sexta-feira, 2 de novembro de 2012

AFRICA SUL:Jacob Zuma defende que justiça tradicional deve prevalecer sobre “justiça dos brancos


O Presidente sul-africano, Jacob Zuma, exortou na quinta-feira os líderes tradicionais a resolverem as questões de justiça à maneira africana, rejeitando aquilo a que chama "a justiça dos brancos".

Segundo o jornal "The Times" de Joanesburgo, Zuma arrancou fortes aplausos da Câmara dos Líderes Tradicionais, um órgão consultivo do parlamento, ao afirmar que "os africanos não devem deixar influenciar por outras culturas nem devem acreditar que os advogados os podem ajudar", exortando-os a manter os seus tribunais tribais.
"Vamos resolver os nossos problemas à maneira africana, não à maneira do homem branco", disse o Presidente da República, que tem sido objeto de vários processos-crime nos últimos anos sem nunca ter sido condenado.
Atualmente, Zuma enfrenta uma onda de críticas, quer no parlamento quer na comunicação social, por não ter ainda obedecido a uma ordem judicial segundo a qual deveria ter entregado, há mais de seis meses, à oposição, os registos legais que explicam porque é que em 2009, um processo-crime por corrupção contra si movido pelo Ministério Público, foi arquivado antes do julgamento se ter iniciado.
Discursando perante os chefes tribais, Jacob Zuma deu assim forte apoio a um projeto-lei que está em discussão no parlamento desde 2008 e que confere poderes aos chefes tribais para serem procuradores, advogados e juízes em julgamentos realizados nas suas jurisdições à maneira tradicional.
Vários membros do parlamento, incluindo deputadas da bancada do partido no poder (o ANC) têm levantado fortes objeções ao projeto-lei, considerando que os tribunais tradicionais retiram por completo às mulheres o direito à justiça, negando-lhes qualquer papel, que não seja o de arguido, naqueles julgamentos.
Inforpress

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