quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

CV(LIBERAL):“BASTA DE POLÍTICA INCOMPETENTE! MESTI MUDA! ”

“BASTA DE POLÍTICA INCOMPETENTE! MESTI MUDA! ” CARLOS VEIGA EM ASSOMADA: ESTAMOS A PROPOR UM NOVO MODELO DE CRESCIMENTO

ASSOMADA - “É uma equipa que combina experiência e juventude e que, sobretudo, tem comprovadamente competência, garra e energia e uma vontade de ferro para lutar para que Santiago Norte ocupe o lugar que merece no contexto nacional e entre definitivamente na rota do desenvolvimento humano”, sublinhou Carlos Veiga ao fazer hoje, quarta-feira, a apresentação da lista de candidatos do MpD de Santiago Norte.
Perante um pavilhão da Assomada literalmente cheio, com o público a empunhar as bandeiras verdes lançando vivas ao MpD, Carlos Veiga começou por pedir um minuto de silêncio em honra à memória de Norberto Tavares, um grande nome da música cabo-verdiana, filho da terra.
 presidente do MpD dirigiu, em seguida, palavras elogiosas ao cabeça de lista de deputados, Mário Silva, professor universitário, “envolvido desde 91 em todo o processo da Mudança, com experiência de governo e um dos deputados mais influentes, autor ou participante activo de algumas das leis mais importantes do país, da recente revisão constitucional ao recente pacote da Justiça, passando pelo Código Eleitoral”.
ELECTRA, UM CASO DE INCOMPETÊNCIA DO GOVERNO

Depois de sublinhar ser uma grande honra fazer a apresentação de candidatos na Assomada, cidade a que se sente profundamente ligado por laços familiares e afectivos com as suas gentes, Carlos Veiga passou a apontar algumas maleitas que padecem todos os concelhos do interior de Santiago, por “incompetência, falta de visão e de vontade política de um Governo que passa mais tempo a fazer propaganda do que a governar”.

E apontou a situação da energia eléctrica :”Durante dez anos o Governo andou aos ziguezagues, sem saber o que fazer de um sector vital para a economia e para o dia-a-dia das populações. Primeiro, desfez o acordo estratégico com uma das maiores e melhores empresas portuguesas, a EDP, que, se tivesse continuado, já teria resolvido o essencial dos problemas energéticos do país; nacionalizou a Electra e declarou que não precisava de nenhum parceiro para gerir bem a Electra. De seguida procurou, sem sucesso, o apoio das instituições financeiras internacionais, para financiar os enormes investimentos necessários. Depois endividou a Electra até à raiz dos cabelos; foi buscar dinheiro ao INPS para cobrir o défice da Electra; obrigou a ELECTRA a endividar-se na banca; deixou que o funcionamento da empresa se degradasse de forma escandalosa. Ultimamente, resolveu dividir a Electra em várias unidades em cada ilha, ou seja, em vez de resolver o problema da energia, que é um problema nacional, resolveu criar vários problemas em cada ilha e concelho. E ainda teve o génio de instalar centrais de energia solar ao triplo do custo de uma unidade idêntica que se pode encontrar no mercado internacional, é claro, endividando a Electra até ao limite do sufoco”.
E com que resultados? Apagões e mais apagões, avarias, cortes por falta de combustível”, acentuou o líder democrata, ilustrando com o caso de Santa Cruz, onde foram batidos todos os recordes, ou com Tarrafal, que chega a passar quinze dias sem energia!
“Vem o ainda PM declarar que vai privatizar a Electra, e são anunciadas duas empresas em relação às quais a Electra tem dívidas, como os principais interessados. O mesmo PM que declarou que não precisava de nenhum parceiro e que o Estado era capaz de gerir sozinho, e bem, a Electra, dá o dito por não dito e quer agora entregar de mão beijada a Electra a dois credores, duas empresas de capitais estrangeiros, sem concurso, à revelia da lei”, acrescentou Carlos Veiga, relevando o desnorte que dá mostras o governo de JMN.,”sem estratégia, sem linha de rumo, ao sabor da maré, custou muito caro à ilha de Santiago e ao país”.

