Lisboa, 24 out (Lusa) - O estatuto especial que Cabo Verde detém desde 2007 junto União Europeia (UE) tem permitido apoiar o pequeno arquipélago de meio milhão de habitantes a elevar os padrões do nível de vida, sobretudo numa altura de crise internacional.
Elevado também a país de rendimento médio em 2008, com um período de
transição a terminar já em 2013 - o que obrigará as autoridades a ir ao mercado
em condições normais -, Cabo Verde tem ainda um longo caminho a percorrer para
chegar ao tão almejado, e assumido, país desenvolvido.
A Parceria Especial assenta em seis pilares - boa governação, segurança e estabilidade, integração regional, transformação, modernização e convergência técnica e normativa, sociedade do conhecimento e da informação e luta contra a pobreza e pelo desenvolvimento - e em todos eles Cabo Verde tem dado resposta positiva.
Isso mesmo foi já assumido pelo delegado da Comissão Europeia (CE) na Cidade da Praia, ao considerar Cabo Verde um "país especial", pois tem cumprido, além do calendário, os valores inerentes à parceria com a UE: boa governação, transparência económica, respeito pelos direitos humanos e consolidação da democracia.
José Manuel Pinto Monteiro, sem pormenorizar, defendeu que a cooperação entre as duas partes tem de conter, de futuro, maior conteúdo, razão pela qual espera que a visita que o presidente da CE, José Manuel Durão Barroso, efetua sexta-feira e sábado a Cabo Verde possa vir ajudar a melhorá-lo.
José Maria Neves, primeiro-ministro cabo-verdiano, não escondeu já a ambição de elevar Cabo Verde, dentro de 10/15 anos, ao nível de "tudo menos instituições", isto é, participar em todos os programas ao mais alto nível, à exceção das reuniões das comissões, uma vez que é um estado africano.
A informatização de toda a administração pública é um dos passos que Cabo Verde deu de início, consciente de que um pequeno país poderá alcançar os objetivos definidos noutra parceria com os "27", esta ligada à mobilidade.
A livre circulação é uma das grandes ambições, mas o caminho terá de se fazer devagar, recordou José Maria Neves, que se tem socorrido da "muleta" da Macaronésia - que integra Açores, Madeira e Canárias - para tentar, mais tarde, obter financiamentos de programas de apoio às regiões ultraperiféricas da Europa.
A corrida aos financiamentos antes de terminar o período de transição é, aliás, uma das preocupações das autoridades cabo-verdianas, que têm estado a diversificar as relações e os contactos para que o acesso a fundos venha de países que, tradicionalmente, nada têm a ver com Cabo Verde.
Não depender de uma Europa em crise é, por isso, o paradoxo enfrentado por Cabo Verde que, ao mesmo tempo, vive dependente do "Velho Continente", para onde segue o grosso das exportações e de onde provém a quase totalidade das importações.
JSD// HB/Lusa/Fim
*** José Sousa Dias, da agência Lusa ***
A Parceria Especial assenta em seis pilares - boa governação, segurança e estabilidade, integração regional, transformação, modernização e convergência técnica e normativa, sociedade do conhecimento e da informação e luta contra a pobreza e pelo desenvolvimento - e em todos eles Cabo Verde tem dado resposta positiva.
Isso mesmo foi já assumido pelo delegado da Comissão Europeia (CE) na Cidade da Praia, ao considerar Cabo Verde um "país especial", pois tem cumprido, além do calendário, os valores inerentes à parceria com a UE: boa governação, transparência económica, respeito pelos direitos humanos e consolidação da democracia.
José Manuel Pinto Monteiro, sem pormenorizar, defendeu que a cooperação entre as duas partes tem de conter, de futuro, maior conteúdo, razão pela qual espera que a visita que o presidente da CE, José Manuel Durão Barroso, efetua sexta-feira e sábado a Cabo Verde possa vir ajudar a melhorá-lo.
José Maria Neves, primeiro-ministro cabo-verdiano, não escondeu já a ambição de elevar Cabo Verde, dentro de 10/15 anos, ao nível de "tudo menos instituições", isto é, participar em todos os programas ao mais alto nível, à exceção das reuniões das comissões, uma vez que é um estado africano.
A informatização de toda a administração pública é um dos passos que Cabo Verde deu de início, consciente de que um pequeno país poderá alcançar os objetivos definidos noutra parceria com os "27", esta ligada à mobilidade.
A livre circulação é uma das grandes ambições, mas o caminho terá de se fazer devagar, recordou José Maria Neves, que se tem socorrido da "muleta" da Macaronésia - que integra Açores, Madeira e Canárias - para tentar, mais tarde, obter financiamentos de programas de apoio às regiões ultraperiféricas da Europa.
A corrida aos financiamentos antes de terminar o período de transição é, aliás, uma das preocupações das autoridades cabo-verdianas, que têm estado a diversificar as relações e os contactos para que o acesso a fundos venha de países que, tradicionalmente, nada têm a ver com Cabo Verde.
Não depender de uma Europa em crise é, por isso, o paradoxo enfrentado por Cabo Verde que, ao mesmo tempo, vive dependente do "Velho Continente", para onde segue o grosso das exportações e de onde provém a quase totalidade das importações.
JSD// HB/Lusa/Fim
*** José Sousa Dias, da agência Lusa ***
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