CV(Liberal):VERÍSSIMO PINTO DORME NA PJ E REGRESSA HOJE AO TRIBUNAL

Teia policial parece apertar-se 
Medidas de coacção só hoje serão conhecidas, mas todos os sete arguidos passam a noite nos calabouços. E especula-se bem provável que os próximos dias levem às malhas da Justiça mais suspeitos de “colarinho branco”…

Suspeitas de alegada "lavagem de dinheiro" levaram presidente da Bolsa aos calabouços

PRAIA - Os sete indivíduos, entre os quais o presidente da Bolsa de Valores, Veríssimo Pinto, devem regressar hoje ao Tribunal da Praia, depois de serem ouvidos ontem durante mais de seis horas, na capital do país.
Depois de horas de espera de um veredicto do juiz, os detidos foram reconduzidos às instalações da PJ, na Achada Grande, já passavam das 23 horas desta quarta-feira.
Conforme conseguimos apurar, foram ouvidos os depoimentos de Ivone e Nichinha - mãe e irmã de Paulo Pereira, o alegado cabecilha do grupo em Cabo Verde e com ramificações internacionais, preso da Cadeia de S. Martinho desde Outubro, envolvido no caso Operação “Lancha Voadora” -, Veríssimo Pinto e Djoy Gonçalves. Entre os outros três suspeitos estão dois empreiteiros e um mestre de pesca - cujas identidades continuam sem ser divulgadas, tanto pela PJ, como pelo tribunal, se calhar para alimentar mais especulações da imprensa… – e que devem ser ouvidos nesta quinta-feira.
À porta do Tribunal, muito se especulava sobre esta rede internacional de tráfico de droga, esperando-se que haja detenções de mais suspeitos de “colarinho branco”, alegadamente envolvidos – o que poderá acontecer nos próximos dias.
Em causa, poderá estar não só a venda de terrenos públicos – e a forma como estes foram pagos -, como a compra de acções de algumas empresas na Bolsa de Valores de Cabo Verde, operações alegadamente enquadradas como sendo lavagem de dinheiro da droga, envolvendo, neste caso, Veríssimo Pinto.
São especulações que, a confirmar-se, constituirão o primeiro grande escândalo financeiro no nosso país, tendo em conta as empresas que nos últimos tempos realizaram operações de venda de acções na Bolsa cabo-verdiana.
Hoje, quinta-feira, serão conhecidas as medidas de coacção a serem aplicadas aos sete arguidos.
Recorde-se que a operação "Lancha Voadora" tornou-se pública a 8 de Outubro, quando a PJ fez a maior apreensão de droga de sempre no arquipélago: 1,5 toneladas de cocaína em elevado estado de pureza, deteve três indivíduos – que se encontram em prisão preventiva -, apreendeu milhares de euros milhões de escudos cabo-verdianos em notas, bem como outras moedas. A Polícia Judiciária confiscou, ainda, cinco viaturas topo de gama, três jipes, duas “pick-up”, uma moto aquática e uma “moto-quatro”, além de algumas armas de guerra.
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