DEZ ANOS DE OPORTUNIDADES PERDIDAS

Exemplificando sector a sector, Carlos Veiga apontou as promessas não cumpridas do governo do Paicv nos últimos dez anos: abandono da agricultura, estagnação dos rendimentos dos agricultores, em que a juventude foi deixada ao Deus dará; em que milhares de jovens abandonaram a escola por falta de meios; de míngua de bolsas de estudo para os jovens prosseguirem os estudos; degradação da qualidade do ensino; desemprego em larga escala; degradação da habitação dos mais necessitados; de apagões e de descalabro no sector da energia; em que a violência e insegurança tomaram conta do País; degradação da justiça; agravamento dos impostos; hostilização do poder local; de assalto ao Estado por parte do partido no poder, que transformou a administração e as instituições públicas numa espécie de prolongamento desse partido; manipulação da comunicação social do estado; de exclusão e de discriminação dos que não são protegidos do Governo e do seu partido.
GOVERNO E PAICV ESCONDEM REALIDADE DO PAÍS
“Dez anos em que as pessoas foram esquecidas e colocadas em último lugar”, sublinhou o presidente do MpD, denunciando o facto do “Governo e o partido que o apoia, esconderem dos cabo-verdianos a gravidade da situação do país”.
E apontou o facto da dívida do país ter atingido níveis impensáveis:” São cerca de 130 milhões de contos de dívida, que todos teremos de pagar, incluindo os nossos filhos e netos. Neste momento são cerca de 250 contos que cada um de nós deve, incluindo os desempregados e os mais pobres, sem saber como”.

“E vêm agora dizer que querem “Mais Cabo Verde” ; como o slogan da força da mudança não pegou, inventaram este novo slogan. Mais Cabo Verde? Eu diria que estão a brincar com a inteligência dos cabo-verdianos”, acentuou o líder dos democratas, clamando ter chegado o momento de dizer BASTA!, MESTI MUDA, afirmação exclamada em uníssono pelas centenas de pessoas presentes no pavilhão, num momento de emoção colectiva que marcou esta jornada de apresentação das listas de deputados por Santiago Norte

“É por isso que propomos aos cabo-verdianos um novo modelo de desenvolvimento, uma nova forma de abordar o crescimento económico e o desenvolvimento social”, frisou logo de seguida Carlos Veiga, apontando o EMPREGO como o maior desafio da governação em Cabo Verde,”emprego que se cria através do crescimento económico, da competitividade, da produtividade e das exportações”.

LINHAS PROGRAMÁTICAS DE UM NOVO MODELO DE DESENVOLVIMENTO

Carlos Veiga esclareceu que o novo modelo de desenvolvimento que o MpD apresentou aos cabo-verdianos, parte de uma premissa simples: é preciso colocar as pessoas no centro das preocupações da governação, .combinando elementos essenciais que enunciou: A qualificação dos recursos humanos; formação profissional e despartidarização da Administração Pública; criação dos mecanismos que facilitem o financiamento das iniciativas empresariais e de infra-estruturação do país; implementação dos parques tecnológicos e criação de uma sociedade financeira de apoio ao desenvolvimento, a SOCID; significativa redução dos impostos e da carga fiscal que pesa sobre as famílias e as empresas especialização do país num conjunto de actividades, evitando a excessiva dependência de um sector; a adopção de uma estratégia de desenvolvimento que, a par do turismo, abrace a agricultura, as pescas, a indústria ligeira, os serviços financeiros, os transportes, a cultura e a saúde, enquanto áreas prestadoras de serviços qualificados; desenvolvimento da cidade como o local, humanizado e amigo do ambiente, onde a interacção entre os sujeitos sociais acontece em segurança e com qualidade; a unificação do mercado interno e a sua globalização, nomeadamente através da atracção de companhias de aviação “low cost”, que contribuam para baixar o custo do transporte aéreo, do desenvolvimento dos transportes marítimos, do acesso às novas tecnologias, a baixo custo, em todas as ilhas, e através da criação de mercados regionais grossistas de produtos agrícolas e de produtos estratégicos nos pontos-chave do território nacional; empreendedorismo e a inovação como motores da criação de riqueza, emprego e bem-estar na sociedade; concertação social estratégica, de médio e longo prazo, como filosofia e modo de estar do Estado e dos agentes económicos e sociais; uma “Politica Verde”, apostando nas políticas integradas no domínio do Ambiente, visando garantir uma melhor utilização e gestão dos recursos ambientais ; promoção da cultura, com especial realce para a música, investindo pelo menos 1% do orçamento do Estado na cultura, conforme recomendações das Nações Unidas;.criação de um ambiente de negócios favorável ao investimento e à actividade empresarial, de modo a retirar Cabo Verde da cauda da classificação e elevar o país para o clube dos países com melhor ambiente de negócios; transformação da saúde num sector económico, exportador, e de grande qualidade ao nível da prestação de serviços.

