terça-feira, 23 de novembro de 2010

CV(LIBERAL):Carisma de Veiga conquista Luxemburgo

“MPD ESTÁ MAIS FORTE E UNIDO”
LUXEMBURGO-Depois do sucesso da sua passagem por Holanda, a Delegação do MpD chefiada por Carlos Veiga partiu domingo de manhã de carro rumo ao Luxemburgo.
Acompanhou o Líder do MpD nessa viagem para a Europa o dinâmico coordenador do MpD para Europa , o ex ministro da Educação do governo democrata, José Luís Livramento,além de membros da comissão politica do MpD Holanda e da Alemanha assim com o Director da Televisão comunitária(TV Explosão)
O MpD da região especial local preparou para a comitiva ventoinha, uma intensa actividade para Domingo e Segunda-feira (21 e 22 de Novembro). Assim, no domingo, para além dos encontros com a estrutura local o líder do MpD participou num encontro com a comunidade cabo-verdiana que teve lugar no Centro Cultural situado na rua de Estrasburgo, no Luxemburgo.
O coordenador local do MpD, Nelson Brito, usou da palavra para em nome da comunidade cabo-verdiana no Luxemburgo, elogiar a presença e relembrar aos presentes que foi durante a década de 90 que Cabo Verde e Luxemburgo começaram a ter uma relação de cooperação mais intensa devido a dinâmica dos dirigentes do MpD de então e do actual vice-presidente daquele partido, Jorge Santos.
Acrescentou o coordenador do MpD no Luxemburgo que a cooperação tri-partida Cabo Verde/Luxemburgo/S.Tomé, recentemente concretizada, foi sugerida ao Grão-ducado pelos dirigentes do MpD.
Ao terminar com o já famoso “Mesti muda” o coordenador local passou a palavra para o Líder do MpD sempre bastante aplaudido.
Carlos Veiga disse que resolveu voltar à politica activa e desistido da corrida presidencial depois de estar dez anos ausente devido aos constantes apelos dos militantes e simpatizantes do MpD e de pessoas sem cor partidária, porque o País, durante o governo de José Maria Neves, está seguir um rumo que não é nada bom.
Jovens perderam a esperança
Enumerou os problemas por que passam as populações. Disse, a esse respeito, que há muitos jovens cabo-verdianos que já perderam a esperança em ter uma vida melhor, falou dos milhares de licenciados sem trabalho, sem bolsas de estudos.
No campo habitacional disse que, segundo dados estatísticos, cerca de 70 mil famílias cabo-verdianas vivem em casas sem condições em risco de degradação. Falou do aumento da pobreza no País, sublinhando que 130 mil cabo-verdianos vivem com menos de 135 escudos por dia, abordou o problema da insegurança que antes era restrita apenas à cidade da Praia mas que, agora, é uma situação do dia a dia, um pouco por todo o Cabo Verde com o já famoso “Kaço Bodi”.
Questionou: “Como é que queremos que mais turistas visitem Cabo Verde se existe o problema de insegurança?”.
Continuou a enumerar problemas que o fizeram regressar à política activa, abordando a desmotivação dos quadros cabo-verdianos em diversas áreas como a saúde, a justiça etc
Cabo Verde fica 5 dias/mês sem energia
No sector energético disse que o problema era gravíssimo porque, em média, o país fica 5 dias sem energia eléctrica por mês.
obre a infra-estruturação de Cabo Verde, o líder do MpD disse que não era contra a construção de estradas e portos, pois o seu governo fez muito nesse sentido na década de 90, mas que seria preciso questionar se certas obras seriam prioritárias como a circular da Praia, quando a cidade tem problemas gravíssimos do saneamento básico. Apontou vários outros exemplos onde talvez seria preferível investir em sectores que criassem mais empregos para as populações.
Mencionou os problemas de grandes obras em Cabo Verde adjudicadas sem concurso público o que encarece os custos e é uma situação desonesta para com os outros empresários.
Para explicar ainda o seu regresso a vida partidária activa, Carlos Veiga disse que já percorreu praticamente todo o País de lés a lés, contactando com a população, sublinhando a esse respeito estar cada vez mais convencido que tomou a decisão correcta em regressar, porque os “cabo-verdianos merecem ter uma vida melhor, mas que também o seu regresso foi importante para unir mais o seu partido: “neste momento, está mais forte e mais pujante”.
