quarta-feira, 13 de abril de 2011

CV:Oásis Atlântico aposta em África por falta de condições em Portugal

PRAIA-grupo português de turismo Oásis Atlântico, criado há 12 anos, tem canalizado todos os investimentos para fora do país, em mercados como Cabo Verde e Brasil, e pretende agora investir em África por falta de condições em Portugal.
"Já há algum tempo que manifestamos abertura para começar a estudar um investimento em Portugal, mas aqui são necessárias quantias muito avultadas e com um retorno a muito longo prazo", explicou à Lusa o administrador executivo do grupo, Alexandre Abade.
O primeiro investimento foi realizado no início da década de 90, com a aquisição de uma empresa sedeada na ilha do Sal, em Cabo Verde, alargando o grupo a sua presença naquele país nos anos seguintes com a aquisição de outras unidades e constituindo a empresa Oásis Atlântico Hotelaria e Turismo.
No final da década, com a entrada de um fundo de capital de risco, reorganizaram os investimentos do grupo e criaram uma sociedade gestora das participações sociais, a Oásis Atlântico Portugal SGPS.
"Somos um grupo atípico, que nos internacionalizámos ao contrário, primeiro lá fora e depois cá dentro", contou aquele responsável, explicando que a razão tem "apenas" a ver com a rentabilidade do investimento, que em mercados como o de Cabo Verde, e mais tarde o do Brasil, tem um prazo de recuperação mais rápido.
"Na altura foi a nossa opção, pois não tínhamos muito capital disponível e no Brasil e Cabo Verde era mais fácil investir. Hoje já ponderamos investir em Portugal, mas não o fizemos até agora pelas mesmas razões", adiantou Alexandre Abade.
No Brasil, o grupo começou a investir em 2000, ampliando um hotel em Belo Horizonte, e adquirindo mais tarde outras unidades hoteleiras, mas neste momento admite que este mercado se tornou menos atractivo: "É muito mais caro hoje em dia investir no Brasil do que antes, por isso temo-nos concentrado mais em Cabo Verde", disse.
O grupo investe sempre em países de língua portuguesa, pois considera a língua uma mais-valia sobre outros concorrentes, e por isso admite que África é uma possibilidade futura.
Neste momento o grupo está a construir uma unidade nova de raiz na ilha do Sal e outra na cidade da Praia, em Cabo Verde, e tem alguns projectos que pretende arrancar no Brasil, no Seará.
Agostinho Abade é o maior accionista do grupo, com 32,2%, e os restantes accionistas são todos privados e portugueses.
Até hoje o grupo já investiu 35 milhões de euros, dos quais 20 milhões em Cabo Verde, e tem 25 milhões de investimento em curso para completar na ilha do Sal um hotel de cinco estrelas e mais 12 milhões de investimento noutra unidade na Cidade da Praia.
O volume de vendas ascendeu no ano passado a 16 milhões de euros, um ano que Alexandre Abade classifica de retracção, mas para este ano espera que as vendas fiquem perto dos 20 milhões de euros.
http://oje.sapo.cv/noticias/negocios/oasis-atlantico-aposta-em-africa-por-falta-de-condicoes-em-portugal

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