quarta-feira, 28 de março de 2012

CV:Mais de 50 mil praienses sofrem com apagões

São mais de 50 mil pessoas que estão a sofrer com os apagões na cidade da Praia. Todos os dias lá estão eles na linha da frente dos cortes de energia. Nas últimas duas semanas foram todos os dias e, às vezes, durante mais de dez horas por dia. Os moradores já falam em discriminação em relação a outros bairros “chiques” onde poucas vezes falta a luz. E, às voltas com os prejuízos causados, pedem medidas urgentes por parte da Electra. Fazenda, Vila Nova, Achadinha, Eugénio Lima, Bairro Craveiro Lopes, Safende, Calabaceira, Ponta d’Água, Pensamento e Tira Chapéu são alguns dos bairros que se sentem discriminados em relação a outras zonas “chiques” – Palmarejo, Plateau, Achada de Santo António ou Terra Branca - onde poucas vezes falta a luz. Ou quando cai volta logo de seguida. Contactado pela nossa reportagem, um morador de Eugénio Lima descreve a situação. “A luz cai todos os dias por volta das 11 horas e só volta perto da meia-noite. Com isto, já todos perderam as contas aos prejuízos. Para os coitados que não têm motor, a solução é colocar muitos produtos no lixo”, lamenta a nossa fonte, informando também que, como se isso não bastasse, o bairro está a sofrer com a falta de água nas torneiras. Perante este “atropelo” ao fornecimento de dois bens essenciais, a nossa fonte apela à Electra para fazer cortes “mais racionais e equilibrados”. É que, diz, depois “ninguém dá a cara aos estragos nas lojas, cafés e mercados, casas particulares, barbearias, cybers”. A mesma situação acontece em Achadinha. Uma moradora conta que os apagões duram há mais de 20 dias. “Há dias em que a luz cai de manhã e só volta à noite e há outras vezes em que é cortada à noite e só volta de madrugada”, descreve. “As pessoas preferem não comprar muitos produtos e, quem pode, arranja um gerador para se prevenir”. Um morador da Fazenda diz que os cortes neste bairro duram entre oito a 10 horas por dia, uma situação lamentável que se prolonga há semanas. Nos fins-de-semana, é a desilusão. Ninguém consegue fazer os seus trabalhos domésticos, nem lavar quanto menos engomar a roupa e estar informado do que se passa no mundo. Apesar de muitos moradores já estarem preparados para o que der e vier, viram baterias para a Electra. Reconhecem os vários problemas por que passa a empresa, mas apelam para cortar energia de uma forma contrabalançada, para este bem chegar a todos. No bairro de Ponta d’Água, há relatos de um grupo de moradores que, agastado com os apagões diários, tomou uma decisão radical: desligou a sua rede – que, afinal, pouco servia - até a Electra apresentar solução para o problema. Apesar de várias tentativas, o asemanaonline não conseguiu falar com os responsáveis da Electra para uma explicação sobre esta situação que se arrasta há longos e penosos dias. Foi-nos informado na sede da empresa, na Gamboa, que só o PCA, Alexandre Fontes, pode prestar declarações, mas este encontra-se de viagem para a ilha da Boa Vista. Entretanto, na semana passada, Fontes garantiu que a Electra iria intensificar os cortes de energia e água aos clientes que se atrasam no pagamento das suas facturas. http://asemana.sapo.cv/spip.php?article74348&ak=1#ancre_comm 28 Março 2012

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