terça-feira, 25 de maio de 2010

CV(LIBERAL):PARLAMENTO, MARTIFER, E FISCALIZAÇÃO DE EMPREITADAS DA EMPRESA DO MINISTRO INOCÊNCIO

Jorge Santos denúncia mais casos de alegada corrupção do Governo do PAICV
PRAIA-Parlamento cabo-verdiano esteve ao rubro esta manhã(24) com a denúncia de alegados de corrupção do Governo de José Maria Neves na contratação, sem concurso público, de empresas portuguesas para a execução de um parque de energia foltovoltaica em cabo Verde.
Essas acusações foram proferidas pelo deputado Jorge Santos em palavras dirigidas directamenete ao Primeiro Ministro durante o debate sobre o crescimento e emprego que o grupo Parlamentar do MpD solicitou no primeiro dia de sessões da Assembleia Nacional do mês de Maio.
O deputado Jorge Santos pediu ao Tribunal de Contas e à Procuradoria Geral da República para investigarem o contrato com a empresa portuguesas Martifer para a execução do referido parque de energia foltovoltaica, porque no entender do seu partido, o Primeiro Ministro, José Maria Neves, está a facilitar as exportações portuguesas em vez de defender os interesses nacionais, principalmente das empresas cabo-verdianas.
“Senão vejamos, o Sr. contractualizou uma linha de crédito com Portugal junto da Caixa Geral de Depósitos e outros bancos comerciais, endividamento esse que os cabo-verdianos vão pagar e com juros elevados e priorizou um conjunto de infra-estruturas que não correspondem com as realidades regionais, com as prioridades locais, nem com as prioridades nacionais para o desenvolvimento de Cabo Verde”, disse Santos, adiantando que o PM “chegou ao cúmulo de excluir a participação das empresas cabo-verdianas na execução desses mesmos programas” alegando que tinham de ser executados por empresas portuguesas e toda a importação tinha de ser feita através de Portugal, excluindo toda a classe empresarial cabo-verdiana. “Aí está a apoiar a exportação portuguesa. E tem consciência disso”, conclui o também 2.º Vice-presidente da Assembleia Nacional .
O deputado ventoinha foi mais longe e acusou o PM de ter adoptado por uma solução mais cara, sustentando que a proposta na fotovoltaica, o maior de África, foi errada, desde logo, por ser 5 vezes mais cara, já que a linha de crédito contratualizada com Portugal é de 40 milhões de euros.
“Para conseguir produzir 1 megawatt de energia com recurso ao sistema foltovotaico, tem de investir 5 milhões de euros. Para produzir 1 megawatt de energia utilizando a energia eólica é preciso investir 1 milhão de euros. A sua opção é cinco vezes mais cara do que o normal”, acrescentou, concluindo que “isto é que é corrupção”.
OS LAÇOS “FAMILIARES” E “COMESTÍVEIS” PAICV/PS
Segundo a bancada do MpD, este contrato de adjudicação directa com a Martifer tem outra explicação: a idea é “favorecer uma empresa que pertence ao grupo Mota Engil, cujo presidente do Conselho de Administração (Jorge Coelho) é um alto dirigente do PS” (já foi Ministro no Governo de António Guterres) e recentemente esteve em Cabo Verde.
Jorge Santos pediu a intervenção do Tribunal de Contas e ao Ministério Público que investiguem este contrato, até porque, em Portugal, o Tribunal de Contas anulou este contrato com a Martifer “porque tinha laivos de corrupção”.
Outro exemplo de corrupção apontado por Jorge Santos esta manhã no Parlamento tem a ver com a fiscalização das empreitas das obras públicas entregues a empresas camaradas. No entender do deputado eleito pelo círculoeleitoral de Riberira Grande de Santo Antão, o país precisa de infra-estruturas, “mas não investir como acontece agora em infra-estruturas rodoviárias com empresas duvidosas”.
A EMPRESA DO INOCÊNCIO
“Sr. Primeiro Ministro, pergunte ao Ministro das Infra-estruturas aqui presente qual é a empresa que fiscaliza a maioria das empreitas camaradas neste país: é a empresa do Sr. Ministro das Infra-estruturas”, acusou Jorge Santos convidando o Governo a o desmentir caso não for verdade.
De acordo com Jorge Santos, é preciso levantar essas questões porque esse empréstimo, “os cabo-verdianos é que vão pagar.”
Para rebater as questões levantadas pelo deputado ventoinha, José Maria Neves considerou de graves e sem sentido de Estado, as declarações de Jorge Santos, deixando para as empresas a defesa às acusações do ex-líder do MpD.
O PM fez questão de realçar a aposta do seu Governo nas energias renováveis, acrescentando que as linhas de crédito lançadas com Portugal “permitem parcerias entre empresas cabo-verdianas e portuguesas.
“Nós não teríamos acesso a esses investimentos se não fossem as linhas de crédito. Elas permitem as exportações portuguesas mas permitem também a dinamização dos mercados da construção civil e permitem a construção de parcerias entre de construção civil cabo-verdianas e portuguesas”, conclui Neves.
http://liberal.sapo.cv/noticia.asp?idEdicao=64&id=28992&idSeccao=523&Action=noticia

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