Questionado ontem (07) pelos jornalistas, Neves admitiu este cenário explicando que as linhas de crédito poderão continuar a funcionar -- já que os montantes são empréstimos de bancos portugueses --, desde que o Tesouro daquele país continue a assegurar a bonificação dos juros.
PRAIA-O primeiro-ministro José Maria Neves reconheceu que a crise que afeta Portugal, e que já levou o país a pedir ajuda internacional, vai condicionar os projetos no arquipélago, que dependem de linhas de crédito portugueses.
Questionado ontem (07) pelos jornalistas, Neves admitiu este cenário explicando que as linhas de crédito poderão continuar a funcionar -- já que os montantes são empréstimos de bancos portugueses --, desde que o Tesouro daquele país continue a assegurar a bonificação dos juros.
“Temos linhas de crédito com Portugal, mas que são negociadas com o Governo e com os bancos. O Governo português bonifica os juros e permite que Cabo Verde tenha acesso a empréstimos nas instituições portuguesas a juros concecionais”, lembrou o chefe do Executivo cabo-verdiano.
“Esperamos que, apesar da situação difícil o Tesouro português continue a garantir a bonificação dos juros, para que possamos continuar a beneficiar das linhas de crédito junto dos bancos portugueses”, disse.
Em relação à linha de crédito para a construção das barragens, o Chefe do Executivo assegurou que os desembolsos já foram feitos quase na totalidade.
Já o programa de habitação a custo controlado, o “Casa Para Todos”, que beneficia de uma linha de crédito no valor de 200 milhões de euros, o chefe do Governo afirmou que pode haver redução do montante.
“O «Casa para Todos» é um projeto de cinco anos. Neste momento, temos cerca de 200 milhões a serem desembolsados em cinco anos e teremos de analisar as consequências, designadamente a possibilidade de se reduzir ou não essa linha de crédito. Espero que não venha a afetar a execução a global deste programa”, referiu.
José Maria Neves disse ainda que a crise internacional, aliada aos desastres naturais, podem condicionar também outros projetos, nomeadamente os investimentos financiados pelo Japão.
“É claro que há a situação de crise internacional. Mas há outros desastres naturais que têm condicionado o desenvolvimento de alguns projetos. Temos inclusive de adiar a implementação de alguns deles que, por exemplo, estão dependentes de desembolsos do Japão que não vamos ter nos próximos meses. Mas todos os projetos no domínio da infra-estruturas vão ser continuados”, garantiu.
Governo assume que falhou nas previsões de crescimento económico e de redução do desemprego
PRAIA-A assumpção dos “falhanços” está contida na Análise dos Constrangimentos integrada no “draft” do Programa de Governo que está em consulta pública no endereço www.governo.cv.
O Governo assumiu ter falhado nas previsões de crescimento económico e de redução do desemprego e afirmou que o arquipélago está cada vez mais “vulnerável” aos desenvolvimentos externos.
A assumpção dos “falhanços” está contida na Análise dos Constrangimentos integrada no “draft” do Programa de Governo que está em consulta pública no endereço www.governo.cv.
Em 2006, o executivo liderado por José Maria Neves, prometeu um crescimento económico de dois dígitos, promessa que acabou por não ser cumprida e cujos números oficiais apontam para 4 por cento em 2009 e 5 por cento em 2010.
Na mesma ocasião, o executivo prometeu baixar o desemprego para um dígito até ao final da legislatura que terminou a 21 de março, mas os mais recentes dados indicam que a taxa situou-se em torno dos 13 por cento.
“Cabo Verde é cada vez mais vulnerável aos desenvolvimentos externos devido à crescente quota do turismo na economia, ao elevado nível de abertura, à dependência das remessas e à paridade fixa do escudo ao euro.
O facto é que o ciclo de crescimento de Cabo Verde está a sincronizar-se cada vez mais com o da Europa”, que atravessa atualmente uma recessão, refere-se na Análise dos Constrangimentos.
Juntas, as remessas e as ajudas ao desenvolvimento -- esta última vai acabar em 2013, altura em que Cabo Verde vai ver terminado o período de transição de País Menos Avançado para País de Rendimento Médio --, representam um terço do PIB.
A este cenário junta-se o fato do País ter de importar a maioria das suas necessidades básicas, desconhecendo-se ainda qual será o impacto do aumento dos preços dos alimentos e dos combustíveis.
No documento, o Governo considera que “não haverá” grandes mudanças positivas no curto prazo, devido sobretudo à onda de descontentamento e revolta no Mundo Árabe e no norte de África, “que têm o potencial de aumentar os custos da energia”.
Nesse sentido, é equacionada a possibilidade dos preços dos combustíveis poderem atingir os níveis recorde registados em 2008, quando o barril de petróleo atingiu os 150 dólares.
http://www.rtc.cv/index.php?paginas=21&id_cod=2356
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