de 90, segundo o palestrante, a valorização do crioulo ganha um novo dinamismo e que no campo académico surgiram pessoas que usaram como tese de doutoramento o estudo da língua cabo-verdiana. Destacou Marlyse Baptista, Nicolas Quint e o próprio Manuel Veiga que fez a defesa do seu doutoramento sobre a língua cabo-verdiana em 1998. Foi na década de 90, disse, que foram tomadas importantes medidas para a defesa do crioulo, destacando o decreto lei 67/98 de 31 de Dezembro que aprovou o Alfabeto Unificado para a Escrita do Cabo-verdiano(ALUPEC). Falou também da Revisão Constitucional de 1999 que consigna a criação de condições para a oficialização do crioulo em paridade com a língua portuguesa.
A publicação, em 2002, do dicionário do crioulo da ilha de Santiago por um alemão que aplica já o ALUPEC. falou dos muitos trabalhos publicados que usam o alupec e dos seus livros.
Disse Manuel Veiga que ele costuma dizer aos seus opositores que a sua tese está toda escrita, que não fala por isso sem conhecimento de causa. Ressalva que é normal muita gente não estar de acordo com o que ele escreve. Manda um recado para alguns jornais ou críticos que muitas vezes escrevem coisas que ele nunca disse.
Para terminar o historial sobre o Crioulo disse Veiga que em 2005 o governo Aprovou a Resolução 48/2005, de 14 de Novembro, um diploma sobre as «Linhas Estratégicas para a Afirmação e Valorização da Língua Cabo-verdiana» e que representa um passo decisivo no processo da oficialização plena ao determinar que o crioulo de Cabo Verde deve ser ensinado nas instituições superiores e públicas de ensino, como matéria; que na administração pública, na comunicação social e na criação artística o uso é livre; que nas aeronaves deve-se encorajar o uso do CCV.
Em 2008 comemorou-se, segundo o ministro da Cultura, os 10 anos do Alupec e este ano 2009 espera-se dar o passo definitivo da afirmação da língua cabo-verdiana na projectada revisão constitucional que volta de novo a ser discutida no Parlamento cabo-verdiano.
Termina alertando os deputados que se não chegarem acordo nesta matéria a história há-de os responsabilizar.

MANUEL VEIGA DEFENDE AULAS EM CRIOULO NAS ESCOLAS
O ministro da Cultura, Manuel Veiga, defendeu no Domingo, durante um debate com emigrantes na Holanda que no futuro pode-se perfeitamente ensinar matemáticas e outras disciplinas em crioulo, embora tenha deixado claro que, por enquanto, as aulas devem continuar a ser dadas na língua portuguesa. É que, para o ministro, o País ainda não tem condições para a massificarão do ensino do crioulo e que fazer isso agora seria catastrófico.
Argumenta, para defender esta sua posição, que o professor Salazar Ferro já o faz nos Estados Unidos. Ensina matemática usando o crioulo. Por isso o ensino do crioulo deve começar nas Universidades no topo para formar professores competentes que depois vão ensinar a língua cabo-verdiana de uma forma adequada aos alunos do ensino básico e secundário.
Esta posição do ministro fez levantar imediatamente outra questão por um dos presentes: afinal em Cabo Verde há nove crioulos diferentes e que por isso seria difícil adoptar apenas o crioulo de Santiago. Mas para o ministro há uma só língua cabo-verdiana, embora com várias variantes mas que isso não era impedimento para os cabo-verdianos se comunicarem entre si. Disse que a base do crioulo era comum e que por isso não será difícil escrever o ALUPEC. Disse que cada um escreve de acordo com a sua variante e pode ser que no futuro se chegue à padronização.
Ainda falou da oficialização da língua cabo-verdiana que, segundo defende, era para ser ontem. Que a língua devia ser oficializado desde 1975. Agora só espera que os deputados cheguem a um acordo nesta revisão constitucional.

MANUEL VEIGA ADMITE ACRESCENTAR LETRA “C” AO ALUPEC
 Pela primeira vez, o ministro da Cultura, Manuel Veiga, admitiu, publicamente, a possibilidade de se acrescentar a letra C ao ALUPEC. Esta confissão aconteceu no debate realizado no encontro que teve, na Holanda, com os cabo-verdianos aí emigrados, depois de se lhe ter colocado questões relacionadas com a inexistência da letra C no ALUPEC.
Apesar de continuar a defender que o Alupec atribui a cada som um único grafema e vice-versa e que por isso se a letra C continuasse com a mesma função que tem no alfabeto português seria um problema e que a letra K resolve muitos problemas da língua crioula no tocante a escrita, admitiu que “nas próximas revisões do ALUPEC a letra C pode vir a entrar no Alfabeto Cabo-verdiano”, mas apenas para os símbolos internacionais que nós não podemos mudar. E exemplifica com Centímetros, Vitamina C, Centilitro, etc., ou Trezentos em numeração Romano(CCC).
No debate, outras perguntas incómodas foram colocadas pelos presentes ao ministro. Se a oficialização do crioulo não perigava o uso do português, por exemplo. Manuel Veiga respondeu que em Cabo Verde temos que ter uma situação de bilinguismo real: português e crioulo. Disse que não se pode oficializar o crioulo para em seguida proceder-se a desoficialização do português. Disse que as duas línguas têm que coexistir e que precisamos do português para comunicar com o exterior por exemplo.
LIBERAL.SAPO.CV-Por Norberto Silva