BOSTON-Cumprindo o desejo do músico Norberto Tavares, segundo amigos que privavam com ele, os restos mortais do artista serão transladados amanhã à tarde, terça-feira, 28, no voo da TACV com destino à capital.
O corpo de Norberto será dado à terra que o viu nascer -Santa Catarina, Santiago há 54 anos e de onde saíu aos 16 para só voltar nos anos 90.
A urna estará na Igreja do Nazareno Embaixadores na 194 Barton St. em Pawtucket, congregação onde o irmão António “Totó” Tavares é um dos pastores, na terça-feira, das 9 da manhã às 5 da tarde, para lhe ser dado um último adeus antes da sua derradeira partida para Cabo Verde.
Norberto Tavares faleceu nas primeiras horas de domingo, dia 26, tudo indica, vítima de uma paragem cardio-respiratória, pois que ainda na véspera denotava-se- lhe problemas respiratórios, durante uma visita familiar na sua residência.
Foi o próprio Norberto a pedir, da casa onde vivia sózinho em New Bedford, ajuda médica. Foi encontrado inanimado mas ainda vivo. Conduzido de emergência ao hospital São Lucas foi pronunciado morto, pelas 3 horas e 26 minutos de madrugada.
Vítima da diabetes, Norberto foi submetido a um transplante de rim, doado pelo activista Carlos Tavares, em Julho de 2009. Registou melhoras ao ponto de deixar de fazer hemodiálise, a que era submetido 3 vezes por semana, quatro meses depois. Mas raramente era visto em público, porque nunca chegou a recuperar-se totalmente de várias complicações de saúde.
Mesmo antes da operação, a actividade musical do artista se restringia a algumas tocatinas nos restaurantes locais nomeadamente na companhia do músico Zé Galvão e amigos.
Em Cabo Verde e na diáspora, todos lamentam a morte de um artista que, primeiro, estilizou, levando aos estúdios, os rítmos típicos de Santiago: o funaná e o batuque.
Com a sua criatividade e forma peculiar de interpretar, Norberto foi o mensageiro da vivência cultural das gentes do campo, concretamente do meio em que viveu e de onde partiu cedo, aos 16 anos, à procura de uma vida melhor no estrangeiro.
Dedicou toda uma vida à música da qual e para a qual vivia. Gravou com o Black Power em Lisboa, Tropical Power nos EUA, produziu vários artistas no seu estúdio Mensagem e foi e continua a ser, para sempre, uma figura de referência da nossa música, tendo inspirado várias gerações de artistas que seguiam seu estilo musical.
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