A infra-estrutura salta à vista de quem sai da cidade da Praia em direcção ao interior da ilha. A grande estrutura de betão e aço de 3 andares situada na zona de Monte Vaca é o novo Estádio Nacional. Com uma área de cerca de 12 mil m2, o novo Estádio Nacional vai ter 15 mil lugares e tem a sua conclusão prevista para o verão de 2013.
A obra
A primeira pedra desta obra foi lançada em Outubro de 2010. O projecto é financiado pela República Popular da China que na altura disponibilizou 1 milhão e 400 mil contos, a verba prevista para um estádio de 10 mil lugares. Actualmente o governo conseguiu um segundo financiamento para mais 5 mil lugares, ficando assim a obra concluída por volta de Junho de 2013.
Localizado numa “zona de expansão”, mas “junto da área urbana”, o estádio fica localizado na zona de Monte Vaca. “Uma obra onde se trabalha 24 horas”, explica o engenheiro António Nascimento, o coordenador do projecto da parte do Ministério das Infra-estruturas. No estaleiro da obra foram feitas estruturas onde residem os trabalhadores chineses da empresa Top Internacional Engineering. Existe mesmo um tradutor permanente no local para facilitar o diálogo entre a equipa chinesa e os cabo-verdianos.
Trata-se da maior infra-estrutura desportiva do país. O engenheiro responsável salienta, com alguma satisfação, que a nível nacional “ainda não construímos uma obra desportiva desta dimensão, em termos de grandeza e de custos”.
“A obra está já em fase de acabamentos, mas agora como vamos construir mais 5 mil lugares, os trabalhos estão abrandados” adianta António Nascimento, que se deslocou juntamente com uma comitiva cabo-verdiana para a China no âmbito da assinatura do acordo para o financiamento dos novos 5 mil lugares, que ficaram situados nas duas extremidades, norte e sul, do estádio. A bancada principal, oeste, vai ser a única coberta e vai albergar os camarotes.O Estádio Nacional cumpre com os padrões internacionais da FIFA, ou seja pode vir a ser palco de competições internacionais, vai ter uma pista de atletismo com 8 corredores e um relvado sintético. Segundo o engenheiro responsável, o estádio já tem as infra-estruturas necessárias para a retransmissão dos jogos, bem como uma sala de imprensa, e ainda iluminação e está previsto igualmente um placar electrónico.
Um open space para comércio já foi igualmente feito. Os arranjos exteriores em volta do Estádio Nacional, nomeadamente arruamentos, estacionamento exterior, vão ser garantidos pelo governo.
Os materiais remanescentes da obra são muitas vezes aproveitados pela comunidade local. É comum encontrar em volta do estaleiro pessoas à procura de restos de metal ou outros objectos. É o caso de dois rapazes, residentes em Achada São Filipe. Depois da recolha, a dupla conta que vai vender o “material” no ferro velho. “Dez escudos” é o preço de cada peça, diz um dos rapazes com nove anos.
A sustentabilidade do Estádio
Uma questão pertinente que se coloca é quem irá fazer e qual será o modelo de gestão do Estádio Nacional. Para já, “o modelo de gestão do estádio está a ser estudado” explica José Gomes da Direcção Geral dos Desportos. “Tem de ser um gestor full time porque doutra forma seria difícil fazer a gestão da infra-estrutura.”
“Estamos a seleccionar pessoas para compor uma equipa que irá tratar da manutenção do Estádio e que vai fazer um estágio com a actual equipa chinesa”, adianta José Gomes que não fala ainda em números de seleccionados, mas explica que a prioridade vai para as pessoas da localidade onde fica situada a obra.
O representante da DGD salienta ainda que mesmo após a entrega da obra, um colectivo de chineses vai auxiliar, durante um ano, na manutenção do estádio. “A partir dai, nós temos que ter a nossa própria equipa que tem de ser preparada desde já”.
Os espaços comerciais já estão criados e serão rentabilizados, segundo José Gomes. Em relação ao acesso em termos de transportes, o representante da DGD explica que os operadores da praça terão de ser perspicazes”, salientado que o acesso é fácil devido à localização.
Vários poderão ser os jogos e competições a realizar na nova infra-estrutura. Partidas da selecção nacional, mas também campeonatos nacionais, torneios internacionais e provas de atletismo, entre outros. “Vamos ter eliminatórias do CAN”, garante mas realça que a realização de jogos depende dos calendários e das propostas que as federações conseguirem efectuar.
O surgimento do novo espaço não inviabiliza o funcionamento do Estádio da Várzea, na Praia. “Cada espaço é um espaço”, explica José Gomes, salientando que o Estádio da Várzea é municipal e que o Estádio Nacional “terá uma utilização criteriosa”.
O novo estádio não contempla um centro de estágio, não estando na mesma excluída a hipótese de “algumas equipas estrangeiras que sobretudo no inverno europeu” poderiam deslocar-se a Cabo Verde para fazer cá os seus treinos.
Questionado sobre a pertinência de mais uma infra-estrutura deste género a nível nacional, José Gomes considera que noutras ilhas para além de Santiago poderia fazer sentido, como por exemplo em São Vicente “pela dinâmica do desporto da ilha”.
Os números
Início: Outubro de 2010
Financiamento: Rep. Pop. da China (1ª fase - 1 milhão e 400 mil contos)
Altura: 18,8 metros – 3 andares
Área: cerca de 12 mil m2
Conclusão: Verão de 2013
Lugares: 15 mil (bancada oeste e este – 5 mil cada; bancada sul – 3.750 e bancada norte – 1.250 lugares)
@CM/SAPOhttp://noticias.sapo.cv/info/artigo/1243494.html
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