sábado, 23 de janeiro de 2010

CV(ASEMANA):JMN na abertura do XII Congresso do PAICV: “Em Cabo Verde já não há lugar para democratas de papel”.


PRAIA-Ao som de “A conquista do Paraíso”, de Vangelis, as cerca de duas mil pessoas que lotavam o anfiteatro do Palácio da Assembleia Nacional ovacionaram ontem o líder do PAICV, José Maria Neves, na abertura do XII congresso desse partido. Depois de homenagear Aristides Pereira, bem como os músicos Codé di Dona e Vadú (falecidos há poucos dias), JMN “viajou” pela actualidade política, mandando recados para dentro e fora do PAICV. “Em Cabo Verde”, disse, “já não há lugar para democratas de papel”. “É preciso que não tenhamos medo da democracia e da liberdade” foi uma das frases mais proferidas ontem por José Maria Neves na abertura do XII Congresso do PAICV, que arrancou ontem em pleno gás.

O salão Abílio Duarte quase arrebentou pelas costuras, na rua eram centenas de viaturas que desde o meio da tarde estavam estacionadas nas cercanias do parlamento. Depois de um breve sarau cultural em que Princezito foi a estrela, seguiu-se a homenagem de José Maria Neves ao antigo líder do PAICV e primeiro presidente de Cabo Verde, Aristides Pereira. Pela primeira vez num acto do género, imagens televisionadas do próprio recinto apareciam como elementos de um outro show, este de tecnologia.

Liberdade e democracia
Efeitos especiais à parte, JMN discursou quase uma hora. Novidades, propriamente, não houve. O discurso serviu antes para situar e vincar temas como a liberdade e a democracia, algo que o orador remontou à luta de libertação nacional liderada por Amílcar Cabral, passando por 5 de Julho, 20 de Fevereiro de 1990, até chegar ao 13 de Janeiro de 1991...
Além disso, ontem completaram-se quatro anos em que o PAICV, sob a liderança de JMN, viu renovada a confiança dos eleitores. Governar com decência, honestidade e patriotismo, tal como recomendou Amílcar Cabral, é algo que o orador diz estar a fazer. Mais do que isso, concitou os militantes do PAICV e os cabo-verdianos, de um modo geral, a não terem medo da liberdade e da democracia. “Em Cabo Verde já não há lugar para democratas de papel”, rematou, acusando estes de pretenderem dividir os cabo-verdianos em “lobos e cordeiros”, em “filhos de dentro e fora”, etc., e que o próprio PAICV deve assumir os seus dissensos sem dramas.
E depois de se referir à acção governativa, com realce para sectores como a segurança social, educação e saúde, medidas tendentes à defesa e promoção das mulheres, JMN assumiu que o país ainda tem “muitos desafios pela frente”. Um deles é transformar este arquipélago “em ilhas de conhecimento” porque o conhecimento e a informação são duas armas contra a ignorância e o subdesenvolvimento. “Esta sociedade precisa de um partido como o PAICV. Este PAICV orgulharia, de certeza, Amílcar Cabral”, concluiu.

Hoje a conversa é outra
Hoje, segundo dia do congresso, em princípio, a conversa é outra. Os 485 delegados vão ouvir, discutir e aprovar o relatório do Conselho Nacional, o relatório do Conselho Nacional de Jurisdição e Fiscal e rever os estatutos, entre outros pontos. Dado o mote é de se esperar alguns momentos acalorados na discussão de alguns desses temas.
ASEMANA.CV

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