terça-feira, 17 de agosto de 2010

CV:MpD critica investimentos nas energias renováveis em Cabo Verde

PRAIA-O Movimento para a Democracia (MpD), maior partido da oposição em Cabo Verde, criticou ontem as opções do Governo no sector das energias renováveis, que considera terem sido implementadas "sem transparência".
José Luís Livramento, membro da comissão política nacional do MpD, referia-se aos projectos de construção de quatro parques eólicos já anunciados pelo Governo cabo-verdiano e cuja construção deverá ter inicio este mês.
Orçados em 70 milhões de euros, os parques eólicos serão instalados nas ilhas de Santiago, São Vicente, Boavista e Sal.
Em curso estão também outros projectos ligados à construção de dois parques fotovoltaicos, através da empresa portuguesa Martifer, que pretende instalá-los em Santiago (cinco megawatts) e no Sal (2,5).
O dirigente do MpD classificou estes projectos do Governo na área das energias renováveis de "atabalhoados e sem transparência".
"Em tempos de pré-campanha e após dez anos de sonolência, o Governo resolveu mostrar obras e "atabalhoadamente, sem transparência, sem uma visão global para as soluções, anuncia o início de dois projectos a nível de energia eólica e solar", declarou o responsável.
José Luís Livramento levantou ainda dúvidas técnicas e económicas sobre os projectos de energias renováveis em curso e que, na sua opinião, só confirmam a lógica de "má qualidade" dos investimentos na era do PAICV (partido que sustenta o Governo).
"Em final de mandato vem o PAICV correr atrás das energias renováveis, dar por contrato boca a boca a uma empresa, num concurso sem transparência e pondo em causa o próprio contrato de crédito assinado com o governo português e a nível técnico com grandes interrogações", reforçou.
José Luís Livramento afirma ainda que o Governo falhou na prioridade dada ao abastecimento de energia eléctrica e que a "situação caótica" por que passa o país em matéria energética tem a ver com os investimentos falhados, que não permitiram o melhoramento da rede de transporte e distribuição.
"Basta atentar na penúria de energia e água que se vive em vários pontos do país. A qualidade dos serviços piorou, com a frequência e a duração dos cortes de energia a aumentarem, chegando os apagões, em 2009, a 120 horas por mês. Isto é, Cabo Verde esteve na escuridão o equivalente a um dia em cada semana", avançou.
De acordo com o MpD, o ritmo dos investimentos no sector baixou, passando de uma média de 2,3 milhões de contos, no período de 2000 a 2002, para 596 mil contos após a nacionalização da Electra.
Os cortes de energia eléctrica na capital cabo-verdiana e em alguns municípios do interior da ilha de Santiago têm sido frequentes nos últimos dias. A Electra, empresa de produção e distribuição de energia, explicou os apagões com as avarias registadas nos equipamentos.
http://oje.sapo.cv/noticias/nacional/mpd-critica-investimentos-nas-energias-renovaveis-em-cabo-verde

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