domingo, 26 de dezembro de 2010

JPD-PORTUGAL:À (des) conversa com José Maria Neves

Dizem que deu para tudo, menos para uma conversa sã e frontal.

LISBOA-O convidado especial, nem precisava ter aparecido, dado que nada vindo deste foi novidade para ninguém, qualquer um daquele partido, também fazia o mesmo, foi a assim com uma ministra da juventude, foi assim com o seu líder da juventude e assim o é, com todos os elementos da sua bancada parlamentar e do seu elenco governamental.
Mas, a verdade é que lá foi ele desconversando enquanto dava o seu show off para o seu grupinho de seguidores, uns menos jovens mas de memória curta e outros mais jovens mas desatentos.
Mas, a verdade é que ele lá conseguiu vender seu livrinho, aos seus seguidores fiéis, que o idolatram de olhos vendados, parecendo até que o homem não traz atrás de si um mar de pecados. Mas esse idolatrismo tem a sua razão de ser, ou não fosse este líder a ressuscitar o PAICV depois das grandes derrotas com o MpD, quem sabe depois da próxima não vai a aparecer um novo líder para o PAICV.
Não estamos a rogar praga, queremos o JMN, como líder daquele partido por muitos anos, até porque com JMN na oposição, Cabo Verde saí a ganhar, visto ele se achar o mais capacitado daquele grupo de ex-pioneiros, aspirantes a combatentes, só que em campo de batalha errada, porque aqui nunca permitiremos o regresso do país ao absolutismo e ao partido único, apesar de se intitularem também como sendo democratas – quantos crimes cometeram em nome da democracia.
Infelizmente, o ainda primeiro-ministro, com dias contados, passou por Lisboa em campanha, daí que durante esta “desconversação” este nunca conseguiu separar as águas, sempre com a mania do sempre poderoso, humildades para aquelas bandas não reinam.
Mas, como é da praxe lá foi ele, elencando as obras, as fitas cortadas e as primeiras pedras agora a serem lançadas à pressa, e este senhor ainda não aprendeu que todas as medidas por ele tomadas à pressa, foram um desastre, ou então não estivesse ele em campanha, com dinheiro do estado; Alguém esqueceu-se de dizer a este senhor de que, quando ele viaja com dinheiro do Estado, ele o faz enquanto primeiro-ministro e quando viaja enquanto presidente do PAICV, ele que peça dinheiro ao cofre do seu partido.
Naquilo que, de facto, foi a conversa, este nunca respondeu às questões preponderantes, cingindo-se apenas a responder com dados que só eles conhecem, oriundos de estatísticas com cálculos criados pelos mesmos, em que eles são os únicos a ter acesso, isto porque, dos dados apresentados na sala, não eram coincidentes, recolhendo-se logo ao silêncio como forma de tapar os olhos aos mais atentos.
Da falta de humildade e pouco sentido de Estado, este chegou mesmo a afirmar a um doutorando de economia de que, governar Cabo Verde é fácil e que qualquer um pode fazê-lo.
Em sentido irónico, brincando um bocadinho com o ego dos cabo-verdianos, JMN afirmou que, “o que faz um país avançar, é a agua e a energia”, com a realidade em que vivemos em Cabo Verde este senhor só pode estar a brincar, ou então falta de água e apagões nunca chegam a casa dele.
Reconheceu, finalmente, ao decretar que nos próximos tempos governará para as pessoas, por ter esquecido o tecido social durante estes anos todos, aceitando e assumindo, todas as falhas do governo a nível social, começando pela cultura, pela segurança e pelas energias.
No teatro das suas intervenções, passou sempre ao lado do que foi questionado, sempre fugindo. Continue a fugir, que no fim o povo que é soberano, vai dar seu veredicto.
Quanto ao programa Mundo Novo, aceitou que perdeu o controle da situação, dado o fornecedor estar em divida em todos os pedidos, dando desculpas com parceiros da China e dos EUA e uma outra multinacional que ele não identificou, mas que é o governo de José Sócrates, quando todos nós sabemos que o Gota d´àgua é irmão gémeo do Magalhães, separados à nascença mas filhos da mesma mãe.
Todos os presentes, estudantes, pediram mais bolsas e mais trabalho, mas este também fugiu a esta pergunta, logo, compactuando com a ideia de que cada vez mais há menos bolsas e de valores irrisórios e trabalho nem sinal, até porque, concursos públicos de admissão em Cabo Verde, nem vê-los, apenas fica-se a saber que fulano tal entrou para uma dada instituição ou foi transferido ou foi nomeado, dando primazia aos camaradas e aos comparsas.
Sobre as obras adjudicadas directamente a empresas portuguesas amigos do amigo, nem uma reacção, mas que tem trazido dividendos pessoais ao JMN, prova disso está a vista de todos, recebendo de empresários palacetes como prenda. Prenda ou gratificado?
Finalmente, aceitou que a insegurança tomou conta das nossas ilhas, bem como o medo que as pessoas tem de estar na rua até tarde com amigos ou familiares, mas que isto resulta das extradições de cabo-verdianos da diáspora para Cabo Verde, países que Cabo Verde não pode dizer que não, devido a dividas avultadas que Cabo Verde tem para com estes.
Por falar em dividas, nacional e externa, este reconheceu que Cabo Verde está nas mãos dos credores, até porque nos últimos anos este deixou de pagar suas dividas e aparecendo JMN na primeira pessoa negociando o adiamento destas dividas, que provavelmente cairão sobre o MPD na próxima legislatura.
Quando questionado sobre as empresas ELECTRA/TACV, empresa que durante estes últimos anos tem funcionado como viveiro dos novos ricos em Cabo Verde, para onde inclusive JMN nomeou familiares para a direcção, declarou a privatização mais do que anunciada para 2011.
E finalmente, alguém lembrou a este senhor, que um governo tem de governar é para as pessoas, que as pessoas devem estar sempre em primeiro lugar. De facto Carlos Veiga tem sido a fonte de inspiração para Neves nestes últimos tempos, foi assim nos encontros com as juventudes, com as mulheres, com o intercâmbio com os amigos, simpatizantes e militantes em redes sociais, com o propósito de governar com e para as pessoas, só falta o próprio Neves votar no Veiga.
Quando muito criticado e questionado sobre politicas sociais, na educação e formação, no investimento cerrado no capital humano, este responde que, este é o momento de investir forte no capital humano, perguntou-se, é com 2% do orçamento direccionado para a educação é que pretende investir no capital humano? Não passe mais atestados de burrice ao povo cabo-verdiano.
Além do mais, sobre o orçamento, nunca chegou a explicar, assim como não o fez em momento próprio, no debate parlamentar, o favor de explicar, afinal o que é aquilo ou aquele item que o mesmo inventou e introduziu no orçamento denominado, Boa Governação e logo absorvendo 12% do orçamento. Será esta verba destinada, às viagens do Sr. Ministro e das suas tropas, ou é para ser gasta em festas do partido ou parte dela é para financiar mais umas bolsas para as suas queridas amigas.
Exigimos a verdade e a transparência, valores basilares da democracia, cujos senhores daquela estrela preta não conhecem ou simplesmente ignoram.
Viva a juventude cabo-verdiana (mais atenta).
Viva Cabo Verde.
Juventude Para a Democracia – Portugal.
http://www.carlosveiga2011.cv/index.php?option=com_content&view=article&id=600:a-des-conversa-com-jose-maria-neves&catid=33:sala-imprensa&Itemid=56

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