quinta-feira, 10 de maio de 2012

ASEMANA:Igreja considera “legítimas” as reivindicações dos sindicatos

O bispo da Diocese de Santiago recebeu nesta quarta-feira, 9, os dirigentes das centrais sindicais que agendaram uma manifestação para o dia 1 de Junho. Dom Arlindo Furtado considerou que o encontro foi “uma amabilidade” para darem a conhecer as suas reivindicações que o bispo considerou “legítimas”. Ainda assim, desejou que “todas estas situações fossem resolvidas sem passarem por estes movimentos”. Depois de ouvir os líderes das centrais sindicais de Cabo Verde, UNTC-CS e CCSL, Dom Arlindo Furtado agradeceu a “amabilidade” dos sindicalistas por o terem colocado a par das lutas que estão a organizar, como é o caso da manifestação do dia 1 de Junho e assume que “não pediram apoio, até porque não se trata de dar apoio ou não por parte da Igreja, até porque a Igreja não é sindicato”.

Questionado sobre o olhar da Igreja sobre estas preocupações dos trabalhadores, levadas pelos sindicalistas, Dom Arlindo Furtado defende que, “em princípio, as coisas têm os seus trâmites”. “Há a concertação social onde estes assuntos são discutidos por quem de direito e naturalmente há outras instâncias também, como associações, mas são formas legítimas, que em democracia são permitidas e estão estabelecidas, nesse aspecto não tenho nada a dizer”, explicou o bispo.

“Há uma estrutura democrática que funciona e há mecanismos que também se proporcionam para estas situações, portanto, não tenho muito que opinar sobre estas questões. As pessoas que estão implicadas também têm outras formas de dialogarem, como na concertação social, mas tudo são formas legítimas de se agir em determinadas situações. O desejável era que estas situações fossem resolvidas sem passarem por todos estes movimentos, mas que são legítimos”, acrescentou Arlindo Furtado.

O bispo da diocese de Santiago deixou claro que cada instituição tem o seu papel apesar de assumir que “a Igreja é muito sensível à questão da justiça social e dos direitos trabalhadores, assim como da satisfação das necessidades básicas, mas em todos os sectores sociais é preciso que haja organismos que ajudem a acelerar certas decisões”. “O normal é que aconteçam estas dinâmicas porque são elas que fazem evoluir a sociedade no seu todo numa harmonia total”, defendeu.

Os dirigentes sindicais, Júlio Ascensão Silva, da União Nacional dos Trabalhadores de Cabo Verde – Central Sindical (UNTC-CS), e José Manuel Vaz, da Confederação Cabo-verdiana dos Sindicatos Livres (CCSL), passaram esta quarta-feira, 9, em audiências, com vários responsáveis onde apresentaram a “indignação e descontentamento” pela “falta de diálogo e injustiças” do governo e apresentaram os argumentos que os levam a organizar a manifestação no dia 1 de Junho.

“A manifestação é irreversível. Vai acontecer no dia 1 de Junho na parte da manhã. Estamos a organizar para o feriado para que o máximo de pessoas possa participar sem que para isso perca um dia de trabalho e será no período da manhã para que o resto do dia possa ser passado em família, nomeadamente com as crianças, uma vez que é o dia delas”, justificam os sindicalistas.
IMN-10 Maio 2012
http://asemana.sapo.cv/spip.php?article76008&ak=1

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