quarta-feira, 17 de março de 2010

HOLANDA:COFFEESHOPS ESTIMULAM VOTO PRÓ-CANNABIS

Os coffeeshops holandeses, um eufemismo para estabelecimentos que vendem drogas leves, anunciaram que vão entrar em greve no dia 9 de junho, dia em que o país terá eleições parlamentares. A idéia é incentivar todos aqueles que gostam de fumar maconha a sair e votar nos partidos que garantirão que as lojas não sejam proibidas na Holanda.

HAARLEM-Nol van Schaik, dono de um café na cidade de Haarlem, lançou a campanha porque acredita que o atual governo tenha uma tendência contra lojas como a sua.

"Nós estamos sob muita pressão nos últimos anos por causa de um governo muito conservador", diz Van Schaik. "Com a possibilidade de um novo governo de direita, acho que devemos mobilizar as pessoas a votar em partidos que são pró-cannabis ".
Restrições
O último governo de coligação holandês – compreendendo o Partido do Trabalho (PvdA), democrata-cristão (CDA) e União Cristã - impôs muitas restrições aos coffeeshops. Eles quiseram restringir os estabelecimentos a uma distância de ao menos 250 metros de escolas, além de limitar a venda de cannabis e outras drogas leves a apenas residentes locais.
Se aprovada, a última medida seria um grande golpe para os coffeeshops em áreas turísticas, como Amsterdão, onde seus clientes incluem muitos estrangeiros.
Partidos conservadores
Van Schaik teme que a pressão sobre seu negócio aumente se o partido de centro-direita CDA ou o populista Partido da Liberdade (PVV), de Geert Wilders, dominar o novo governo de coligação após as eleições de 9 de junho. "Nós só podemos esperar e ver se mais coffeeshops serão obrigados a fechar", escreve Van Schaik em seu site. "Talvez você e eu seremos os próximos, talvez todos nós", alerta aos outros proprietários de coffeeshops.
A greve não é apenas para fechar os estabelecimentos por um dia. É também um convite à clientela dos coffeeshops para sair e votar. "Estamos colocando cartazes em nossas lojas para alertar nossos clientes sobre as consequências de um novo governo de direita", diz Van Schaik. "São pessoas que normalmente não votam, dizendo que para eles a política é apenas ‘uma grande bagunça’. Mas é melhor ter uma grande bagunça e ser permitido fumar maconha do que ter uma bagunça com os coffeeshops fechados. Espero que isso seja incentivo suficiente para sair e votar ".
Faça a diferença
Van Schaik acredita que o voto pró-cannabis dos clientes dos coffeeshops holandeses pode fazer a diferença no dia 9 de junho. "Há um milhão de pessoas que fumam cannabis regularmente e que são eleitores. Isso são 18 cadeiras no parlamento. Se o Partido Trabalhista ganhar quatro ou cinco cadeiras a mais apenas por causa do nosso voto, eles serão maiores do que outros partidos e a favor dos coffeeshops".
Job Cohen
Por isso o Van Schaik anima-se com a agitação política da última sexta-feira, referindo-se ao anúncio feito pelo líder do Partido Trabalhista, Wouter Bos, de que está deixando a política e que o prefeito de Amsterdão, Job Cohen, ocupará seu lugar. "Cohen é muito bom para os coffeeshops de Amsterdão, especialmente quando se trata de regularizar a cadeia de abastecimento. Ele terá um grande impacto na política holandesa e só podemos manter a esperança."
RADIO NEDERLAND-POR Johan van Slooten
FOTOS DA INTERNET

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