sexta-feira, 29 de março de 2019

Os Melhores Deputados de Cabo Verde |2018|

"Cabo Verde está a ser Assaltado" |2019|

Nelson Freitas, Juan Magan - Every Day All Day

Cesaria Evora - Petit pays (Official Video)

Bana Padre Ki Casam

ILDO LOBO-A MORNA MAIS BONITA

Ferro Gaita - Pon Di Fonga

Ferro Gaita - Mudjer trabadjadera

Kassav - Rete (Live @ Paris)

Don Kikas - Sexta Feira (Official video) HD

domingo, 17 de março de 2019

PORTUGAL| Resumo: Moreirense 0-4 Benfica (Liga 18/19 #26)

CABO VERDE:Visita ao ex-campo do Tarrafal é um sonho que “sabe a pouco” por falta de informação


Tarrafal de Santiago – Para muitos é um sonho visitar o ex-Campo de Concentração do Tarrafal, em Cabo Verde, mas após percorrer os cantos e recantos do sítio histórico, a experiência “sabe a pouco” aos visitantes, que reclamam por mais informação.
Na primeira visita ao campo, o português Valério não ficou com dúvidas: há “pouca informação” no sítio histórico onde desde 2000 funciona o Museu da Resistência. “Uma pessoa quando se desloca aqui a uma distância destas é para recolher alguns dados que nos digam alguma coisa do que foi isto. A informação aqui é muito escassa”.
Em declarações à agência Lusa, Valério, 65 anos, notou que não há muita informação sobre os portugueses que estiveram no espaço, que por sinal foram a maioria, mas também de cabo-verdianos, guineenses e angolanos.
Valério disse que esperava encontrar “tudo ali exposto, pelo menos tudo escrito, visível”.
O Governo cabo-verdiano quer elevar o campo a Património Mundial da Humanidade, mas segundo Valério, da forma como está o sítio não tem condições para alcançar o título.
“Se fizeram aqui algumas coisas, ponham isto mais acessível às pessoas e com mais informação, penso que seria mais fácil para poderem fazer essa candidatura”, considerou.
Também Jorge Garcia, natural de Barcelona, Espanha, visitou as celas, pátios, museu, capela, entre outros sítios pela primeira vez, mas disse igualmente que não encontrou toda a informação no espaço.
“Deveria haver mais dados, mais informação escrita de tudo o que acorreu aqui”, pediu, confessando que o que mais o impressionou foram as celas de isolamento.
O catalão foi ao campo acompanhado de um guia turístico, mas garantiu que mesmo que tivesse ido sozinho teria entendido o que se passou no espaço.
Sobre a candidatura a património mundial, Jorge Garcia disse que é boa, entendendo que vai permitir ter mais informação e que o espaço vai passar a estar mais protegido. “É importante manter a memória”, afirmou.
O cabo-verdiano Salazar Santiago, guia turístico que acompanhou Jorge Garcia, realçou a importância do campo, indicando que é mais procurado por portugueses, mas também por alguns espanhóis.
Salazar Santiago referiu que o campo está dividido em três fases, sendo a primeira dos antifascistas, de que há menos informação, seguida dos anticolonialistas e de um quartel militar.
“Antigamente havia mais informação do que agora, havia imagens, peças pessoais, cartas. É desse tipo de informação que os turistas reclamam. Há coisas escritas, mas não se consegue ter imagem visual do que se passou aqui”, considerou o guia turístico profissional, que trabalha para uma agência portuguesa, que envia cerca de 40 turistas por semana ao campo.
Para Salazar, os visitantes só saem com uma ideia do que se passou no campo se estiverem acompanhados de um guia turístico capaz de lhes explicar o que aconteceu.
“As pessoas dizem que é um campo tão grande, que alguma coisa está mal aqui. Falta alguma informação”, avançou.
Questionado sobre se a classificação poderá dar mais vida em termos de resposta turística, Salazar disse que sim, mas defendeu que os responsáveis do campo devem ouvir os operadores turísticos.
“Os responsáveis têm de contactar os profissionais da área, os guias turistas, as agências de viagens, porque é onde as reclamações vão parar. São os guias que entendem o que falta”, reforçou.
Situado na localidade de Chão Bom, o campo de concentração do Tarrafal foi construído no ano de 1936, tendo recebido os primeiros presos políticos em Outubro do mesmo ano, e funcionado até 1956.
Em 1962, foi reaberto com o nome de “Campo de Trabalho de Chão Bom”, destinado a encarcerar os anticolonialistas de Angola, Guiné-Bissau e Cabo Verde.
Ao todo, estiveram presas no “campo da morte lenta” quase 600 pessoas, sendo 340 antifascistas e 230 anticolonialistas.
Por:Inforpress/Lusa/www.inforpress.publ.cv

PORTUGAL:A história do pugilista cabo-verdiano “Gabriel” chega quinta-feira aos cinemas


