domingo, 16 de janeiro de 2011

CV(LIBERAL):MpD promove conferência sobre os Novos Desafios Estratégicos de Cabo Verde

NÃO HÁ PROGRESSO SEM QUALIDADE DA DEMOCRACIA
Praia, 15 Janeiro - Perante uma sala cheia da Biblioteca Nacional, o MpD promoveu durante a manhã de hoje, sábado, a conferência “Os novos desafios estratégicos de Cabo Verde”, evento que contou com a participação de Marcelo Rebelo de Sousa, comentador e professor universitário, Luís Mira Amaral, antigo ministro da Indústria e Energia de Portugal e actual presidente de um banco luso-angolano, António Rebelo de Sousa, professor universitário e que integrou a equipa ministerial de um governo socialista português liderado por Sousa Franco que estabeleceu com Cabo Verde um Acordo de Cooperação Cambial. Ulisses Correia e Silva, Presidente da Câmara Municipal da Praia e Vice-Presidente do MpD, abriu o evento que contou, igualmente, com a presença do líder do Movimento para a Democracia, Carlos Veiga.
“CONTAS EXTRERNAS CONTINUAM A DETERIORAR-SE” (ANTÓNIO REBELO DE SOUSA)
“A Crise Económica Internacional e o Impacto na Economia Cabo-Verdiana” foi o tema de abertura proferido por António Rebelo de Sousa, que começou por prestar uma homenagem a Carlos Veiga pelo facto desta Conferência ser promovida por um partido que teve um papel importante na fundação democracia. Ao abordar a situação económica em Cabo Verde, o professor universitário lembrou que as “contas externas continuam a deteriorar-se em larga medida graças à redução das receitas líquidas com o Turismo e à quebra das remessas dos emigrantes”, apontando, em seguida, os três grandes desafios que o próximo governo deverá procurar ultrapassar:a execução de um programa de Investimentos Públicos, mantendo uma Dívida Pública Sustentável; adoptar uma política monetária cautelosa, procurando estabilizar os afluxos provenientes dos emigrantes e reforçar as reservas líquidas cambiais; e introduzir reformas, tendo em vista uma mais adequada capacidade de gestão da dívida e uma maior estabilidade do sector financeiro. ARS lembrou que foi “graças à coragem e determinação do Governo liderado por Carlos Veiga que Cabo Verde conseguiu a viabilização de uma estratégia de desenvolvimento sustentado”.No entanto, acentuou que atendendo à conjuntura que a economia europeia atravessa, aconselhou o novo governo saído das eleições de 6 de Fevereiro a intervir em várias áreas, nomeadamente, no alargamento da Facilidade de Crédito contemplada no Acordo de Cooperação Cambial celebrado em 1998,criação de medidas adicionais de incentivo ao Turismo e ao sector Financeiro e uma maior flexibilização da intervenção do Estado na Economia. Frisou,igualmente,ser importante reforçar o Estado de Direito Democrático, por que alguns só falam de Estado de Direito e muitas ditaduras se construíram com base nesse pressuposto.
“APOSTAR NA ENERGIA EÓLICA” ( MIRA AMARAL)
Numa intervenção mais técnica, ou não fosse um dos ilustres especialistas mundiais em política energética, Mira Amaral sustentou que Cabo Verde deveria apostar na energia eólica, não aconselhando a instalação de grandes centrais foto-voltaicas, mais onerosas, lembrando ainda que os custos de manutenção dos equipamentos deverá sempre uma questão a ponderar nas negociações com os fornecedores.Mira Amaral defendeu ainda, devido às características do território cabo-verdiano, a instalação de pequenas centrais junto às populações, de forma a evitar os custos de distribuição e de transporte.
“IMPRENSA LIVRE CONTRIBUI PARA MELHOR QUALIDADE DA DEMOCRACIA”
Com a eloquência e conhecimento que o caracterizam, Marcelo Rebelo de Sousa apontou a importância da alternância para a consolidação e melhor qualidade dos regimes democráticos, acentuando que as soluções de governos duradouros não são boas para essa qualidade.
«A vantagem competitiva das democracias com melhor qualidade é a de serem parceiras preferíveis das grandes potências, como os EUA, Europa ou até da China”, disse o professor. E frisou que as condições únicas de ter em Cabo Verde, simultaneamente, um Estado de Direito e um Estado Democrático “é uma conquista do MpD”. Não sabemos se o reputado professor universitário de Direito estava ou não a par dos ataques ultimamente feitos à imprensa livre em Cabo Verde, o certo é que, na sua intervenção, referiu que para “uma melhor qualidade da democracia, importava ter uma imprensa livre”. Nem a propósito…
A encerrar a Conferência, o líder do MpD agradeceu a presença dos intervenientes, acentuando ter sido dado um importante passo na defesa da democracia e no progresso económico e social de Cabo Verde.
http://liberal.sapo.cv/noticia.asp?idEdicao=64&id=31514&idSeccao=523&Action=noticia

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