CV(Liberal):MESA REDONDA DEBATE VIDA E OBRA DE NORBERTO TAVARES

Numa iniciativa da C.M. de Santa Catarina (Santiago) 
Foram dois dias de apresentação de comunicações e intensos debates, onde participaram o irmão e a mãe do compositor, especialistas e amigos, tendo sido aprovadas importantes conclusões e recomendações

A mesa, com o irmão de Norberto, Carlos Tavares; o edil Francisco Tavares e o corrdenador da iniciativa, Abraão Vicente

PRAIA – A vida e obra do cantor, compositor e músico Norberto Tavares, falecido um ano atrás, foi palco de uma Mesa Redonda que juntou na Assomada – sua terra natal -, musicólogos, investigadores, especialistas, músicos, amigos e familiares daquele que foi – é – um dos maiores nomes da música cabo-verdiana. E, vindos directamente dos Estados Unidos da América, onde residem, também estiveram presentes a mãe e o irmão de Norberto. A iniciativa foi da Câmara Municipal de Santa Catarina de Santiago, que convidou para coordenar a Mesa Redonda, o sociólogo, artista plástico e escritor Abraão Vicente.

Foi em 21 e 22 de Dezembro, passando quase despercebida na imprensa cabo-verdiana, que a mesa redonda se fez ao debate sério e profícuo sobre a importância de Norberto Tavares para a música, a cultura e a política em Cabo Verde, de que o músico foi uma das maiores referências artísticas e cívicas, quer pela qualidade das suas criações e interpretações, quer pelo seu empenhamento nos grandes combates e desígnios de Cabo Verde, dos quais foi um participante activo.

No primeiro dia, 21, a jornalista da TCV Margarida Fontes teve ocasião de apresentar a comunicação “Norberto Tavares e/n(a) imprensa: uma leitura crítica”, a que se seguiu Carlos Gonçalves com “Norberto Tavares e o seu legado histórico para a Música cabo-verdiana: uma leitura comparada”. “Norberto Tavares, um olhar sociológico”, esteve a cargo de César Monteiro que antecedeu João Silvestre Alvarenga com a comunicação “O contributo de Norberto Tavares na política cabo-verdiana”.

Participantes da Mesa redonda

No dia seguinte, 22, e último da Mesa Redonda, Susan Hurley Glowa dissertou sobre “A Música de Norberto Tavares, uma leitura crítica”. Já Djinho Barbosa falou sobre “O impacto da obra de Norberto Tavares na Música cabo-verdiana”. Stevie dissertou sobre “O quotidiano e a realidade do homem cabo-verdiano nas composições de Norberto Tavares: temáticas e musicalidade”. E a última comunicação, “Norberto Tavares e o intérprete da Música cabo-verdiana: a voz e o canto”, esteve a cargo de Lúcia Cardoso.

Foram dois dias intensos de debate, que produziram uma importante resolução que passamos a reproduzir na íntegra:


SÍNTESE DAS CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES


1. Reconhecimento unânime do legado único de Norberto Tavares para a música cabo-verdiana;
2. Reconhecimento da necessidade de preservação da obra e da memória de Norberto Tavares;

3. Reconhecimento de Norberto Tavares como artista santacatarinense por excelência;


4. Repensar o papel do Centro Cultural Norberto Tavares;

5. Reestruturar o espólio museológico de Norberto Tavares;

6. Necessidade de sistematização do conhecimento sobre Norberto Tavares;

7. Recomenda a publicação das comunicações da Mesa Redonda sobre vida e obra de Norberto Tavares;

8. Recomenda a publicação da obra de Norberto Tavares em livro e em duas vertentes: obra gravada e já publicada; obra inédita;

9. Promover o ensino e a difusão da obra de Norberto Tavares.
http://liberal.sapo.cv/noticia.asp?idEdicao=64&id=34734&idSeccao=518&Action=noticia