quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

CV:Carlos Veiga diz que não se demite, vai assumir lugar de deputado

PRAIA-O presidente do Movimento para a Democracia, Carlos Veiga, declarou hoje à Inforpress que não se demite, apesar da derrota de domingo nas legislativas, vai ocupar o seu lugar no Parlamento e não se recandidata às presidenciais.
Sublinhando “não ser um político profissional, mas sim um cidadão na política”, Carlos Veiga, que viu o MpD aumentar em quatro o número de deputados na Assembleia Nacional, mas não evitando nova maioria absoluta do PAICV, disse que se vai manter em funções até à próxima Convenção do partido e estará na Assembleia Nacional como deputado para garantir uma oposição forte.
Quanto às presidenciais, e depois de duas derrotas frente ao actual chefe de Estado, Pedro Pires, nas presidenciais de 2001 e 2006, Carlos Veiga, tido por vários analistas políticos como o “candidato forte” para as presidenciais de 2011, dissipou as dúvidas, reafirmando a posição assumida quando regressou ao partido.
“Quando me candidatei a presidente do MpD candidatei-me para ser primeiro-ministro ou deputado e disse na altura que não me candidataria às presidenciais e continuo na mesma posição. Não me candidato”, declarou à Inforpress.
Questionado sobre o candidato que o partido vai apoiar nas presidenciais, o líder do MpD disse que o assunto vai ainda ser discutido nos órgãos próprios do partido, acrescentando que a Comissão Política reúne-se esta quinta-feira tendo na agenda a análise dos resultados das eleições de domingo e a preparação para as presidenciais.
Jorge Carlos Fonseca e Amílcar Spencer Lopes anunciaram já a sua vontade em serem o candidato presidencial apoiado pelo principal partido da oposição.
Quanto ao seu futuro imediato, Carlos Veiga prometeu estar na bancada do MpD e trabalhar para “defender a consolidação da democracia”, comentando que a democracia cabo-verdiana está ainda muito frágil.
“Estarei no grupo parlamentar permanentemente tomando parte nas decisões fundamentais, a participar nas principais sessões no Parlamento, fazendo a fiscalização lá onde deve fazer-se, em tudo que seja fundamental, desde a discussão do programa do governo, passando pela discussão do orçamento, estado da Nação, nos debates regulares que devem passar a existir estarei lá de certeza absoluta”, sublinhou.
“As instituições democráticas estão muito frágeis e é preciso que a gente lute para a sua consolidação”, acrescentou Carlos Veiga, referindo como exemplos dessas debilidades a inexistência de um Tribunal Constitucional, a dependência das agências reguladoras e a inexistência de uma autoridade reguladora da comunicação social.
“As nossas vozes vão levantar-se contra tudo aquilo que pensamos que seja a diminuição da credibilidade das instituições e da sua solidez, em todos os aspectos”, sublinhou, anunciando que o MpD vai rever todas as leis feitas nos últimos tempos e propor a alteração a várias, entre as quais o pacote relativo à comunicação social.
“Estamos muito mal na comunicação social e temos normas que são condenáveis”, salientou o presidente do MpD, apontando que a lei da comunicação social foi feita sem se levar em conta a revisão da Constituição.
Segundo os resultados provisórios das eleições legislativas de domingo, o Partido Africano para a Independência de Cabo Verde (PAICV) renovou a maioria absoluta ao obter 37 dos 72 deputados em disputa.
O Movimento para a Democracia obteve 33 deputados e a União Caboverdiana Independente e Democrática (UCID), dois (2).
http://legislativas2011.sapo.cv/info/artigo/1128630.html

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