segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

CV:CARLOS VEIGA TRAÇA “RETRATO REAL” DO PAÍS


Na mensagem de Ano Novo 
Um cenário negro é aquele que o líder do MpD apresenta aos cabo-verdianos, decorrente de “políticas erradas” seguidas pelo PAICV de José Maria Neves. No entanto, diz-se esperançado na capacidade de os nossos concidadãos enfrentarem as dificuldades e afirma que o seu partido está pronto para assumir responsabilidades
Um partido mais forte e melhor preparado para “enfrentar as dificuldades criadas ao país por uma desgovernação persistente e para continuar a assumir, plenamente e cada vez melhor, as nossas responsabilidades”
Um partido mais forte e melhor preparado para “enfrentar as dificuldades criadas ao país por uma desgovernação persistente e para continuar a assumir, plenamente e cada vez melhor, as nossas responsabilidades”
Praia, 30 dezembro 2012 – O líder do Movimento para a Democracia (MpD), Carlos Veiga, em mensagem dirigida ontem aos cabo-verdianos do arquipélago e da diáspora traça o “retrato real” do país”, não sem antes enfatizar que este ano que agora finda regista para o seu partido “a maior vitória de sempre em eleições autárquicas”, o que para o presidente do MpD revela o “levado grau de confiança” que o povo tem no projeto ventoinha, acrescentando que esse resultado “deixou claro que nós somos a esperança e a alternativa necessária”.
Mas a ênfase da sua mensagem foi, como já dissemos, centrada na caracterização do “país real”, nomeadamente, onde: “a atividade económica cresce de forma insuficiente, cada vez mais débil e já abaixo da média da nossa sub-região; o desemprego sobe em espiral, sobretudo entre os jovens e licenciados; o rendimento disponível das famílias e empresas e o poder de compra das pessoas diminui; as empresas nacionais são sufocadas ou estão já falidas e a fechar; o crédito mal parado está a disparar e há dificuldades crescentes para acesso crédito por parte do sector privado e das famílias; a insegurança e a violência fugiram do controlo das autoridades e estão generalizadas; há um aumento assustador do alcoolismo, do tráfico e do consumo de drogas; a justiça é cada vez mais morosa e ineficiente; as finanças públicas cada vez mais insustentáveis, os défices externos quase permanentes e profundos e a dívida pública galopante superior à riqueza nacional; a corrupção penetrou em instituições fundamentais; o IDE está a cair a pique, em contra ciclo com o que se passa no resto do mundo; a educação e formação são de qualidade manifestamente insuficiente para as exigências atuais; a centralização e partidarização administrativa crescem enquanto os municípios e as ilhas são sufocados financeiramente”, referiu Veiga, para quem “o retrato real é ainda o de um Cabo Verde na cauda do Mundo e dos pequenos estados insulares, em termos de competitividade”.
UM GOVERNO INCAPAZ
Para Carlos Veiga, ao fim de 12 anos de governança, depois de cerca de 440 milhões de contos gastos, o PAICV “foi incapaz de encontrar solução para qualquer desses problemas fundamentais do país e que, pelo contrário, todos eles se agravaram!”, contribuindo para a degradação da situação económica, financeira e social do país.
“Não foi obra do acaso, nem causada pela crise internacional, mas sim pelas políticas erradas do governo do PAICV, que gastou muito mais do que podia e endividou o país até ao limite do aceitável na lógica da boa governança, sem resultados palpáveis até ao presente, em termos de desenvolvimento sustentado das ilhas e de melhoria do nível de vida das pessoas”, acrescentou Veiga, para concluir que “hoje, todos – Banco de Cabo Verde, operadores económicos, trabalhadores e sindicatos, e mesmo parceiros externos, designadamente organismos financeiros internacionais - clara ou veladamente, reconhecem esse retrato real e dão-nos razão”. É que, para o líder do MpD, “2012 mostrou-nos um governo que já nem estabelece metas de curto e médio prazo quanto aos fundamentais da economia e do desenvolvimento, como é regra de transparência e responsabilidade em democracia, porque não teve sucesso e falhou em todas aquelas que indicou”, e dando exemplos: “no crescimento económico de dois dígitos, no desemprego de um dígito, na redução da pobreza, na competitividade a nível mundial ou na comparação geral com outros pequenos estados e regiões insulares”.
UM GOVERNO SEM PALAVRA
