terça-feira, 21 de dezembro de 2010

CV(LIBERAL):VEIGA EM MARCHA IMPARÁVEL PARA A VITÓRIA


PRAIA – Um auditório da Assembleia Nacional cheio, recebeu hoje(19 de Dezembro) em euforia o líder do MpD. “Este homem tem qualquer coisa”, sussurrava um companheiro da Comunicação Social. E, de facto, Carlos Veiga parece ter aquela antiga chama que irradia dos combatentes da liberdade de todas as épocas e de todos os tempos.
E há, também um “estranho” brilho nos olhares dos apoiantes – homens e mulheres simples do povo, e muita, muita juventude – como se o seu futuro estivesse ali, à frente, em cima desse palco, pela voz e o sorriso deste homem afectuoso que, conforme vai tomando fôlego, impele como uma mola a assistência que se levanta, como se as suas vidas estivessem nas mãos deste homem simples como os demais, culto e de uma indelével humanidade.
A pensar nas pessoas, acreditando que a má sorte não é uma inevitabilidade, amando a liberdade – a “sagrada liberdade!” -, foi isso que fez de Veiga o líder que é hoje. A sua linguagem simples, a sua frontalidade, uma vida impoluta e um carácter íntegro, a ausência de cinismo ou calculismo político, fizeram do líder dos democratas um homem que inspira respeito e dá confiança ao povo. E, na nossa memória, ainda, o grito de libertação do povo do Fogo, durante anos sujeito à vilania dos inimigos da democracia, quando acolheu Veiga, ainda há poucos dias: “Papá Veiga é nhô ki nu kre”. É isso! Os cabo-verdianos querem mais liberdade, mais democracia, uma vida melhor – e Veiga dá-lhes essa garantia.
O ESTADISTA REVELA-SE
Neste domingo, houve dois tempos no espaço austero da Assembleia Nacional: a exibição de um vídeo com momentos de campanha, onde se projecta o líder e agitador de massas, nas suas andanças pelo Cabo Verde mais profundo; e a intervenção de apresentação do Manifesto Eleitoral, onde se reconhece o estadista, o homem que, a fazer fé na onda de entusiasmo que o rodeia, será o próximo primeiro-ministro de Cabo Verde.
Um discurso acantonado num Manifesto Eleitoral onde a economia e as políticas sociais adquirem especial atenção. Porque “A Pensar nas Pessoas” tem o seu centro nas necessidades das mulheres e dos homens cabo-verdianos e é produto das deambulações do líder pelos lugares mais distantes de cada ilha, palmilhados até à exaustão para perceber do que o povo precisa, do que o seu chão precisa para crescer e transformar o país.
Desde logo, um discurso que começa com a preocupação maior dos cabo-verdianos: o emprego. E destes, a juventude que desespera na ausência de alternativas ao seu arrastar inútil de desesperança. “Um governo que não seja capaz de criar oportunidades para os jovens que todos os dias chegam ao mercado de trabalho, está a faltar ao seu principal dever: o bem-estar das pessoas”. Sempre as pessoas, o discurso do líder tem sempre estas como agentes da transformação, e a massa exultante agita as bandeiras numa longa ovação de assentimento. Veiga é claro e corporiza o sentimento geral: “o actual governo falhou redondamente nesta questão essencial, porque se esqueceu de colocar as pessoas no lugar certo. Porque se esqueceu que as pessoas estão primeiro.”
VEIGA GARANTE
O MpD não promete – e isso dá-lhe capital de credibilidade. Carlos Veiga garante e propõe-se “duplicar a taxa de crescimento da riqueza nacional, reduzir de um terço o desemprego, com drástica diminuição do desemprego jovem, no decurso dos próximos cinco anos”.
A elencagem dos desastres da governação tambarina sucedem-se: insegurança; desorientação no que respeita à gestão da energia eléctrica e da água; desnorte e favorecimento na atribuição de bolsas de estudo; incúria na política de habitação para os cidadãos particularmente fragilizados; uma Justiça que não é justa; abandono da agricultura e falta de visão no sector das pescas; estagnação económica; injustiça fiscal contra as empresas nacionais e as famílias; ataques ao poder local…
É infindável a lista de malfeitorias e omissões associada ao actual governo, porém aquelas que suscitam sempre as maiores ovações da assistência decorrem das práticas autoritárias de um partido – o PAICV – refém activo do seu passado, na ditadura, na polícia política, nas prisões arbitrárias, na impunidade criminosa das “milícias populares” que perseguiram – durante quase duas décadas – os homens e as mulheres de Cabo Verde caídos em desgraça aos olhos do partido único.

É TEMPO DE DIZER BASTA
Embalado pelo calor humano, Carlos Veiga denuncia “dez anos de assalto ao Estado por parte do partido no poder”, “dez anos de manipulação da comunicação social do Estado”, “dez anos de utilização abusiva dos impostos que todos pagamos, para desinformar e manipular em favor do partido do governo”.
Veiga diz que o momento é de dizer basta, e defende “um novo modelo de desenvolvimento, uma nova forma de abordar o crescimento económico e o desenvolvimento social”, porque “durante dez anos, a prioridade da governação foi para o investimento público em infra-estruturas, muitas das quais a preços proibitivos e de oportunidade duvidosa, de endividamento até aos limites do suportável, de agravamento da carga fiscal para as famílias e as empresas, e de dependência acrescida da ajuda externa”. É a inversão desse modelo assente na lógica do Estado como agente de negócios – tão do agrado dos cultores da economia de Estado – que o MpD propôs este domingo no Palácio da Assembleia Nacional.
De raiz assente numa economia ao serviço das pessoas, as propostas dos democratas abrem caminhos de esperança a um povo cansado da mentira e da manipulação, e que vê no líder do MpD garantia para o desenvolvimento e o aprofundamento de uma democracia débil e enferma de tiques autoritários e de práticas obscuras.
Este domingo, foi um estadista que se revelou, assumindo já a dignidade a que o cargo de primeiro-ministro o obriga. Só falta a tomada de posse, porque é a vitória que se pronuncia e, com esta, o ressurgir da esperança de Cabo Verde daqui a 50 dias. O 6 de Fevereiro está cada vez mais perto.
http://liberal.sapo.cv/noticia.asp?idEdicao=64&id=31254&idSeccao=523&Action=noticia

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