sábado, 28 de novembro de 2009

ANGOLA:Angola quer adoptar modelo norueguês de gestão das receitas petrolíferas


LUANDA-Angola está interessada em constituir um fundo soberano com características semelhantes ao criado pela Noruega para gerir as suas receitas petrolíferas, noticia hoje a imprensa norueguesa.

De acordo com o diário Aftenposten, o modelo norueguês de gestão e aplicação das receitas petrolíferas foi discutido pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, Jonas Gahr Stoere, com o seu homólogo angolano, Assunção dos Anjos, durante um encontro em Luanda, na quinta-feira.
Angola tem vindo a estudar o modelo de gestão de investimentos do fundo petrolífero norueguês através do programa de desenvolvimento do país nórdico, adianta a mesma fonte.
O fundo angolano deveria estar operacional até final do ano, mas ainda não tem data de lançamento definida.
Durante a visita a Luanda, o presidente angolano, José Eduardo dos Santos, foi convidado a visitar oficialmente a Noruega como forma de reforçar as relações e a cooperação entre Luanda e Oslo.
O governante norueguês adiantou ainda que estão em cima da mesa possibilidades de investimento em Angola em diversas áreas, desde a electricidade, produção de alumínio e fertilizantes.
As participações do grupo petrolífero norueguês Statoil em poços petrolíferos angolanos permitem arrecadar actualmente cerca de 200 mil barris de petróleo por dia.
Segundo afirmou esta semana Lamin Leigh, chefe de missão do Fundo Monetário Internacional (FMI) para o país africano, Angola pediu apoio na criação do novo fundo soberano angolano, que será alimentado com parte das receitas petrolíferas do país.
"Uma das coisas que nos pediram [nas negociações do programa de acompanhamento anunciado terça-feira] é que usemos a nossa experiência para os ajudar a montar o enquadramento e o desenho do fundo", afirmou Leigh em conferência de imprensa telefónica.
De acordo com o mesmo responsável, o processo de constituição do fundo já estava em curso mesmo antes das negociações do programa e actualmente as autoridades de Luanda estão a "prosseguir os seus esforços olhando para fundos soberanos noutros países".
Nas primeiras consultas com o FMI, o objectivo era a criação de um fundo petrolífero, mas o seu âmbito foi alargado.
Segundo Sean Nolan, consultor sénior do FMI, a lógica do instrumento financeiro, no caso de Angola, será de um fundo de poupanças, que estabilize a gestão de receitas.
"O objectivo é desligar, de ano para ano, o posicionamento de políticas fiscais do afluxo de receitas. É essencial para criar um crescimento estável para a economia de Angola a longo prazo, em vez do modelo pára-e-arranca. Colocámos nas nossas discussões muito ênfase nesta questão", sublinhou Nolan.
OJE/LUSA

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