PRAIA-Cabo Verde e a China assinaram dois novos protocolos na área da saúde que prevêem o envio por Pequim, de dois em dois anos, de uma equipa de médicos especialistas em diferentes áreas.
Os acordos foram rubricados na quinta-feira, na Cidade da Praia, após a China ter concluído e entregado formalmente as remodeladas Central de Consultas e a Maternidade do Hospital Agostinho Neto, obras iniciadas em Março de 2009 e concluídas em Junho último e que custaram 3,46 milhões de euros.
Segundo os termos do acordo de assistência médica, Pequim vai, de dois em dois anos, enviar para Cabo Verde uma equipa de profissionais da saúde, formada por três cirurgiões, dois gineco-obstetras, um anestesista, um acupunturista, um massagista e ainda um intérprete.
Outro novo acordo diz respeito a 11 serviços de especialidade que a Maternidade do Hospital Agostinho Neto irá receber. A nova infra-estrutura será inaugurada oficialmente até ao final do ano, aguardando apenas pela instalação e respectivo teste dos equipamentos.
Os acordos de assistência médica e a recessão das obras da Central de Consultas e da Maternidade inserem-se no quadro das relações de Cooperação Económica e Técnica entre Cabo Verde e China.
Em Julho deste ano os dois países assinaram em Pequim um conjunto de acordos nas esferas económica e empresarial, no quadro da primeira reunião da Comissão Mista de Cooperação Económica, Comercial e Técnica, durante uma visita oficial do chefe da diplomacia cabo-verdiana, José Brito.
Além do financiamento de projectos em várias áreas, um objectivo subjacente neste quadro visa fazer de Cabo Verde, sobretudo do Porto Grande (Mindelo, São Vicente), uma "zona de desenvolvimento de pesca e/ou de cooperação económica da China na região da África Ocidental".
A China já manifestou, em outras ocasiões, abertura política para analisar com Cabo Verde a possibilidade de utilizar as instalações do maior porto do arquipélago, pela sua frota pesqueira no Atlântico e como entreposto para atingir outros países da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO).
Em Setembro de 2009 o Governo cabo-verdiano anunciou a apresentação de um conjunto de projectos orçados em cerca de 200 milhões de euros, bem como a doação, de Pequim, de 6,25 milhões de euros para investimentos em vários sectores económicos e sociais.
A China tem sido um dos importantes parceiros de Cabo Verde e tem em curso uma série de projectos em diferentes domínios, com destaque para as áreas sociais e de luta contra a pobreza, bem como o apoio de Pequim para a construção, de raiz, do Estádio Nacional, obra já em curso e no valor de 12,6 milhões de euros.
Nas trocas comerciais a China está a tornar-se, a par de Portugal e Espanha, um dos principais parceiros de Cabo Verde, com as exportações para o arquipélago a passarem de 284.000 euros no primeiro semestre de 2009, para 11,9 milhões de euros em idêntico período deste ano. As importações de Cabo Verde são praticamente nulas.
OJE/LUSA
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