Tratado como um filho da terra em Velas, São Jorge, onde chegou para estudar energias alternativas, a vila pára para o ver jogar. E há muitos corações divididos.
Açores, futebol, Pauleta. A associação é quase imediata. Mas na pequena vila de Velas (São Jorge), de pouco mais de mil habitantes, há quem queira construir um novo paradigma. Não se trata de um açoriano de gema mas a população sente-o como tal. Conheça um pouco da vida de uma das revelações da Liga, numa viagem guiada pelo Maisfutebol.
Djaniny Semedo chegou aos Açores há pouco mais de dois anos. Descoberto pelo então presidente da Câmara local, num torneio em Cabo Verde, o imponente, mas tímido, avançado veio para fazer um curso técnico-profissional, em energias renováveis. O futebol preenchia-lhe, todavia, a mente. O Velense tornou-se literalmente a sua nova casa.
Meia hora de encantar para o autarca «olheiro»
«Comia na escola e dormia num quartito, na sede do clube. Demos-lhes a possibilidade de ir para uma pensão, mas ele preferia poupar para mandar à família. É um rapaz muito humildade e continua assim apesar do salto para a Liga», conta Luís Gambão, conhecido por Dominique, que é vice-presidente do emblema açoriano e também o treinou, enquanto adjunto.
Cedo mostrou qualidades. «Deu para ver logo no primeiro treino. Para a nossa realidade, era um fora de série. Nunca tinha visto nada sequer parecido na Série Açores. Boça para a frente e ele resolvia», lembra Ricardo Silveira, filho do autarca que o descobriu e ex-colega de equipa e de curso, no qual «cumpria» como aluno, porque a bola era tudo para ele.
Tirsense, Santa Clara e Leiria
Nunca, na história do Velense, modesta agremiação do distrital de São Jorge, um atleta chegou tão alto. «Estamos a falar do Djaniny que marcou agora ao Sporting, mas que há quatro meses corria a ilha para cima e para baixo de bicicleta», lembra Ricardo Gonçalves, outro dirigente do Velense e dinamizador do blog do clube. O meio de transporte foi oferta de um adepto, a planura e as distâncias curtas ajudavam.
A primeira época causou o maior impacto. Encheu a ilha de golos (35), a equipa foi campeã e disputou o apuramento para a Série Açores, mas morreu na praia. A fama espalhou-se e o assédio começou. Sempre no interregno do ano lectivo pela Páscoa, treina-se primeiro no Tirsense (II Divisão) e, no ano seguinte, pela primeira vez no Santa Clara.
Alimentado com bifes e assistências do capitão
No norte conhece Pedro Cordeiro, da Team of Future, que viria a tornar-se no seu empresário e um dos responsáveis pela vinda para o continente. «Foi-me recomendado por um amigo. Mandei-o vir e, em 20 minutos, fiquei maravilhado. Acharam [no Tirsense] que tinha qualidade, mas queriam alguém mais experiente.» Seguiram-se os testes em Ponta Delgada e depois na pré-época dos micaelenses.
A hesitação do Santa Clara foi fatal. «A U. Leiria viu-o frente ao Tourizense e quis avançar logo no final. Vieram depois de propósito ao Porto para fechar a contratação. Ao segundo treino, o Pedro Caixinha mandou-me um sms a dizer que ele era top. O que mais me impressiona nele? A vontade de aprender», reforça o agente.
Aos domingos, em frente à televisão
Os domingos em Velas passaram a ter um novo ritual para os ex-colegas de Djaniny, quando a União passa na televisão. «Ele continua a fazer parte da família. Vamos para a sede, vê-lo jogar. Com o Sporting, estava muita gente dividida. Festejaram o golo dele mas depois foi vê-los de mãos na cabeça quando quase marcou o segundo!», ri-se André Rodrigues, capitão do Velense.
«Qualquer dia, acontece como o Pauleta. Quando os nossos grandes o quiserem, já será tarde», vaticina Dominique. Não deve andar longe da realidade. Por ora, Djaniny começa a ser notícia em Espanha e França. Consta que o Milan também o segue.
Meia hora de encantar para o autarca «olheiro»
«Comia na escola e dormia num quartito, na sede do clube. Demos-lhes a possibilidade de ir para uma pensão, mas ele preferia poupar para mandar à família. É um rapaz muito humildade e continua assim apesar do salto para a Liga», conta Luís Gambão, conhecido por Dominique, que é vice-presidente do emblema açoriano e também o treinou, enquanto adjunto.
Cedo mostrou qualidades. «Deu para ver logo no primeiro treino. Para a nossa realidade, era um fora de série. Nunca tinha visto nada sequer parecido na Série Açores. Boça para a frente e ele resolvia», lembra Ricardo Silveira, filho do autarca que o descobriu e ex-colega de equipa e de curso, no qual «cumpria» como aluno, porque a bola era tudo para ele.
Tirsense, Santa Clara e Leiria
Nunca, na história do Velense, modesta agremiação do distrital de São Jorge, um atleta chegou tão alto. «Estamos a falar do Djaniny que marcou agora ao Sporting, mas que há quatro meses corria a ilha para cima e para baixo de bicicleta», lembra Ricardo Gonçalves, outro dirigente do Velense e dinamizador do blog do clube. O meio de transporte foi oferta de um adepto, a planura e as distâncias curtas ajudavam.
A primeira época causou o maior impacto. Encheu a ilha de golos (35), a equipa foi campeã e disputou o apuramento para a Série Açores, mas morreu na praia. A fama espalhou-se e o assédio começou. Sempre no interregno do ano lectivo pela Páscoa, treina-se primeiro no Tirsense (II Divisão) e, no ano seguinte, pela primeira vez no Santa Clara.
Alimentado com bifes e assistências do capitão
No norte conhece Pedro Cordeiro, da Team of Future, que viria a tornar-se no seu empresário e um dos responsáveis pela vinda para o continente. «Foi-me recomendado por um amigo. Mandei-o vir e, em 20 minutos, fiquei maravilhado. Acharam [no Tirsense] que tinha qualidade, mas queriam alguém mais experiente.» Seguiram-se os testes em Ponta Delgada e depois na pré-época dos micaelenses.
A hesitação do Santa Clara foi fatal. «A U. Leiria viu-o frente ao Tourizense e quis avançar logo no final. Vieram depois de propósito ao Porto para fechar a contratação. Ao segundo treino, o Pedro Caixinha mandou-me um sms a dizer que ele era top. O que mais me impressiona nele? A vontade de aprender», reforça o agente.
Aos domingos, em frente à televisão
Os domingos em Velas passaram a ter um novo ritual para os ex-colegas de Djaniny, quando a União passa na televisão. «Ele continua a fazer parte da família. Vamos para a sede, vê-lo jogar. Com o Sporting, estava muita gente dividida. Festejaram o golo dele mas depois foi vê-los de mãos na cabeça quando quase marcou o segundo!», ri-se André Rodrigues, capitão do Velense.
«Qualquer dia, acontece como o Pauleta. Quando os nossos grandes o quiserem, já será tarde», vaticina Dominique. Não deve andar longe da realidade. Por ora, Djaniny começa a ser notícia em Espanha e França. Consta que o Milan também o segue.
2011-11-14
http://www.maisfutebol.iol.pt/u-leiria/djaniny-u-leiria-bicicleta-acores-pauleta-maisfutebol/1298538-1459.html
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