quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

CV:O PAÍS ESTÁ A IR AO FUNDO-Carlos Veiga traça cenário negro e real


Nos últimos sete anos houve um agravamento médio dos preços na ordem dos 31 por cento. Sem atualização salarial, com a economia a descer e o desemprego a subir, a vida dos cabo-verdianos só vai piorar
Governo persiste nos mesmos erros e continua de mão estendida
Governo persiste nos mesmos erros e continua de mão estendida
Praia, 21 janeiro 2013 – O cenário que Carlos Veiga traçou ontem do país é absolutamente demolidor para o governo. Começando por abordar o custo de vida, o líder do MpD avançou com números impressionantes, sustentados por dados do próprio Instituto Nacional de estatística (INE): “nos últimos sete anos se assistiu a um agravamento do nível médio dos preços de 31 por cento, o que significa que em média eles subiram quase 5 por cento ao ano”, referiu Veiga, adiantando que “se observarmos os dados dos últimos três anos e os bens mais consumidos pelas famílias mais pobres (alimentação, rendas, energia e água) a tendência é ainda mais significativa e crescente: o nível médio dos preços da alimentação aumentou 14 por cento e o das rendas, água e eletricidade 15,5 por cento”. Factores que, conjugados com a inexistência de atualizações salariais, acentuam a quebra do poder de compra e a quebra do consumo das famílias, refletindo um crescimento económico muito baixo e não infletindo a subida do desemprego.

CLIMA ECONÓMICO DETERIOROU-SE
A deterioração do clima económico, conforme é indicado pelo INE, “coincide com o período de maior crescimento do investimento público em Cabo Verde”, o que, segundo Carlos Veiga, “mais uma vez demonstra que a aposta cega no investimento público como motor da economia não se traduz na aceleração do crescimento económico e, pelo contrário, pode acarretar encargos insuportáveis para a economia quando financiada de forma inconsiderada por endividamento externo, como aconteceu no período em referência”.

Os indicadores do último trimestre de 2012, apontados pelo INE, confirmam a evolução negativa dos indicadores do clima económico, confirmada, conforme Veiga referiu, “pela quebra de confiança dos agentes económicos”. Aliás, todos os setores inquiridos pelo INE revelam uma conjuntura negativa, à exceção do comércio de feira.

GOVERNO PEDINCHA
Carlos Veiga insurgiu-se contra a intenção do governo em “atrasar o mais possível” a entrada em vigor do estatuto de País de Rendimento Médio (PRM), depois do “aproveitamento político” que o governo e seus apoiantes fizeram dessa graduação. O ministro das Relações Exteriores vai “mais uma vez pedinchar um novo período de prorrogação até 2015, para que Cabo Verde possa continuar a beneficiar de empréstimos concessionais para continuar a construir infraestruturas”, denunciou Carlos Veiga, para quem “ o Governo quer, afinal, que o país permaneça na prática como parte do grupo dos Países Menos Avançados (PMA), eufemismo para designar os países mais pobres do mundo. E quer continuar a endividar o país sem retorno económico, mantendo-se numa via de financiamento da nossa economia inadequada porque, como está à vista de todos, se esgotou”. Ou seja, o governo nada fez para preparar o estatuto de PRM, mas continua a persistir na mesma política errada com resultados “claros para todos”, como indicou Carlos Veiga: “crescimento económico cada vez mais insuficiente, desemprego em alta, dependência total do exterior, record de défices orçamental e das contas externas, endividamento insustentável tanto do Estado como das famílias e das empresas, competitividade externa extremamente fraca e incapacidade de fazer face a choques externos”.
http://liberal.sapo.cv/noticia.asp?idEdicao=64&id=38464&idSeccao=523&Action=noticia

Sem comentários:

Enviar um comentário

Comentar com elegância e com respeito para o próximo.