Na tomada de posse da organização feminina em Portugal
O líder ventoinha anunciou que nos próximos 4 anos o partido vai repensar a sua história e o seu percurso, construindo as alternativas de governação que o País exige. E não deixou de levantar o véu sobre o possível apoio a um candidato presidencial, tecendo rasgados elogios a Jorge Carlos Fonseca
Praia, 8 de Outubro 2012 - Carlos Veiga presidiu ontem na Amadora (Portugal) ao empossamento da Organização das Mulheres para a Democracia (OMpD-PT). Na sua alocução, o líder do MpD começou por dizer que Cabo Verde precisa de mais mulheres na vida politica e que o MpD foi o primeiro partido a chamar para o governo mulheres, citando os nomes de Ondina Ferreira e Helena Semedo, numa altura que era difícil inclui-las no executivo, ou a primeira mulher a presidir a uma Assembleia Municipal, Filomena Delgado. Recorde-se que no tempo do partido único nunca uma mulher fez parte do governo liderado por Pedro Pires.
REFLECTIR E ENCONTRAR SOLUÇÕES
O líder ventoinha anunciou que, neste interregno de 4 anos sem eleições, o partido irá aproveitar para se repensar enquanto organização e projecto político, nomeadamente uma reflexão sobre a história e programa do MpD; encontrar a melhor solução de organização partidária para o País e a diáspora; bem como encontrar soluções para os graves problemas que afectam Cabo Verde.
O desgoverno do país mereceu também uma reflexão do líder, que considerou ter este Governo falhado em áreas fundamentais como a questão da energia e água; a segurança pública; a criação de emprego e o desenvolvimento económico.
CONVENÇÃO PARA A VITÓRIA
Anunciando que a Convenção Nacional do MpD se irá realizar no primeiro trimestre de 2013, ou o mais tardar até Maio, Carlos Veiga definiu como grandes objectivos do partido vencer as eleições legislativas e autárquicas de 2016 e, aludindo implicitamente ao previsível candidato a apoiar nas presidenciais, o líder ventoinha teceu rasgados elogios à forma como Jorge Carlos Fonseca tem exercido a sua magistratura, salientando que pela primeira vez Cabo Verde tem um Presidente que é defensor da Constituição na sua plenitude e quem tem feito um bom trabalho, reconhecido pelos cabo-verdianos no país e na diáspora.
AJUSTAR O PARTIDO AOS NOVOS TEMPOS
Outro dos oradores foi Emanuel Barbosa, deputado pela Europa e Resto do Mundo e líder do MpD em Portugal, tendo sustentado que a criação da novel organização enquadrava-se numa estratégia global traçada pelo partido, cujo prepósito é o de ajustar o MpD-PT aos novos tempos.
Um partido melhor organizado, cuja gestão esteja suportada nas novas tecnologias de informação e comunicação; com proficiência na comunicação, que esteja próximo da sua base formando-a e informando-a; que cultive nos seus militantes o espírito de pertença; e que permanentemente seja capaz de pensar novas políticas, que sejam alternativas àquelas seguidas pelo actual Governo que têm-se traduzido em resultados desastrosos para Cabo Verde.
Segundo o deputado, a criação da OMpD-PT vem preencher uma lacuna, porque, por razões de vária ordem, a realidade da comunidade cabo-verdiana residente em Portugal põe a descoberto que há um divórcio substancial das mulheres com a política, o que, somado a outros factores, tem confluído para uma exígua presença das mulheres da diáspora na política das ilhas e que a organização tem como objectivo inflectir esta realidade, criando um espaço para a promoção da participação feminina na política e não só.
Para Emanuel Barbosa, pretende-se que a OMpD-PT seja uma organização comprometida com as causas da mulher, pensada para laborar na capacitação das mulheres, através de acções de formação e criação de oportunidades para o empoderamento das mesmas, contribuindo para a criação de ambientes propícios para um efectivo acesso e exercício do poder pelas mulheres, quer a nível dos órgãos regionais e nacionais do MpD, quer a nível dos órgãos de soberania e da administração pública cabo-verdiana.
Para o lider do MpD-PT, entende-se esta nova organização das mulheres como um vector de abertura do partido à sociedade civil, uma vez que serão envolvidas mulheres independentes, permitindo ir beber a outras fontes, evitando a cristalização de visões monolíticas que, com certeza, empobreceriam o leque de soluções para o País e produziria resultados estéreis e contraproducentes.
Emanuel Barbosa terminou a sua intervenção dizendo que a sua região política estava dando um grandioso passo na consolidação do MpD, enquanto um partido próximo das pessoas, e que, modéstia à parte, era a sua convicção que o acto de ontem é prova e fruto da audácia da Comissão Politica que dirige o MpD-PT, uma equipa que não se acomoda e já deu provas, anunciando ser seu objectivo tornar o MpD, efectivamente, o maior partido cabo-verdiano em terras lusas.
http://liberal.sapo.cv/noticia.asp?idEdicao=64&id=37152&idSeccao=523&Action=noticia
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