quinta-feira, 17 de maio de 2012

Asemana-Guiné-Bissau: Partidos cabo-verdianos “não reconhecem personalidades saídas do golpe de Estado"



Os líderes dos partidos cabo-verdianos, com assento parlamentar, assumiram que não reconhecem a nomeação de Serifo Nhamadjo como líder de um governo de transição na Guiné Bissau, com excepção para o MpD que se mostrou dúbio. A posição foi comunicada ao primeiro-ministro, nesta quarta-feira, 16, que chamou os partidos ao gabinete para ouvir a sua posição.

A primeira audição aconteceu com o secretário-geral do PAICV que se manifestou o seu “não reconhecimento ou da legitimação de órgãos ou personalidades saídas do golpe de Estado como órgãos de poder na Guiné-Bissau".
“Ou seja, continuamos a apoiar a condenação clara e firme do golpe de Estado, continuamos a exigir a reposição da ordem democrática e o respeito pelos direitos humanos. Também manifestámos a nossa posição no sentido do não reconhecimento ou da legitimação de órgãos ou personalidades saídas do golpe de Estado como órgãos de poder na Guiné-Bissau”, declarou Armindo Maurício.
Também o líder da UCID se mostrou contra esta nomeação de Serifo Nhamadjo, “porque estava em terceiro lugar na primeira volta das eleições, portanto, não se pode reconhecer como um líder de um governo, isso não é democracia”.
António Monteiro também se manifestou “contra o envio de um contingente militar cabo-verdiano para o país amigo e irmão” apesar de abrir a possibilidade de “participar numa missão de paz”. Defendeu, igualmente, que “devem ser as Nações Unidas até porque com medidas paliativas não se pode garantir que a Guiné-Bissau não volte a sofrer os abalos de golpes de Estado”.
Neste sentido, António Monteiro também exigiu ao governo “uma posição preponderante no apoio humanístico ao povo guineense e para ter uma posição mais firme e mais forte e que assuma o protagonismo neste processo”. “Não há divergência em nenhum ponto em relação ao chefe do Governo, uma coincidência feliz que a UCID sublinha”, remata.
O terceiro partido a ser ouvido por José Maria Neves foi o MpD, que contou com a presença do vice-presidente do partido. Após um encontro de duas horas, mais do dobro dos outros responsáveis, ao mais longo da manhã, Jorge Santos adiantou aos jornalistas que “é preciso encontrar uma solução através do diálogo entre todos os intervenientes” mas sem apresentar qual seria a solução.
Quanto á nomeação de Serifo Nhamadjo, Jorge Santos não foi claro na sua posição reafirmando “serem contra os golpes de Estado” e adiantando que pediu ao primeiro-ministro “para um diálogo mais activo e intenso com a Guiné-Bissau”.
“Dadas as nossas relações temos de ter um papel mais activo e dialogar de forma mais intensa com todos os intervenientes guineenses, incluindo os militares. Este diálogo deve passar por ser directo, ou mesmo através das comunidades em que estamos inseridos mas, devo lembrar que somos o único país que tem uma ligação directa com a Guiné-Bissau e, por isso, este diálogo deve passar também por ser feito directamente”, rematou Jorge Santos.
http://asemana.sapo.cv/spip.php?article76240&ak=1
IMN

Sem comentários:

Enviar um comentário

Comentar com elegância e com respeito para o próximo.