segunda-feira, 5 de novembro de 2012

HOLANDA:Governo empossado e já fragilizado


Antes mesmo de se instalar, o novo Governo holandês, que toma posse neste dia 5 de novembro, tem de fazer face a algumas dificuldades: “Um VVD ferido arrasta-se em direção às escadas”, é o título de De Volkskrant na primeira página, numa referência à escadaria do palácio real Huis Ten Bosch. É aí que a equipa de Mark Rutte, o primeiro-ministro liberal do VVD, juntamente com os trabalhistas (PvdA) de Diederik Samsom (que não será ministro), irá fazer pose para a fotografia de grupo, como manda a tradição.
O pomo da discórdia entre os dois parceiros da coligação reside na nova contribuição para o seguro de doença, uma medida considerada demasiado “socialista” por uma parte do VVD e que “ameaça a estabilidade do Governo antes mesmo da tomada de posse”, nota o jornal. Este último lembra que o projeto que visa tornar proporcional a contribuição de acordo com os rendimentos dos beneficiários está, “na sua forma atual, de qualquer maneira, votado ao fracasso na Câmara Alta” (Senado), onde o Governo não tem maioria.
“A agitação relativamente às contribuições é um sinal que antecipa outros males que, seguramente, também irão afetar o PvdA”, prevê De Volkskrant no seu editorial. Trata-se de “medidas dolorosas, mas inevitáveis”. Mark Rutte e Diederik Samsom “atuaram em função das circunstâncias económicas”, que obrigam a Holanda a fazer um corte orçamental de €15 mil milhões.
Trouw parece tomar também a defesa da estratégia adotada pela coligação no poder. O diário apela à capacidade de adaptação de todos os holandeses:
A discórdia e a falta de clareza em relação às contribuições permitiu ganhar pelo menos uma coisa: toda a gente ficou mais consciente de que a saúde precisa de muito dinheiro e que irá precisar de mais ainda. [...] 
 A Holanda encerra um período em que a prosperidade era uma evidência; isso hoje já não acontece. Ninguém pode contar com a ajuda do Estado. Temos de contar apenas connosco. Trata-se de provar alguma criatividade. [...] O facto de estarmos dispostos a mudar e a encontrar novas estratégias irá determinar a nossa prosperidade futura. O novo Governo parece ter noção disso e cada holandês tem de ter noção disso.

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