sexta-feira, 2 de novembro de 2012

GUINÉ BISSAU:PR transição da Guiné-Bissau junta partidos e militares para analisar situação do país


O Presidente de transição da Guiné-Bissau, Serifo Nhamadjo, juntou hoje na Presidência da República os dois principais partidos do país e as chefias militares para analisarem em conjunto o andamento do país.
A ideia de Serifo Nhamadjo é tentar levar os dois principais partidos, o PAIGC e o PRS, e os militares a chegaram a um entendimento para que as instituições da República, o Parlamento e o Governo, funcionem melhor.
Falando aos jornalistas, os líderes das duas delegações partidárias tiveram posicionamentos diferentes sobre os resultados da reunião, que durou cerca de quatro horas.
Para Augusto Poquena, secretário-geral do Partido da Renovação Social (PRS), a reunião serviu para o PAIGC (Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde) reforçar que não reconhece o golpe de Estado de 12 de Abril passado que o tirou do poder.
"O Presidente reuniu os principais partidos do país, na presença das chefias militares para vermos as possibilidades de saída da crise, mas infelizmente o PAIGC continuou a situação de bloqueio, reivindicando os órgãos da soberania, nomeadamente a Assembleia Nacional Popular (ANP, Parlamento guineense) e a chefia do Governo, esquecendo-se que houve o golpe de Estado, que não estamos numa situação normal", afirmou Poquena.
O secretário-geral do PRS acusa o PAIGC de não estar com vontade para fazer o país sair do impasse.
"Chegámos à conclusão de que o PAIGC não tem boa-fé, não tem vontade política para sairmos desta situação", defendeu Augusto Poquena.
O líder da delegação do PAIGC, Luís Oliveira Sanca, contrapôs esta argumentação dos "renovadores" afirmando que a reunião "foi positiva" na medida em que se abriu o caminho para o diálogo entre os dois principais partidos.
"A reunião foi bastante positiva, saímos muito satisfeitos", disse Oliveira Sanca, antigo ministro da Administração Territorial, prometendo que o seu partido irá analisar as propostas apresentadas pelo PRS no sentido de assinar o Pacto de Transição.
Augusto Poquena diz que o PAIGC, por não assinar ainda o Pacto de Transição, não reconhece o golpe de Estado e por isso dificulta o andamento normal do país.
"Propusemos que assinassem o pacto de transição para, a partir daí, estarmos em condições de trabalhar em pé de igualdade com os demais partidos políticos. Infelizmente o PAIGC não se dignou a aceitar o golpe de Estado de 12 de abril, não assinou o Pacto de Transição e ainda está a reivindicar os lugares cimeiros dos órgãos de transição", explicou Poquena.
Luís Oliveira Sanca refuta esta alegação, dizendo que é uma evidência o golpe de Estado de 12 de Abril.
"Estamos numa situação de facto consumado, como é que podemos não reconhecer o golpe que é evidente. Estávamos numa reunião onde estavam as chefias das forças armadas", lembrou Oliveira Sanca.
Para o secretário-geral do PRS, a decisão final do impasse cabe agora ao Presidente de transição, Serifo Nhamadjo.Para Oliveira Sanca, os dois partidos devem continuar o diálogo.
Antes de receber os dois principais partidos e as chefias militares, que não falaram à imprensa, o Presidente de transição havia reunido o Conselho de Estado pela primeira vez, também para analisar a situação do país.
O porta-voz da reunião, Armando Ramos, afirmou que a reunião servir para lançar as bases para um diálogo nacional inclusivo.
Inforpress

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