Ainda segundo Carlos Veiga, este é “um Governo que ‘despromete’ e se desresponsabiliza em relação a todas as grandes promessas que fez em tempos de campanha eleitoral”, avançando com os exemplos do décimo terceiro mês e do salário mínimo, dos aeroportos de Santo Antão e da Brava e do aeroporto internacional no Fogo, dos helicópteros, dos barcos que ligariam as ilhas permanentemente em 48 horas, dos computadores para todos, das casas para todos ou, ainda, a devolução aos contribuintes e empresas dos milhões de contos de IUR e do IVA que o executivo de José Maria Neves e Cristina Duarte deve e promete, avançando prazos e datas que nunca cumpre.
GOVERNO NEPOTISTA E OPACO
Carlos Veiga esmiuça uma a uma todas as áreas da ação governativa, considerando o executivo do PAICV “nepotista, pouco transparente quanto a contas de instituições estruturantes como o INPS e a TACV e que não assume responsabilidades, designadamente quanto à má gestão, qualidade e derrapagem financeira dos projetos de investimentos públicos em infraestruturas”, avançando como exemplos “os casos das estradas de penetração na Ribeira Grande de Santo Antão, da ponte e do porto na Boa Vista ou do anel rodoviário e do porto no Fogo, que os contribuintes terão de pagar mais tarde ou mais cedo”.
GOVERNO MENTIROSO
Para Veiga este governo “continua a não dizer a verdade aos cabo-verdianos e a tentar iludi-los, prometendo-lhes o paraíso, com ‘mais emprego, empreendedorismo e desenvolvimento’ mas em que ninguém já acredita”, e garantindo que o MpD, “em nome da verdade e da responsabilidade”, nunca irá “pelo mesmo caminho e oferecer ao povo a ilusão de que a situação vai melhorar no próximo ano: pois sabemos, como o governo sabe, que 2013 vai ser ainda mais difícil”.
“As dificuldades financeiras do Estado vão se agravar e virão claramente à tona; os preços dos bens e serviços de primeira necessidade como a água, a eletricidade, o petróleo, o gaz, o telefone, o transporte coletivo rodoviário e o transporte marítimo interno vão subir extraordinariamente, enquanto os salários permanecerão praticamente congelados, pelo que o rendimento das pessoas e das famílias e o seu poder de compra vão baixar ainda mais; os custos operacionais das empresas nacionais aumentarão substancialmente; o turismo, maior fator de crescimento da economia cabo-verdiana, um dos maiores empregadores e o maior fornecedor de divisas ao país, sofrerá os efeitos negativos das medidas de políticas erradas, previstas no OE/2013, aprovado pela maioria do PAICV”, diz o presidente e deputado do MpD, que prevê “um abrandamento mais acentuado da atividade económica, mais falências e encerramentos de empresas e, consequentemente, mais desemprego e pobreza”, um cenário negro que contrasta com o otimismo do Primeiro-ministro.
PAÍS BLOQUEADO
Na sua mensagem ao país, o líder da oposição considera que o País está bloqueado e o governo não revela qualquer interesse ou capacidade para encetar as reformas estruturais que se impõem, com a maior urgência, nos planos político, administrativo, financeiro e económico”, mas não deixa de estar convencido na capacidade dos cabo-verdianos em enfrentar as adversidades ao longo da História, enfatizando “a resistência e capacidade de sacrifício, a fé, o espírito de luta, a adaptabilidade e capacidade inventiva de soluções práticas, a determinação e confiança em si próprios e a esperança proverbial e inabalável”, características que “fizeram dos filhos destas ilhas, em momentos decisivos, um povo sempre vencedor”.
MpD ASSUME RESPONSABILIDADES
Afirmando que o MpD se orgulha da história do povo cabo-verdiano, Carlos Veiga diz que o seu partido saberá também “enfrentar e vencer os obstáculos e desafios que as politicas erradas do governo do PAICV nos vão criar em 2013”, e que, como força política responsável, assumirá plenamente o seu papel”. “Nos municípios sob sua gestão ou na oposição parlamentar e extraparlamentar continuaremos a trabalhar para as pessoas, com vista à melhoria do nível e da qualidade de vida dos cabo-verdianos, e para um verdadeiro desenvolvimento sustentado do país, propondo e apoiando as reformas de fundo que se impõem tendo em vista um crescimento robusto da economia nacional com emprego suficiente e de qualidade”, acentua o líder, acrescentando: “Em 2013, renovaremos as lideranças partidárias a todos os níveis, lançaremos bases mais fortes, profundas e ramificadas da nossa organização e da nossa comunicação e relação com a sociedade e continuaremos a consolidar a nossa unidade e coesão internas e o nosso sentimento de pertença a uma grande família”, condições que considera fundamentais para um partido mais forte e melhor preparado para “enfrentar as dificuldades criadas ao país por uma desgovernação persistente e para continuar a assumir, plenamente e cada vez melhor, as nossas responsabilidades”.
http://liberal.sapo.cv/noticia.asp?idEdicao=64&id=38185&idSeccao=523&Action=noticia

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