HOLANDA:Tanja Nijmeijer é acusada nos Estados Unidos

HAIA-Tanja Nijmeijer foi acusada oficialmente de terrorismo pelos Estados Unidos. O Ministério da Justiça em Washington quer que a holandesa seja julgada pela participação dela no sequestro de três estado-unidenses pelo movimento guerrilheiro colombiano FARC. Caso ela seja condenada nos Estados Unidos poderá receber uma pena máxima de 60 anos de prisão.
Reféns
No inicio do ano 2003, os três norte-americanos faziam voos de reconhecimento durante uma acção do combate às drogas no sul da Colômbia. O pequeno avião em que estavam teve um problema no motor quando sobrevoava um território controlado pelas FARC. Os cinco dos ocupantes da aeronave sobreviveram durante a aterrissagem de emergência. Rebeldes das FARC assassinaram a tiros ao piloto estado-unidense e a um soldado colombiano. Os outros três – Marc Gonsalves, Keith Stansell e Thomas Howes – foram tomados como reféns.
Resgate
Gonçalves e seus colegas foram resgatados pelo exército colombiano em Julho de 2008, após mais de cinco anos de cativeiro. O resgate deles ocorreu na mesma operação em que a candidata à presidente da Colômbia, Ingrid Betancourt, foi libertada.
Num comunicado à imprensa do Ministério da Justiça dos Estados Unidos, Tanja e outros 17 membros das FARC são acusados pela participação nos sequestros. Na declaração consta também que os reféns foram mantidos em condições sub-humanas.
A holandesa Tanja Nijmeijer é mencionada no livro “Sequestrados, cinco anos retidos pelas FARC na selva colombiana”, que os três estado-unidenses publicaram no ano passado. A holandesa actuou como tradutora durante os interrogatórios aos reféns. Depois da libertação, Marc Gonçalves criticou as FARC. “As FARC não são um movimento revolucionário. São terroristas. Terroristas com T maiúsculo”.
Acusação direta
Tanja Nijmeijer é mencionada explicitamente no cabeçalho da nota à imprensa do ministério da Justiça em Washington: “holandesa e outros dezassete membros da organização terrorista FARC foram acusados de delitos de sequestro e posse de armas”. No comunicado, se dá muita relevância à biografia de Nijmeijer em sua época de estudante em Grongingen que, posteriormente, se uniu aos rebeldes na selva.
Um júri de investigação na capital dos Estados Unidos, chamado de grand jury, determinou que existem provas suficientes para iniciar um julgamento contra Nijmeijer. Foram formuladas sete acusações diferentes contra a holandesa em relação ao “desapiedado acto terrorista” que foi o sequestro dos três estado-unidenses, nas palavras do vice-ministro da Justiça e do oficial de justiça que conduzem o caso.
Extradição
A holandesa não é acusada do assassinato do piloto estado-unidense; outros dentro do grupo dos 18 o são. Para Nijmeijer, no entanto, se dificulta muito mais sua volta da selva colombiana. Os norte-americanos solicitarão sua extradição caso ela apareça na Colômbia ou em qualquer outro lugar.
RNW-Por Reinout van Wagtendonk