quarta-feira, 9 de maio de 2012

LIBERAL:Liberal publica na íntegra um texto do Presidente da República


A VERDADE É COMO O AZEITE, ACABA SEMPRE POR VIR AO DE CIMA
“Há quem pretenda com ruídos, estardalhaços inconsequentes e poeira aos olhos de incautos fazer crer que a escolha popular foi errada, que temos todos de ler pela mesma cartilha”, palavras do Presidente, que poderão ler mais abaixo, que seguramente não têm como destinatário o nosso jornal. A quem serão dirigidas?


Praia, 8 de Maio 2012 – O texto publicado por Jorge Carlos Fonseca na sua página pessoal no Facebook é, como já dissemos no nosso Editorial de hoje, bastante esclarecedor. Desde logo, porque não dá como falsa a notícia do Liberal, ademais porque implicitamente confirma que o conteúdo do nosso artigo de domingo corresponde à verdade dos factos.

“Há quem pretenda com ruídos, estardalhaços inconsequentes e poeira aos olhos de incautos fazer crer que a escolha popular foi errada, que temos todos de ler pela mesma cartilha”, palavras do Presidente, que poderão ler mais abaixo, que seguramente não têm como destinatário o nosso jornal. A quem serão dirigidas?

E, mais adiante, Jorge Carlos Fonseca deixa outro “recado”, também seguramente não dirigido ao Liberal: “Vamos lutar juntos, pois, contrariamente ao que alguns pretendem fazer crer, a liberdade, a democracia, o estado de direito não forma benesses de ninguém, foram conquistas que custaram muito ao povo de Cabo Verde”. E, se recuarmos no texto, podemos ler que, para JCF, o Presidente “Não precisa espernear, berrar, dramatizar, fazer-se de «esperto» (amiúde tropeça-se e cai-se na contradição mais rasa e sonora) para fazer valer a verdade. Como se diz, esta é como o azeite, acaba sempre por vir ao de cima. Isto quer dizer que o Presidente aceita tudo olimpicamente? Que tem de ser um herói? Claro que NÃO! Quando tiver de decidir, de agir, fá-lo-á - como o tem feito - com firme serenidade, com a tremenda força da RAZÃO, doa a quem doer”, um outro “recado” que, seguramente, também não é dirigido ao nosso jornal… A quem será?

TEXTO PUBLICADO PELO PR NO FACEBOOK

«1. No Domingo, dia da mãe, pude almoçar e, depois, conviver com a minha mãe e família em Serra da Malagueta. A bravense de 86 anos continua, graças a Deus, rija, valente, muito lúcida e, sobretudo, amiga dos seus. Esperamos todos que assim continue por muitos e muitos anos.

2. Compreendo a impaciência de muitos, as solicitações de dezenas de amigos e companheiros, por telefone, sms, email, para reagir a comentários de comentários a artigo de jornal da capital. O que tínhamos de dizer, como PR, dissemos. Os amigos e os cabo-verdianos, no geral, acabam por entender que o Presidente da República é o principal responsável pela unidade da Nação e do Estado, tem o dever de tudo fazer para garantir estabilidade institucional e política e o normal funcionamento das instituições democráticas. Um cidadão comum pode indignar-se com uma inverdade ou uma omissão indignas, pode irritar-se com a falta de lisura ou até com a ingratidão, pode por vezes reagir a quente e berrar, gritar em nome inclusivamente de valores nobres como a justiça e a verdade, mas um Presidente não. Dele se espera normalmente serenidade, sentido de estado, prioridade aos superiores interesses nacionais. Muitas vezes tem de engolir, conter-se, aturar petites choses e pequeninos. Não precisa espernear, berrar, dramatizar, fazer-se de «esperto» (amiúde tropeça-se e cai-se na contradição mais rasa e sonora) para fazer valer a verdade. Como se diz, esta é como o azeite, acaba sempre por vir ao de cima.

Isto quer dizer que o Presidente aceita tudo olimpicamente? Que tem de ser um herói? Claro que NÃO! Quando tiver de decidir, de agir, fá-lo-á - como o tem feito - com firme serenidade, com a tremenda força da RAZÃO, doa a quem doer. Os cabo-verdianos sabem disso. Os cabo-verdianos são, no geral, gente inteligente que acaba sempre por distinguir o sério do espertalhaço, a verdade da mentira. Nas eleições últimas a sabedoria popular revelou-se mais uma vez, escolhendo um Presidente autónomo, com voz própria, independente, capaz de exercer de facto um papel de equilíbrio, de moderação, de arbitragem do sistema político. Capaz de dizer não quando as coisas não estão bem, capaz de assumir as suas competências sem rebuço e sem receios de nenhuma espécie. Legitimado para defender a Constituição, a legalidade e a afirmação da cidadania. Há quem pretenda com ruídos, estardalhaços inconsequentes e poeira aos olhos de incautos fazer crer que a escolha popular foi errada, que temos todos de ler pela mesma cartilha. Não duvido que a grande maioria dos meus conterrâneos, dentro e fora do país, continua firmemente convencida da bondade de sua escolha. Vamos lutar juntos, pois, contrariamente ao que alguns pretendem fazer crer, a liberdade, a democracia, o estado de direito não forma benesses de ninguém, foram conquistas que custaram muito ao povo de Cabo Verde.

Aqui fica a repetição do que vos disse há uns meses atrás, num contexto semelhante: como Chefe de Estado de Cabo Verde, como líder da nação cabo-verdiana por imposição constitucional, como representante da «República» no plano externo, tudo farei para evitar crises e, sobremaneira, comigo não haverá crises políticas artificiais que possam interessar conjunturalmente a alguns.

Jorge Carlos Almeida Fonseca»
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Artigo relacionado: http://liberal.sapo.cv/noticia.asp?idEdicao=64&id=35874&idSeccao=549&Action=noticia


http://liberal.sapo.cv/noticia.asp?idEdicao=64&id=35876&idSeccao=523&Action=noticia

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