quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

CV:HOMENS E MULHERES DA CULTURA COM VEIGA

PRAIA- Aproveitar a força da cultura cabo-verdiana e dos seus intérpretes como uma área de negócio que represente, pelo menos, um por cento do PIB nacional, foi uma das ideias força apresentada por Carlos Veiga no encontro com artistas que teve lugar hoje no Quintal da Música, Praia. Mais de cem pessoas, com destaque para a presença de muita gente nova ligada a todos os sectores da actividade, uma plateia que contrastou com o paupérrimo encontro que JMN teve dias antes no mesmo espaço e que conseguiu reunir uma escassa vintena de pessoas afectas à mesma actividade, ouviram Carlos Veiga dizer que Cabo Verde não está condenado a ser País onde criadores e agentes culturais têm pouca importância e são marginalizados.
Ladeado por dois grandes intérpretes do mundo da Música crioula da actualidade, Tito Paris, à sua esquerda e Lura, à direita, o presidente do MpD sublinhou que a Cultura teve, nos últimos dez anos, um dos piores desempenhos entre todos os sectores, “traduzido numa política avulsa, na ausência de estratégia a longo prazo e completa alienação da realidade pessoas, dos agentes, da economia do País e das tendências mundiais”.
Como mudar essa tendência? Carlos Veiga apontou o caminho: implementar um modelo de desenvolvimento que tenha na Cultura um dos pilares essenciais, até como meio diplomático, dispondo-se o futuro Governo democrata a disponibilizar, anualmente, 1 por cento do Orçamento do Estado para a dinamização do sector, legislando no sentido de investir 1% do valor de todas as empreitadas públicas para a construção e manutenção de infra-estruturas culturais e desportivas. Outra garantia dada pelo líder dos democratas foi a de integração da Cultura cabo-verdiana no sistema educacional para a “formação universal de uma cidadania plena”, adoptando um programa de internacionalização da Cultura, apostando na concertação estratégica com outros sectores, como a educação, o turismo, a economia e a formação profissional. A esse respeito, uma ideia lançada pelo presidente do MpD, e que colheu a pronta adesão dos presentes, foi a de expor as fotos dos principais artistas cabo-verdianos nos aviões da TACV de forma a promover a música nacional.
PROPOSTAS INOVADORAS
“Um Governo por mim liderado criará o Fórum Permanente de Cultura (FPC), desenvolverá o Plano Estratégico de Desenvolvimento Cultural (PEDC), o Sistema Nacional de Cultura (SNC), órgão assessor do Governo, e estimulará o Fundo Nacional de Cultura (FNC), com o formato jurídico e institucional de Fundação, com a participação efectiva do Estado e de instituições da cooperação internacional”, referiu Carlos Veiga, delineando alguns aspectos da Carta Programática que divulgou durante este encontro com os homens e mulheres da Cultura cabo-verdiana.
Outra das propostas de Veiga centrou-se na urgência de estender o sistema de segurança social ao sector da cultura, bem como o combate firme à pirataria, defendendo os direitos de autor e a repressão a todos os actos que lhes sejam lesivos.
No período de debate de ideias que se seguiu à intervenção do presidente do MpD, a jovem cantora Paulinha, numa alusão à incontornável importância do líder do MpD na luta pela democracia e liberdade, disse que “Carlos Veiga é um Cabral”, afirmação que foi bastante aplaudida. Sem dúvida, um encontro bastante participado, reforçando a ideia de que a maioria dos agentes culturais do País comungam do desejo expresso pelo líder do partido democrata: Mesti Muda também na Cultura.
http://liberal.sapo.cv/noticia.asp?idEdicao=64&id=31562&idSeccao=523&Action=noticia

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