Roterdão- O vice-presidente do Movimento para a Democracia (MpD – oposição), Jorge Santos, afirmou domingo, que a ausência de uma embaixada de Cabo Verde na Holanda tem criado problemas de relacionamento com o Estado holandês, reduzindo a cooperação entre estes dois países.
Jorge Santos está em Roterdão desde sábado, em representação de Jorge Carlos Fonseca, candidato que o seu partido apoia às eleições presidenciais de 7 de Agosto, e que não pôde se deslocar à Holanda, devido a alteração da agenda, adiando assim a visita para uma data a indicar, nos próximos dias.
Em Roterdão, Jorge Santos reuniu-se com os elementos da estrutura do MpD, passou em revista o trabalho da comissão que apoia o candidato presidencial Jorge Carlos Fonseca e, por fim, encetou contactos individualizados com os cidadãos.
Jorge Santos ainda assistiu durante alguns minutos, à festa dos 36 anos de Independência, um evento que o número dois do MpD classificou “de escândalo e esbanjamento por parte do PAICV” (partido no poder).
“Basta ver para as tendas dos dois candidatos (presidenciais) Manuel Inocêncio e Aristides Lima. Isto é mais campanha do que festa, e tudo isto foi organizado por um partido”.
Jorge Santos fez saber que, além de uma melhor integração social, cultural e económico dos emigrantes, o candidato apoiado pelo seu partido defende a implementação de uma boa representação diplomática, como meio para equacionar alguns problemas na diáspora.
Quanto ao compromisso com os cabo-verdianos na Holanda, Jorge Santos defendeu a abertura de uma Embaixada de Cabo Verde nesse país, pelo facto deste ser um dos que mais tem contribuído para a construção e o desenvolvimento do arquipélago e, também, pelas oportunidades que oferece enquanto Estado, e como centro financeiro e de negócio.
Considerando a comunidade cabo-verdiana bem integrada, o dirigente do MpD acusou o actual Presidente da República de visitar a Líbia três vezes num ano e Holanda e Luxemburgo “nunca em dez anos”, sublinhando que Pedro Pires tem medo de confrontar as ideias com as comunidades.
O membro da comissão da candidatura de Jorge Carlos Fonseca promete um Presidente junto das comunidades.
Jorge Santos aponta como instrumentos concretos para encurtar esse afastamento, entre outras medidas, a criação do estatuto do investidor emigrante para Cabo Verde, o abaixamento das taxas alfandegárias e a diminuição da carga fiscal.
Essas medidas, esclareceu Jorge Santos, são tomadas pelo Governo, mas a intervenção concertada de um chefe de Estado com o Executivo pode influenciar nessas decisões, e é isto que o Presidente da República, promovido pelo partido “ventoinha”, vai fazer, afiançou o vice-presidente do MpD.
A liberalização do espaço aereo de modo a baixar o preço das passagens de viagens a Cabo Verde, segundo o vice-presidente do MpD, constitui uma outra preocupação da equipa de Jorge Carlos Fonseca.
Por António Verissimo
Foto:Luis Moreira
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