Carlos Veiga disse que, quando assumir a governação do país, a pasta da Emigração ficará a seu cargo, “pois tem consciência que é preciso fazer mais para os cabo-verdianos que residem fora do País e que contribuem para o desenvolvimento de Cabo Verde”.
Disse que, actualmente, o País cresce cerca de 4% por ano e que apenas a remessa dos emigrantes é suficiente para que isso aconteça.
O carismático líder do MpD não esqueceu os cabo-verdianos que vivem em situações difíceis em Portugal, em S.Tomé e Príncipe, e Guiné-Bissau, por exemplo.
No caso de S.Tomé confirmou o que já tinha dito Nelson Brito na abertura, ou seja, que a cooperação tripartida Cabo Verde/Luxemburgo/S.Tomé foi uma iniciativa do vice-presidente do MpD, Jorge Santos, acentuando que o governo de José Maria Neves segue copiando o que faz o MpD.
Continuou a falar da Diáspora dizendo que é preciso despartidarizar a administração publica cabo-verdiana e criar um balcão único para atender as demandas dos cabo-verdianos emigrantes. Falou na Formação do Pessoal para um melhor atendimento dos clientes, no problema de integração dos cabo-verdianos nas comunidades a que pertencem e que o seu futuro governo vai dialogar com os governos desses países amigos que acolhem cabo-verdianos, no sentido de encontrarem uma solução para os seus problemas.
Criar estatuto do emigrante investidor
Carlos Veiga apelou para que os emigrantes invistam no seu País e que, caso vença as eleições, o seu partido vai pôr em prática o estatuto do investidor emigrante para que também possam contribuir ainda mais no desenvolvimento do País com uma participação activa.
E, a exemplo do que já tinha feito na Holanda, apelou aos cabo-verdianos para recensearem e poderem estar preparados para votarem nas eleições legislativas e presidenciais no partido que acharem ser melhor para conduzir os destinos de Verde.
Disse que o problema da isenção nas Alfândegas é algo que tem dificultado a vida dos emigrantes e que a lei precisa ser clarificada nessa matéria.
Sobre a TACV sublinhou que o seu partido está a propor a politica de céu aberto e a introdução no mercado de companhias de low-coast, de forma que haja concorrência, permitindo, assim, que as tarifas das passagens sejam mais acessíveis aos nossos conterrâneos e turistas que querem visitar Cabo Verde.
Abordando a governação de José Maria Neves disse que o executivo do PAICV “é um governo cansado em que o primeiro ministro diz uma coisa outro membro do governo diz que não é bem assim”, referindo-se ao problema do défice. Sobre o endividamento do País, um facto cada vez mais preocupante, citou casos de países europeus que enfrentam problemas gravíssimos, mas que sempre apresentam mais soluções para sair da crise do que nós.
No campo do ensino, o líder do MpD criticou a política do actual governo em não privilegiar as ideias lançadas por José Luis Livramento (ex- ministro de Educação no seu governo) que, em 1998, tinha lançado a reforma do ensino profissionalizante, ou seja, transformou os liceus em escolas técnicas, tal como acontece em muitos países desenvolvidos de forma a que os jovens, quando terminam o liceu, estejam já preparados para o mercado de trabalho.
Mais poderes às ilhas
Carlos Veiga também abordou no seu discurso a Regionalização, dizendo que o MpD quer dar mais poderes às ilhas de forma a que se concentre tudo na capital do País.”Para isso, é preciso dar mais poderes administrativos e financeiros as autarquias e fazer uma divisão administrativa diferente para o país”, acentuou.
Depois da intervenção do líder do MpD seguiu-se um período de debate moderado por Necas Martins, do MpD da Região Politica de França. Sempre com transparência e rigor, não se furtando às questões, Carlos Veiga respondeu a todas as questões, tendo, no final, entregue cartões a novos militantes do MpD.
http://liberal.sapo.cv/noticia.asp?idEdicao=64&id=30968&idSeccao=523&Action=noticia

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