terça-feira, 6 de novembro de 2012

USA:Entenda como funciona o Colégio Eleitoral americano II


Por Carolina Cimenti, de Nova York 
© AP
Al Gore perdeu para George W. Bush apesar de ter conquistado a maioria dos votos nas eleições presidenciais de 2000 (foto de 02/07/2010)

Com exceção de Nebraska e Maine, vigora em todos os Estados americanos o sistema "o ganhador leva tudo", em que o candidato com maior número de votos conquista todos os delegados do Estado. Essa regra acaba fazendo com que os candidatos invistam mais tempo e dinheiro em Estados em que seus respectivos partidos são tradicionalmente favoritos.

Por exemplo, em eleições recentes a Califórnia e Nova York demonstraram que tendem a votar mais nos democratas, enquanto o Texas normalmente elege republicanos. É mais vantajoso para um democrata garantir sua vitória nos dois primeiro Estados, portanto, do que investir muito e acabar perdendo, mesmo que seja por um voto, no Texas. 
Em Nebrasca, que conta com 5 votos no Colégio Eleitoral, existem três distritos eleitorais. O candidato mais votado em cada um leva um voto, enquanto o mais votado no total leva os dois votos finais. Com direito a quatro votos, o Estado do Maine adota a mesma distruibuição em relação a seus dois distritos eleitorais.
Eleição dos delegados
Os representantes do Colégio Eleitoral são nomeados meses antes das eleições, durante as primárias ou os cáucuses, votações que determinam quem será o candidato de cada partido. Eles normalmente são ligados aos republicanos ou democratas e são indicados pela liderança partidária para assumir esse papel.
Ao fim da eleição, eles escreverão o nome do vencedor no número correspondente de cédulas a que cada Estado tem direito. Nos dias seguintes, esses votos serão enviados ao Senado americano, onde serão contados para que o anúncio oficial do vencedor da disputa presidencial seja feito em 17 de dezembro.
Após a controvertida eleição de Bush em 2000, foi iniciada uma forte campanha para que o Colégio Eleitoral fosse abolido, e os votos passassem a ser diretos nos EUA. Em 2001, o Instituto de Pesquisa Gallup afirmou que mais de 60% da população gostaria que a Constituição fosse modificada com esse fim.
Os críticos do Colégio Eleitoral dizem que o sistema é arcaico e precisa ser modernizado para corresponder mais fielmente ao desejo dos eleitores. Seus defensores, porém, insistem que os Estados pequenos poderão perder importância na corrida eleitoral caso o voto seja direto. Afinal, a importância dos eleitores das grandes cidades cresceria, enquanto a campanha eleitoral nas pequenas cidades e no meio rural seria praticamente abandonada, assim como os investimentos estatais durante todo o mandato do presidente.
A maior desvantagem da eleição indireta, porém, é em relação aos partidos menores. Eles nunca terão chances de crescer e ganhar mais eleitores enquanto o vencedor de cada Estado ganhar todos os votos do colégio eleitoral. É exatamente por isso que os únicos partidos que monopolizam a política americana são o Democrata e o Republicano. É quase impossível para um terceiro partido entrar na corrida.

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