PRAIA-Estavamos em 1996 quando saiu o primeiro trabalho da Lura. "Nha Vida" assim era o título do seu primeiro álbum. Quase quinze anos depois a cantora, filha de pais cabo-verdianos, lança um best of. O trabalho inclui um CD com 16 músicas, como o "Na ri na" e o "Nha vida", bem como um DVD do concerto em Torres Novas em 2006 e ainda quatro vídeoclipes. Este best of tem ainda duas faixas inéditas. Em entrevista, a artista falou sobre este novo trabalho.
Quase quinze anos após o seu primeiro trabalho, o "Nha Vida", lança um best of. Foi algo propositado ou aconteceu naturalmente?
Lura: A ideia partiu da minha produtora e surgiu porque já há algum material que pode constituir uma colectânea como esta, mas sobretudo porque queríamos dar às pessoas um DVD, para poderem ter uma imagem para ver em casa. E com a imagem porque não juntar mais uns temas para as pessoas ouvirem e porque não colocar também uns videoclips. E acabou por ficar muita coisa. E então surgiu um best of que acaba por ser uma colectânea dos temas mais ouvidos para as pessoas poderem ver e ouvir lá em casa os temas que lhes são mais familiares.
Quanto tempo demorou a fazer este trabalho?
Lura: Não demorou muito tempo. Foram alguns meses entre pensar e decidir os temas, as imagens e os telediscos, os locais que poderiam servir para a sessão fotográfica, etc. Não foi um trabalho muito longo mas pensado nos temas que iriam mais de encontro com as pessoas que acompanharam o meu trabalho nestes 15 anos.
Esta capa é diferente das restantes dos seus trabalhos, parece ser menos africana. É propositado?
Lura: É a minha maneira de estar em casa. Sou eu - uma cabo-verdiana de origem e raiz, mas urbana e europeia. Eu em casa sou assim. Aquela forma de ter feito a capa com o turbante (referência à capa do “Eclipse”), por exemplo, foi mais uma caracterização do meu lado mais afro do que o meu dia-a-dia. Isto sou mais eu.
Este trabalho inclui um dueto especial com a Cesária Évora. A letra da música é quase que uma homenagem à cantora. Trata-se de um sonho concretizado?
Lura: Foi realmente a realização dum sonho porque já tinha vontade de fazer o dueto com a Cesária há algum tempo, tinha apenas receio de propor, não vá ela dizer que não (sorriso). Foi uma homenagem, uma declaração a ela e contar-lhe a história de uma menina que gostava um dia de vir cantar como ela. A Cesária Évora tornou-se uma referência mundial para Cabo Verde e para a nossa cultura. Ela abriu as portas do Mundo para Cabo Verde. A nossa cultura ganha com isso. Estou muito orgulhosa, fico muito feliz por ela ter aceitado este convite e estou toda vaidosa.
Este dueto vai estar incluído no novo trabalho da Cesária Évora, o "Cesária Évora &...", que é uma colecção de duetos. È um orgulho acrescido para si…
Lura: Claro que sim. É o começo de toda esta relação, ou melhor, digamos que é uma outra fase da nossa relação. Comecei por fazer as primeiras partes dos concertos da Cesária, por conviver, mas de facto cantar com ela e estar frente-a-frente a cantar é uma magia única. Infelizmente, ainda não tivemos a oportunidade de colocar este tema ao vivo, era para ser feito porque este tema está gravado desde antes desse último problema de saúde que ela teve. Mas entretanto ela já está óptima de saúde, quem sabe um dia destes, a gente não faça isto ao vivo.
Há algum dueto que ainda não fez mas que gostaria de fazer?
Lura: Neste momento não me passa assim nada pela cabeça. Depois da Cesária Évora existem tantas cantoras que admiro, sei lá Buika, Dianne Reeves, mas acho que isto já é sonhar de mais. É deixar andar naturalmente.
Expectativas para o concerto de sexta-feira (na Assembleia Nacional)?
Lura: As melhores possíveis. Estou toda contente por estar a cantar aqui e depois em São Vicente.
Em Portugal quando vai lançar este trabalho?
Lura: Não há nada de muito concreto marcado, mas vamos lançando. E teremos logo um evento onde poderá estar integrado este lançamento.
O concerto na Assembleia Nacional, na Praia, acontece hoje, dia 5 de Novembro, e começa às 22 horas. No sábado, a Lura actua em São Vicente, no Pont D' Agua, também pelas 22 horas.
Fonte:Sapo.cv
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