terça-feira, 30 de outubro de 2012

CV:Declaração Política sobre "partidarização" na administração pública “incendeia” Parlamento


O Movimento para a Democracia (MpD - oposição) considerou hoje que a administração pública cabo-verdiana está marcada por "nepotismo e excessiva partidarização", o que traz "graves consequências" para a democracia e economia do país.
Numa declaração política, tendo como tema a "excessiva partidarização" na administração pública em detrimento do mérito das pessoas, o líder do grupo parlamentar do principal partido da oposição, Fernando Elísio Freire, disse que esta situação está a contribuir para que determinadas empresas tenham um "desempenho muito baixo".

"Queremos promover a transparência", afirmou Elísio Freire, para justificar a declaração política do seu grupo parlamentar.

Na sua declaração, a bancada "ventoinha" citou o exemplo da recente nomeação do novo conselho de administração da Radiotelevisão Caboverdiana (RTC) e a designação de Manuel Inocêncio Sousa, dirigente do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV - poder), para o cargo de presidente do conselho de administração da CVTelecom, o que significa "pagamento dos favores políticos".

"A maioria das empresas públicas tem enfrentado dificuldades porque são dirigidas por militantes do PAICV sem que tenham mérito para o efeito", declarou o líder do grupo parlamentar do MpD.

No dizer do Movimento para a Democracia, a maioria dos serviços dos Estado tem tido à frente "militantes ferrenhos do PAICV".
"O país precisa urgentemente uma lei de incompatibilidade", sublinhou Elísio Freire, para depois dizer que o "amiguismo tem de acabar em Cabo Verde".

A bancada do PAICV, reagindo às declarações do MpD, esclareceu que no país existe uma lei de incompatibilidade, que data de 1995.

De acordo com líder do grupo, José Manuel Andrade, o PAICV está disponível para discutir a lei se o MpD assim entender.

Manuel Andrade lembrou ao seu colega deputado que a Constituição estabelece que ninguém deve ser prejudicado por causa das suas convicções político-ideológicas.

Segundo José Manuel Andrade, o líder da bancada do MpD entra em contradição com aquilo que afirma. Todos os cidadãos devem ter igual oportunidade."Onde está escrito em lei que, para os cargos na administração pública, tem que ser alguém não conotado com o PAICV?", interrogou o líder do grupo parlamentar do partido que sustenta o Governo, acrescentando que uma "arrogância" da parte do MpD que apenas "os seus militantes são competentes e os outros não".
30-10-2012
Fonte: Inforpress/ExpressodasIlhas

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