quinta-feira, 22 de outubro de 2009

MOÇAMBIQUE:Candidatos pela Europa querem mobilizar moçambicanos para ajuda ao desenvolvimento

Os candidatos pelo círculo da Europa às eleições legislativas de 28 de Outubro em Moçambique, Rui Conzane (FRELIMO) e António Pedro Chicone (RENAMO), apostam na união da diáspora moçambicana e na sua mobilização para ajudar ao desenvolvimento do país.

Residente na Alemanha, Rui Conzane, 45 anos, engenheiro químico, candidata-se pela FRELIMO, partido no poder, como representante ao parlamento dos moçambicanos no estrangeiro com o propósito de colocar as suas preocupações na agenda política nacional. "A diáspora não deve ser considerada um problema, mas como uma solução de alguns problemas que afectam o nosso país, nomeadamente contribuindo para o desenvolvimento económico e para o combate à pobreza extrema", diz Rui Conzane. Nesta perspectiva o candidato, natural da província de Tete, defende a criação de um banco de dados das capacidades técnicas e profissionais dos moçambicanos na diáspora para facilitar a sua inclusão em projectos concretos no país e a aposta na participação dos moçambicanos na promoção de investimentos no país.
Os moçambicanos na Europa elegeram pela primeira vez um representante ao parlamento do país em 2004, lugar então conquistado pela FRELIMO, que quer repetir a vitória.
A integração e o acesso aos direitos nos países de acolhimento, que segundo o candidato exige um maior esforço das missões diplomáticas, e a organização da comunidade em associações com capacidade de intervenção, são alguns dos problemas dos moçambicanos na Europa, segundo Rui Cozane. "O associativismo deve crescer cada vez mais no seio da comunidade. Ver o associativismo como uma forma de ajudar a resolver os problemas da própria comunidade".

Por seu lado, António Pedro Chicone, 32 anos, estudante de Relações Públicas, residente em Portugal, aposta na sensibilização dos estudantes moçambicanos para a política em Moçambique, apontando a necessidade de lhes fornecer informação para que possam ter "uma visão clara das suas escolhas". Na Europa "há um distanciamento total dos jovens em relação à política moçambicana. As pessoas não estão informadas e, em Portugal, o número de recenseados é muito baixo relativamente ao número de imigrantes". Por isso a campanha de Chicone aposta nos contactos porta-a-porta, através de SMS e também do blogue do candidato, que quer ainda criar uma associação que dê apoio jurídico e informação a estes jovens. Tornar a comunidade mais unida e organizada é outra das apostas de Chicone, que dá especial atenção aos jovens por considerar que "são os que maior atenção precisam neste momento porque não participam nas actividades da comunidade nem nas eleições". A "juventude é o grande motor de desenvolvimento do país. Para tal o nosso programa na Europa visa promover acções que estimulem o espírito empreendedor nos jovens estudantes na Europa, de modo a envolverem-se activamente nos processos de desenvolvimento do país", defende o programa do candidato.
Dezassete partidos e duas coligações participam na campanha eleitoral para escolher um novo presidente e os parlamentos nacional e provincial, com o objectivo de convencer os 9,8 milhões de eleitores moçambicanos inscritos dentro do país e os 56.360 no estrangeiro.
Os 13 círculos eleitorais correspondem a cada uma das dez províncias, à cidade de Maputo e aos círculos de Europa e de África (que elegem um deputado cada).
O Parlamento moçambicano é composto por 250 assentos.
A 28 de Outubro Moçambique realiza também eleições presidenciais e provinciais
OJE/LUSA

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