sábado, 17 de julho de 2010

CV(ASEMANA):SAL JÁ TEM ATERRO SANITÁRIO-por Silvia Frederico

VILA DE ESPARGOS-Os resíduos sólidos urbanos na ilha do Sal já têm destino e tratamento certo. O Aterro Sanitário Municipal, um projecto orçado em cerca de 15 mil contos, começou a funcionar a partir desta sexta-feira em Morrinho de Açúcar, localidade a cerca de 7 km da vila de Espargos.Um empreendimento que vem dar resposta a um dos mais agressivos ataques ambientais do município – e leva à desactivação da lixeira de Morrinho de Carvão, onde os resíduos sólidos eram depositados a céu aberto – novel aterro sanitário é hoje a melhor solução para a ilha do Sal, onde se gera cerca de 22 toneladas de lixo por dia.
Com a inauguração do Aterro Sanitário do Sal, a edilidade espera estar a resolver um dos maiores problemas dessa ilha turística: o lixo. Toda a colecta efectuada no município vai ser transportada para o Aterro Municipal, onde é depositada e compactada por uma máquina, antes de ser coberta com uma camada de terra. Evita-se assim a exposição do lixo e o que isso traz: doenças, em especial para os catadores. Outra vantagem é que o aterro fica longe das zonas habitacionais e possui um sistema de segurança:
“O espaço tem um portão de entrada com controlo”, garante Euclides Gonçalves, director de Saneamento da CMS.
“O Aterro Sanitário Municipal, cuja construção exigiu um orçamento de cerca de 15 mil contos, tem capacidade para receber 16 mil m3 de lixo. Esta é a primeira célula do aterro, que tem a duração de cinco anos de vida. Até lá, a autarquia terá que ter outro sistema montado. Caso contrário, terá que passar para a segunda célula, que fica mesmo ao lado deste que é inaugurado hoje” explica Gonçalves.
Para depositar o lixo no aterro deve-se cumprir o regulamento geral de recolha e tratamento dos resíduos sólidos. O aterro vai funcionar das 9h00 às 16h00, de segunda a sábado. Todo esse trabalho é garantido pela Salimpa, empresa mista em que a CMS detém 51% de capital. Já os particulares, para fazerem o depósito têm de adquirir uma senha, que podem obter no polidesportivo de Espargos, na Delegação Municipal de Santa Maria e na sede de Salimpa, na Palmeira.
Lixo separado e ecopontos Euclides Gonçalves diz ainda que a autarquia vai lançar um programa, “Nós aqui separamos”, que visa consciencializar os maiores produtores de resíduos sólidos, como hotéis, restaurantes, bares e outros serviços, a separarem o lixo. “Queremos cada coisa no seu lugar. Os vidros vão ser triturados e depois introduzidos no sector da construção civil. Já os metais vão ser armazenados para, depois, o enviarmos a uma empresa sediada na Praia, que exporta para a Costa d’África. Já existe um pré-acordo nesse sentido”, explica o responsável.
Outra realidade que começa a despontar no Sal é a dos ecopontos, com os moradores a aprenderam a separar o lixo sólido. Com os ecopontos nos pontos estratégicos dos bairros e povoados da ilha, os moradores vão aprender a depositar o seu lixo já separado. No entanto, salienta Euclides Gonçalves, em Cabo Verde há problemas de urbanismo que dificultam a implementação desse tipo de programa.
“Os nossos passeios não estão preparados para receber esses contentores, os arruamentos não permitem o escoamento de camiões, etc”, exemplifica. Apesar disso, o primeiro passo já foi dado. O Sal já tem o seu primeiro ecoponto no Liceu Olavo Moniz, local estratégico, já que a ideia é para sensibilizar, primeiro, os mais novos e depois chegar nos pais. Foi promovida, também, uma formação dirigida aos professores do ES, EBI e aos monitores dos jardins.
Questionado sobre como fica a situação da lixeira de Santa Maria, onde diariamente dezenas de camiões depositam os escombros das obras de construção civil, o director do Saneamento afirma que a autarquia já solicitou propostas às empresas para a criação de um sistema de tratamento desse tipo de lixo. É certo que ainda ninguém respondeu, mas acredita que as iniciativas vão surgir. Mas “por enquanto, o espaço vai continuar como está. Aquilo não constitui problema, porque está a ser depositado num único lugar. Hoje em dia as próprias empresas, por falta de terra, estão a reutilizar esses escombros para fazer enchimento. Isso quer dizer que já começam a ter alguma consciência, e, não falta muito, vão sentir na pele a necessidade de separar o lixo”, responde.
por Sílvia Frederico
http://asemana.sapo.cv/spip.php?article54629&ak=1

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