domingo, 27 de fevereiro de 2011

CV:Sem apoio do PAICV não se chega a Presidente da República

PRAIA-O apoio do PAICV a um dos três pré-candidatos da esfera do partido às eleições presidenciais deste ano em Cabo Verde vai ser determinante, com dois dos perfilados a afirmarem à agência Lusa que, se não o obtiverem, desistirão da corrida.
Confrontados com uma espécie de "primárias", a realizar a 10 de março numa reunião do Conselho Nacional (101 membros), as três personalidades ligadas ao Partido Africano da Independência e Cabo Verde (PAICV) admitiram que, na sociedade cabo-verdiana, bipolarizada, só se pode ser candidato com apoios partidários.
Em liça estão Aristides Lima, presidente cessante da Assembleia Nacional (AN, Parlamento), Manuel Inocêncio de Sousa, ministro cessante de Estado, das Infraestruturas, Transportes e Telecomunicações, e David Hopffer Almada, deputado também cessante.
As presidenciais ainda não têm data marcada, mas, segundo a alteração constitucional feita em 2010, terão de decorrer pelo menos seis meses após as legislativas, que decorreram a 06 deste mês e em que o PAICV renovou a maioria absoluta no parlamento e vai formar, em março, novo Governo.
As "primárias" vão decorrer a 10 de março, numa reunião do Conselho Nacional do antigo partido único, órgão de cerca de uma centena de membros, em que os três pré-candidatos irão submeter-se a votação, ganhando quem obtiver maioria absoluta dos votos dos conselheiros.
"A decisão cabe aos conselheiros nacionais do PAICV, pois é a expressão da vontade do órgão. Mas a minha expetativa é positiva, pois já fiz os contactos há muito tempo", disse à Agência Lusa Manuel Inocêncio, descartando a possibilidade de se candidatar à Presidência sem o apoio do partido.
"Isso está fora de questão. Fui sempre muito claro quanto à possibilidade de prosseguir com uma candidatura sem o apoio do PAICV. Não pretendo fazê-lo. Considero que sem o apoio de um partido forte não há viabilidade de uma candidatura presidencial em Cabo Verde", disse.
No mesmo tom se pronunciou à Lusa David Hopffer Almada, que também não põe a hipótese de se candidatar às presidenciais sem o apoio do PAICV.
"Sinto-me confiante. Desde do início, defini dois princípios básicos para a minha eventual candidatura. É ter o apoio da sociedade e do partido, porque sem isso a candidatura não será tão forte quanto desejável. Por isso, sempre contei com este apoio e estou confiante na escolha do partido", adiantou.
Por seu lado, Aristides Lima, também em declarações à Lusa, escusou-se a responder diretamente à questão, optando por sinalizar o "respeito" que tem pelo Conselho Nacional e pelas restantes estruturas do partido e evitando falar em cenários, mesmo se avançará como independente em caso de derrota nas "primárias".
"Penso que este é o momento de fazer um trabalho de aproximação aos conselheiros e mostrar-lhes o nosso apreço pelo trabalho que vão ter e não gostaria de fazer especulação sobre possíveis cenários. Tenho o maior respeito pelo grémio partidário que vai decidir e não vou fazer comentários adicionais sobre isso", afirmou.
Conforme o regulamento eleitoral aprovado na reunião da Comissão Política do PAICV, a votação será antecedida de um período de 30 minutos para que cada um dos pré-candidatos explique as razões para solicitar o apoio do PAICV à sua candidatura presidencial e de 15 minutos, para os conselheiros formularem perguntas aos mesmos.
A bipolarização política em Cabo Verde surge através do Movimento para a Democracia (MpD, derrotado pela terceira vez consecutiva em legislativas), que tem na sua esfera dois candidatos -- Jorge Carlos Fonseca (antigo chefe da diplomacia) e Amílcar Spencer Lopes (antigo presidente do Parlamento).
A direção nacional do MpD, por sua vez, reúne-se a 05 de março para decidir qual o candidato a apoiar.
CLI/JSD.
http://noticias.sapo.cv/lusa/artigo/12211714.html

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