APOSTA NA AGRICULTURA

O presidente do MpD abordou também a situação do sector da Agricultura, dizendo que a mesma tem “futuro em Cabo Verde”.Para isso, acentuou que se deve investir no Conhecimento, através da instalação de Parques Científicos e Tecnológicos Agro-Pecuários, transformando-os “num grande instrumento nas mãos dos agricultores e do Poder Local e Regional, bem como das Universidades e centros de investigação agrária para a modernização da nossa agricultura e desenvolvimento das nossas zonas rurais”.
“Promoveremos, com os privados interessados, uma empresa de logística e distribuição, que facilitará a colocação dos produtos da agricultura e da pecuária dos concelhos de Santiago Norte em qualquer ponto onde possa fazer negócio e que traga até ao agricultor os equipamentos, rações, adubos, animais de que necessita na sua produção”, acrescentou Carlos Veiga, destacando ser esta “uma vocação dos concelhos agrícolas de Santiago que o Governo do MpD vai recuperar e com isso trazer riqueza à população desta ilha”.
MELHOR FORMAÇÃO E QUALIFICAÇÃO DOS RECURSOS HUMANOS

Na parte final do seu discurso, o líder do MpD relevou a necessidade do País, investir em larga escala na formação e qualificação dos recursos humanos, como factores do aumento de produtividade e, consequentemente, do crescimento económico. Para o efeito, acentuou que o MpD se propõe reformular profundamente a política educacional do país, enumerando o l´~ider do partido várias medidas para o efeito, entre as quais, o implemento da escolaridade obrigatória mínima de 12 anos e o acesso generalizado à banda larga a baixo custo.


