sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

CV(Expresso):Estudo recomenda que não haja mais aeroportos no país

PRAIA-Um estudo sobre transportes inter-ilhas em Cabo Verde recomendou que não haja mais aeroportos no país, uma vez que essa infra-estrutura "não é vital" nas ilhas de Santo Antão e Brava, actualmente sem ligações aéreas.
Apresentado esta quinta-feira na Cidade da Praia, o estudo, encomendado pelo Governo e realizado pela Fisher & Associates com participação do Banco Mundial, deixa orientações sobre o papel do Estado e do privado para a melhoria das prestações ao nível dos transportes inter-ilhas e as acções imediatas que devem ser tomadas.
O ministro das Infra-estruturas e Economia Marítima, José Maria Veiga, considera que se está perante o estudo mais aprofundado apresentado até agora.
No entanto, apesar da recomendação a nível do sector aeroportuário, José Maria Veiga garantiu que Brava e Santo Antão vão ter os seus aeroportos, justificando a posição, por um lado com a suposta dinâmica que essas ilhas poderão ganhar no futuro e, por outro lado, com "questões políticas".
"Há investimentos que são projectados numa primeira fase para dar respostas políticas aos anseios e às aspirações legítimas do habitantes das diferentes ilhas, mas sobretudo, fazer com que todos tenham essa oportunidade", disse o ministro, defendendo que é necessário trabalhar para que todas as ilhas tenham portos e aeroportos.
"O estudo aponta simplesmente que os aeroportos nessas ilhas não são vitais, mas não diz que não devem ser construídos aeródromos.
O Governo está a fazer investimentos fortíssimos nesta matéria. Tanto Brava como Santo Antão são ilhas que fazem parte de Cabo Verde e vão ter os seus aeroportos independentemente do estudo", disse sem precisar para quando a construção das infra-estruturas.
Ainda no sector dos transportes aéreos, a TACV aparece como "elemento chave" que merece uma "atenção particular" do Governo e, neste sentido, o ministro que tutela o sector adiantou que o executivo já está a trabalhar para que dentro de pouco tempo a TACV seja transformada numa companhia competitiva na sub-região.
"Há a questão da privatização da TACV, da procura de parceiros, de forma a tornar a TACV numa companhia competitiva nessa nossa região, mas ao mesmo tempo dar resposta, fazer com que a TACV possa dar uma contribuição muito forte nessa visão do governo de Cabo Verde que é transformar as nossas ilhas num centro internacional de prestação de serviço", sublinhou.
No sector marítimo, o estudo mostrou que o sector continuará pelos menos até 2025 a ter dificuldades em ser rentável e aponta como solução para a melhoria do serviço a estratégia da subsidiação ao sector privado, e recomendou que o próprio Estado compre navios para garantir melhores ligações inter-ilhas, sobretudo nas linhas que não são rentáveis.
Uma recomendação que tão cedo não vai ser implementada, já que, segundo salientou José Maria Veiga, em contexto de crise mundial tornaria impossível viabilizar essa alternativa.
Por outro lado afirmou que Cabo Verde já passou do momento em que o Estado esteve numa situação de gestor de empresa, pelo que defendeu a busca de parceria entre os sectores públicos e privados como meio para tornar o sector mais rentável.
"A aposta do Estado é criar as condições para que os privados tenham acesso à linha de crédito para poderem renovar e modernizar a frota porque somos ilhas e faz todo sentido que tenhamos uma frota marítima à altura das ambições de Cabo Verde, e garantir com segurança o papel de Cabo Verde nessa nossa região, mas também nesse quadro global", explicou.
De uma forma geral, o estudo que deve ser socializado na próxima semana no Conselho de Ministros, indicou a necessidade de uma forte integração a todos os níveis de forma a dar uma resposta que vá de encontro às aspirações dos residentes do arquipélago.
Fonte: Inforpress/ExpressodasIlhas
http://www.expressodasilhas.sapo.cv/pt/noticias/go/transportes--estudo-recomenda-que-nao-haja-mais-aeroportos-no-pais

Sem comentários:

Enviar um comentário

Comentar com elegância e com respeito para o próximo.