quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

CV:FOGO NÃO CONSTA DA “LISTA DE PRIORIDADES” DO PRIMEIRO-MINISTRO


As mentiras e as promessas não cumpridas de JMN 
O role é quase infindável e, tomando como ponto de partida a “novela” do anel rodoviário, saltamos para o projeto do porto e do aeroporto internacional. Moral da história: José Maria Neves tem andado a mentir e a gozar com a paciência dos foguenses
José Maria Neves deve dizer qual o montante já gasto nas obras; qual foi a última alteração do contrato com a empresa e qual a atual extensão prevista do anel; bem como se o governo tem dinheiro para a retoma imediata das obras
José Maria Neves deve dizer qual o montante já gasto nas obras; qual foi a última alteração do contrato com a empresa e qual a atual extensão prevista do anel; bem como se o governo tem dinheiro para a retoma imediata das obras
Praia, 27 dezembro 2012 – O Primeiro-ministro e o seu governo “assumiram que a Ilha do Fogo não consta das suas listas de prioridades e só serve para votar”. Quem o diz é Jorge Nogueira, deputado do MpD eleito por aquele círculo eleitoral, referindo-se à paralisação das obras do Anel Rodoviário da ilha do vulcão, mas não só.
Segundo o parlamentar ventoinha, a atitude de José Maria Neves “causa indignação e revolta”, pela forma “descarada e patética” como vem “recorrendo à mentira e a argumentos fúteis” para “enganar os foguense”. Isto, ao mesmo tempo que acusa o Primeiro-ministro de “fraude eleitoral” no que respeita à promessa de um aeroporto internacional do Fogo.
Argumentando que José Maria Neves é “leviano”, ao desresponsabilizar o governo pela suspensão da obra do anel rodoviário, Jorge Nogueira diz que o chefe do executivo está a passar aos foguense um “atestado de menoridade”, porquanto a culpa é, muito menos, da empresa que tem às costas um calote do governo no valor de 700 mil contos – uma dívida responsável, desde já, pelo despedimento de mais de cem trabalhadores.
UMA HISTÓRIA DE MENTIRAS E DEMAGOGIA
“Levianamente, o Primeiro-ministro atribui a culpa a trabalhos a mais encontrados e que fizeram com que tenha já sido gasto o dobro do preço inicial das obras do Anel”, diz o deputado, para quem este argumento de JMN é “patético”, na medida em que não se entende como é que, com apenas um terço das obras realizado, se tenha gasto o dobro do orçamento total previsto no projeto.
“Como foi possível, com os estudos feitos e com um projeto que diz-se ter custado uma fortuna, não se ter previsto coisas básicas, como o desmoronamento das rochas ou a substituição de condutas de água em ferro, utilizadas há varias dezenas de anos?”, interroga Nogueira, questionando também se o Ministério das Infraestruturas não dispõe de técnicos, e adiantando que “quando se tem os quadros do pessoal técnico dos ministérios preenchidos com os ‘boys’ cuja missão principal é fazer campanha e elogiar os chefes, o resultado é previsível”.
Jorge Nogueira não tem dúvidas de que o Anel Ferroviário do Fogo “tem sido uma história de mentiras e demagogia”, promovida pelo governo de José Maria Neves: “primeiro, seriam 100 quilómetros de estradas; depois, para a zona sul, a estrada iria até Cova Figueira; recentemente, passou a ser de S. Filipe até Patim; e “agora fala-se que, para a zona norte, a estrada irá até Rocha Fora e há quem adiante que a proposta é ir até Campanas, ou seja, o que seria uma estrada de 100 quilómetros, em forma de anel, toda asfaltada, será reduzida para menos de 50 quilómetros, cobrindo apenas uma parte do concelho de S. Filipe”. E, isto, ainda segundo o deputado e coordenador regional do MpD, “na eventualidade de as obras vierem a ser retomadas”.
JMN TEM DE FALAR VERDADE
O parlamentar exige, em nome do seu partido, que José Maria Neves “fale a verdade aos foguenses”, nomeadamente, dizendo qual o montante já gasto nas obras; qual foi a última alteração do contrato com a empresa e qual a atual extensão prevista do anel; bem como se o governo tem dinheiro para a retoma imediata das obras. É que, para Jorge Nogueira, é inadmissível que as pessoas tenham de conviver por mais tempo com buracos e poeira, “fruto de incompetência, desleixo e de um governo mentiroso”.
O ROLE DAS MENTIRAS DO GOVERNO
É extenso o role de mentiras de José Maria Neves e dos seus ministros, uma descrição exaustiva de Jorge Nogueira, que não podemos deixar de reproduzir:
- Em 21 de Setembro de 2011 o ministro José Maria Veiga garantia, depois de duas paragens anteriores, que as obras do anel não iriam parar. Dois dias depois, as obras foram paralisadas. Nessa altura, ele garantia que “a conclusão da circular do Fogo dependia de mais 600 mil contos”. Garantia ainda que as verbas previstas para o anel constavam do Orçamento Geral do Estado para 2012;
- Em 16 de Agosto de 2012, a ministra Sara Lopes, de visita ao Fogo, no decurso de mais uma paralisação, dizia: "Estamos a concluir as negociações com a empresa e, na próxima semana, teremos fechado a negociação e as obras serão retomadas com toda a força". Nessa altura, às escondidas, o governo assumia com a empresa construtora que, para a zona sul, os trabalhos só abrangiam S. Filipe até Patim. Mesmo assim, por o governo não ter honrado os seus compromissos, as obras continuaram paralisadas até hoje, apesar do péssimo estado da estrada.
UMA HISTÓRIA MAL CONTADA
“Se em agosto deste ano havia dinheiro e a própria ministra disse que na semana seguinte as obras seriam retomadas com toda a força, como explicar que dois meses depois as obras são completamente paralisadas, o governo fica a dever centenas de milhares de contos e aparece o Primeiro-ministro a dizer que já gastaram o dobro do previsto?” - interroga-se o líder regional ventoinha, para quem “a história está mal contada”.
… E PROMESSAS NÃO CUMPRIDAS
Mas não foi só a questão do anel rodoviário a ser abordada. Segundo Jorge Nogueira, “o governo não vai igualmente cumprir com o projeto do Cais de Vale dos Cavaleiros”, porquanto “a extensão do primeiro cais já foi cortada, o cais para a pesca não vai ter obras que garantam segurança para o período de ‘mar brabo’, e a tão esperada e necessária asfaltagem da estrada cidade de S. Filipe até Vale dos Cavaleiros, ao contrário do previsto, não vai ser executada”.
Promessas não cumpridas que não ficam por aqui. Porque, passado o tempo da caça ao voto, o projeto do aeroporto internacional também “foi para o lixo”, apesar de José Maria Neves ter dito, em plena campanha, que seria realidade “antes do previsto”, gerando “expetativas” e vendendo “ilusões” aos foguenses.
http://liberal.sapo.cv/noticia.asp?idEdicao=64&id=38146&idSeccao=523&Action=noticia

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