Eram 13h40: Carlos Veiga sobe ao palco é recebido com satisfação. As primeiras palavras são para agradecer a “boa recepção” que lhe foi dispensada. Logo de seguida rende homenagem ao autor de “Nôs Cabu Verdi di Sperança”.
Homenagem ao artista falecido domingo passado e que sábado próximo, dia 1, será sepultado na terra das suas origens. “Permitam-me esta homenagem. À memória do Norberto Tavares agradeço um minuto de silêncio”.
Plateia de pé… uma forte ovação no final do silêncio.
Voltamos ao programa
“É uma honra estar aqui e estou convencido que Santiago Norte estará bem representado no Parlamento. A equipa combina experiência e juventude” realçou o próximo Primeiro-Ministro.
A pessoa de Mário Silva, Cabeça de Lista é destacada pelo Líder do MpD que realça a sua particular prestação em vários sectores, nomeadamente, nas revisões do Código Eleitoral e da Constituição da República.
Terra dos Avós
Carlos Veiga está em casa. “Recordo com muita saudade mas também com prazer a Assomada de antigamente”. Está agora a recordar a sua infância. “Há um período que me marcou profundamente”, sublinhou sem se esquecer o “dia de mercado” em que a Assomada se transformava num grande mercado grossista. “Kuza muda tcheu”, constatou.
Vítimas do desleixo
Paicv investiu na propaganda em detrimento da governação, criticou Carlos Veiga, alegando que o ainda governo andou em “zigue-zagues”. O sector da energia está deteriorado, lamentou.
Investimentos não foram feitos e a Electra está endividada, fazendo agora recursos através do INPS e de outras empresas cujas dívidas são transformadas em capital na Electra. Há cortes regulares e há zonas que ficam sem energia dias prolongados.
O Presidente do MpD quer soluções objectivas para a Electra e não quer a empresa seja entregue ao desbarato. “Kel li ka podi ser”, advertiu, lembrando que os bens do Estado devem ser geridos com rigor e também transparência.
“São 10 anos de incompetência e de perdas, em que a juventude foi deixada ao ‘Deus dará’. Dez anos de cortes de luz e descalabro do sector da energia. Justiça bá tchon”, avaliou.
“Dez anos em que as pessoas foram esquecidas”, lamentou.
Agora, em vésperas de Eleições o paicv vem pedir nova confiança mas não pode ser, observou Carlos Veiga para quem é chegada a hora de nova mudança.
O ainda governo aumentou dívidas do País, valor que terá de ser liquidado pela geração actual, avisou Carlos Veiga, que observa que o paicv não tem razões para continuar a governar nem mesmo para pedir nova confiança dos cabo-verdianos.
“O paicv está a brincar com os cabo-verdianos. Basta de ilusão”, advertiu. “É hora de nova mudança”, sugeriu. “Estamos a propor um novo modelo de crescimento”, indicou, precisando que o desemprego será atacado pela nova governação do MpD, a partir de Fevereiro.
O sector privado foi também marginalizado nos últimos 10 anos e o crescimento ficou abaixo das metas estabelecidas pelo próprio paicv.
Mais gentes a chegar
As pessoas continuavam a chegar ao Polidesportivo de Nhagar. O Presidente do MpD continua a sua comunicação.
O maior desafio é o emprego, adianta explicando que quanto mais e melhor emprego, melhor para o País. Carlos Veiga está apostado em promover mudança de paradigma em Cabo Verde.
Para ele, as pessoas foram esquecidas pelo paicv, por isso o MpD aposta primeiro nas pessoas. O MpD quer reduzir o desemprego, promover o crescimento, criar melhores condições para o Cabo Verde a partir de Fevereiro. O modelo que o MpD defende valoriza também as empresas, realça Carlos Veiga.
O próximo Governo do MpD vai afastar o espectro da politização das instituições, garante Carlos Veiga.
Atentos
A assistência está atenta à intervenção de Carlos Veiga. Há outros Candidatos a ouvir o Presidente do MpD. José Filomeno Monteiro, Carlos Monteiro, Abraão Vicente, Candidatos por Santiago Sul estão presentes neste acto e ouvem atentamente o Presidente. Toda a assistência está atenta à mensagem do Líder.
Mário Fernandes, Clemente Garcia, Deputados cessantes pelo MpD, também estão presentes em Assomada, assim como os Presidentes da Câmara e Assembleia municipais de Santa Catarina, Francisco Tavares e Júlio Martins.
As pessoas sempre
Carlos Veiga é objectivo na sua comunicação. As pessoas o movem. É para elas que deseja dedicar a sua energia. Nada mais. “Tudo é para as pessoas”, garante.
O Líder do MpD quer Santa Catarina e toda a Região Norte de Santiago a contribuir para o engrandecimento e fortalecimento da economia nacional, por isso deixa claro apostas em sectores estruturantes. Cada município terá uma estratégia particular, aposta num sector-chave.
País bilingue
Português, inglês e francês são línguas que o próximo Governo do MpD quer maximizar no território nacional, tornando-os línguas de comunicação e negócio mas com opção para outras, quais sejam o italiano e/ou espanhol.
A matemática não fica de fora. A informática, também. Mas há mais. Os professores serão alvos de maior qualificação, garante.
A nível universitário haverá apostas fortes para potenciar todas as valências. Os jovens serão contemplados, ainda, com um Fundo de Garantia para poderem prosseguir os estudos e formação profissional. “Há um caminho a percorrer e sabemos para onde queremos ir”, avisou terminando a sua comunicação com vivas a Cabo Verde e declamando “Mesti Muda”.
FONTE:LIBERAL.SAPO.CV
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