terça-feira, 9 de agosto de 2011

CV(LIBERAL):OS GURUS DA HIPOCRISIA-Por Casimiro de Pina

Praia-José Maria Pereira Neves, após ter diminuído, da forma que se sabe, Aristides Lima e os outros, no lodaçal da intolerância, prepara-se, então, para a estocada final: comprar-lhes, definitivamente, a alma, que é o apogeu do poder e da vaidade pessoal (outrora falava-se em “culto da personalidade”)
Ninguém ousa, creio, contestar esta verdade auto-evidente: José Maria Neves é o político mais cínico e hipócrita da II República. Cínico mais cínico…não há!
Após ter arrasado a candidatura de Aristides Lima (chantageando funcionários e chefias, comprando votos “ad hoc”, transferindo, cirurgicamente, cheques do Tesouro nas vésperas do acto eleitoral, segundo denúncias de Roselma Évora e d’outros apoiantes de Lima, que finalmente acordaram de um longo torpor), o dr. Neves prepara-se agora, com a maior cara-de-pau do mundo, para subornar uns e outros, comprando, na ressaca da 1.ª volta, a última gota de dignidade dos “intriguistas” e traidores de ontem.
Fingindo-se “homem de Estado” (que, aliás, nunca foi), o grande timoneiro saiu, placidamente, com esta, tentando vender o seu empreiteiro-candidato, que confunde a lei fundamental do país com a barragem de Poilão (lol!):
“Na política devemos ter muita humildade, muita ética, ou seja, é fundamental continuarmos a ser responsáveis, consciencializar e aceitar as regras do jogo democrático, construir os consensos e trabalhar para a realização do bem comum” (http://www.asemana.publ.cv/spip.php?article67326&ak=1#ancre_comm).
Ora, isto é tudo o que o sr. José Maria nunca fez. Um ditadorzeco que construiu a sua mansão num terreno do Estado e, no dia 22 de Janeiro de 2006, cometeu media dúzia de crimes, não tendo, até hoje, prestado contas à justiça. Descarado!
Neves, com a sua infinita truculência, é o principal factor da degradação moral deste país e do Estado de direito, alimentado, a montante e a jusante, por uma formidável máquina de propaganda e por uma rede clientelar bem estabelecida. Pior do que ele, só mesmo Manuel Inocêncio (com o seu ridículo “MI ê Cabo Verde”!!!), cuja empresa, jeitosamente, “fiscalizava” (que bonito!) obras milionárias atribuídas, sem concurso, aos camaradas do além-mar (em troca de quê?)…
Para essa gente sem escrúpulos, apostada nas negociatas e no enriquecimento fácil, tudo vale na política. Hoje, maltrata-se o adversário; amanhã, compra-se-lhe a honra por um prato de lentilhas. Tudo se “arranja”, nos subterrâneos podres da República!
É a mais violenta desumanização, num caldo de prepotência, caciquismo, falta de respeito e vulgaridade, em que a dignidade humana, já sem qualquer substância, se rebaixa a uma mercadoria transaccionável no mercado. É a total ausência de seriedade e de valores.
José Maria Pereira Neves, após ter diminuído, da forma que se sabe, Aristides Lima e os outros, no lodaçal da intolerância, prepara-se, então, para a estocada final: comprar-lhes, definitivamente, a alma, que é o apogeu do poder e da vaidade pessoal (outrora falava-se em “culto da personalidade”).
Isto é: pensa reduzir, com a estratégia da cenoura, os seus adversários internos à insignificância, à triste rendição moral, obrigando, antes de mais, o dr. Aristides Lima, cabisbaixo, a meter a melodiosa viola da “cidadania”, que tanta gente seduziu, no saco do Centralismo Democrático, às ordens mansas e doutas do Chefe…
Resta saber se os cabo-verdianos vão aturar mais esta jogada suja de um tirano de pacotilha, ou se vão, num grito de Liberdade, tão sufocada nestes dias, reforçar a confiança em Jorge Carlos Fonseca na segunda volta (21 de Agosto), votando, conscientemente, num homem de carácter e numa inteligência centrada nos caminhos da “Polis” e da Constituição.
Para ele, os votos não se compram, nem se vendem. A verdadeira Cidadania é exigente. É o orgulho do Cidadão altivo e justo, para quem a virtude não é uma palavra vã.
Fonseca não é um vendedor de banha de cobra. Ele fala claro com as pessoas. A sua ética não é a “ética” fácil da dependência, da exploração da miséria, a ética dos pigmeus e politiqueiros da Neveslândia.
Jorge, cuja voz se impõe tranquilamente, aponta para longe, e encontra-se, aí, com o grande Immanuel Kant, nesta máxima luminosa que os pobres de espírito não podem pronunciar:
“Age de tal maneira que uses a humanidade, tanto na tua pessoa como na de qualquer outra, sempre e simultaneamente como um fim, e nunca como um meio. (…) Quando uma coisa tem um preço, pode-se pôr em vez dele qualquer outro como equivalente; mas quando uma coisa está acima de todo o preço e, portanto, não permite equivalente, então tem ela dignidade”.
http://liberal.sapo.cv/noticia.asp?idEdicao=64&id=33440&idSeccao=527&Action=noticia

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