CIDADE DE LISBOA – A história de um jovem pugilista cabo-verdiano que se muda para Lisboa à procura do pai dá o mote ao filme “Gabriel”, de Nuno Bernardo, que se estreia na quinta-feira e “mostra a vida como ela é”.
“Gabriel” é, de acordo com o realizador, um “filme de boxe”, de alguém que imigra para Portugal “à procura de algo” e que usa aquele desporto “como uma forma de integração social e cultural”.
A Nuno Bernardo interessa sobretudo, disse em declarações à agência Lusa, o “cinema que mostra a vida como ela é, um cinema que se baseia muito no realismo, em pessoas, em personagens”.
O realizador tentou que “Gabriel” fosse, “acima de tudo um filme narrativo. “O objectivo final é contar uma boa história, contar a história do Gabriel e das outras personagens que entram no filme”, afirmou.
Embora o argumento não seja baseado em factos reais, Nuno Bernardo inspirou-se em “pequenas coisas” que viveu nos últimos anos.
A decisão de “fazer um filme de boxe” surgiu na Irlanda, onde, “há quatro ou cinco anos”, esteve a filmar “um documentário sobre comediantes de ‘stand up’ para uma televisão local”.
“Um destes comediantes era um ex-lutador de boxe e achámos que era boa ideia ir para um clube de boxe filmá-lo a lutar”, recordou. Embora o boxe “nunca tenha sido um desporto que acompanhasse”, Nuno Bernando “adorou” filmá-lo, “o dinamismo, a acção”. “Fiquei apaixonado porque visualmente, cinematograficamente, é um desporto muito interessante de se filmar”, afirmou.
O clube onde decorreram as filmagens, “num bairro numa das zonas mais degradadas de Dublin”, era usado por um ex-campeão de boxe nos anos 1960 “para tentar tirar jovens adolescentes das ruas, dos gangues”.
Nesse momento mudou “radicalmente” a percepção que tinha “daquilo que é o boxe, daquilo que são os lutadores de boxe”, porque “a primeira ideia de quem não conhece é que é um desporto violento”.
A ideia de juntar a imigração ao filme veio da experiência de trabalhar em vários países nos últimos anos. “Estas histórias de alguém que não está no seu país de origem são algo que me liga, me emociona”, partilhou.
O protagonista do filme, Gabriel, é Igor Regalla, que em comum com a personagem tem “a memória do que é ser diferente num país diferente”. Nascido na Guiné-Bissau, Igor Regalla mudou-se com os pais para Portugal com um ano. Entretanto voltou para a Guiné, tendo regressado definitivamente a Portugal com dez anos, ‘empurrado’ por uma guerra civil.
Dar vida a um pugilista exigiu uma preparação que “foi dura”. “Tento preparar-me consoante as personagens, consoante os desafios, mas não sou uma pessoa muito activa no que toca aos ginásios, então esta foi seguramente a parte mais trabalhosa, a parte da adaptação ao corpo de um pugilista”, contou à Lusa, salientando que “tudo o resto foi um prazer enorme”.
Tudo o resto passou por “pesquisar o que é ser um pugilista, a solidão de estar no ringue de boxe e a solução que é a vida à volta daquele ringue”.
“Tentei focar-me muito nisso, porque, apesar de tudo, a personagem do Gabriel está muito sozinha no mundo. A mãe acabou de morrer em Cabo Verde, ele vem para Portugal em busca do pai, porque é a última referência que ele tem de família”, contou.
A música tem uma presença constante no filme, com uma banda sonora que inclui vários ‘rappers’, entre os quais Vado Más Ki Ás, que assina quatro das músicas da banda sonora.
O nome de Vado foi uma sugestão de Igor Regalla. “Houve músicas que ele fez e nas quais me inspirei quando estava a preparar-me para a personagem”, partilhou o actor.
Vado cresceu no Bairro 6 de Maio, na Damaia (Amadora), “um bairro muito problemático na Damaia [Amadora], e é degradante mesmo, as condições das pessoas que lá estão são desumanas”. “Ver uma pessoa como o Vado a vingar, é dessa garra que o Gabriel é feito”, referiu Igor Regalla.
O realizador Nuno Bernardo lembra que o ‘rapper’ “tem uma comunidade de seguidores fantástica”, mas que “se não toca na rádio, se não passa nos jornais, na televisão, acaba por estar fora do olhar o grande público”.
Vado fez uma música original para o filme, que, para Igor Regalla, “se não for nomeada para Melhor Canção pela Academia Portuguesa de Cinema, [é porque] as pessoas estão muito desatentas”.
Igor Regalla está “expectante pela positiva” com a estreia do filme. O actor acredita que “Gabriel” é “um filme que vai quebrar com todos os preconceitos que o cinema português tem”.
“Que é aquela coisa do cinema muito parado, o cinema para as pessoas que têm que pensar, que é mais que legítimo e eu adoro. Mas este filme em concreto é muito rápido. Eu sou suspeito, porque entro em 98% do filme, mas acho que vai ser muito bem aceite pelas pessoas que vão ver, porque há ali uma grande dose de verosimilhança”, defendeu.
O realizador espera que o filme leve ao cinema “pessoas que normalmente não vão ao cinema”, mas também que seja a escolha “de pessoas que vão uma ou duas vezes por mês”.
“Gabriel”, que tem ainda no elenco actores como José Condessa, Ana Marta Ferreira, Almeno Gonçalves, Sérgio Praia e Andala, contou com o apoio do Instituto do Cinema e do Audiovisual (ICA), da RTP e da NOS.
Por:Inforpress/Lusa/https://www.inforpress.publ.cv/