O Movimento para a Democracia renovou o apoio a Carlos Veiga como presidente do partido, cargo que o líder tinha colocado à disposição depois da derrota nas legislativas de Fevereiro.
O anúncio da recondução de Carlos Veiga foi feito em conferência de imprensa, pelo presidente da mesa da Direcção Nacional do MpD, Rui Figueiredo Soares.
"Apreciando a responsabilidade do presidente do partido pelos resultados eleitorais, como lhe foi solicitado por este, a Direcção Nacional deliberou, por voto secreto praticamente unânime (um único voto em branco), exprimir a sua total confiança no Presidente do MpD, para continuar na liderança, até ao termo do mandato para que foi eleito".
Na reunião, que começou sábado e terminou já na madrugada de domingo, o MpD justificou a derrota nas legislativas com factores internos e externos. Estes últimos, segundo Figueiredo Soares, ficaram a dever-se aos "fortes indícios de manipulação" do sistema de recenseamento eleitoral, à "permissão cúmplice generalizada de um ambiente de pressão agressiva sobre os votantes", à "compra massiva e generalizada de votos" e à "fraqueza institucional" da Administração Eleitoral.
Figueiredo Soares disse ainda que o envolvimento do MpD nas eleições foi "manifestamente insuficiente e ineficaz" na promoção e fiscalização do processo de recenseamento eleitoral e que o partido cometeu "falhas graves no controlo das mesas de voto" por causa de uma "enorme debilidade e ineficácia do aparelho partidário".
Por estas razões, o presidente da Mesa da Direcção Nacional, disse que o partido tem agora de partir para uma "imediata e profunda" reorganização e reorientação das estruturas partidárias a todos os níveis e a sua abertura e ligação à sociedade.
Figueiredo Soares garantiu ainda que o MpD vai assumir o seu papel de "oposição forte e responsável, recolocar a luta pela democracia no centro da sua atenção e actuação em todas as esferas e a dar um combate sem tréguas aos referidos factores eleitorais externos, por todas as vias legais e institucionais estabelecidas e por outras legítimas e adequadas em democracia".
A Direcção Nacional considerou também como desafio de curto prazo a participação, "para ganhar", nas próximas eleições autárquicas de 2012, confirmando assim orientações adoptadas pela Comissão Política Nacional no sentido de o Partido iniciar imediatamente a sua preparação.
Sobre as eleições presidenciais, Figueiredo Soares, confirmando que uma eventual candidatura de Carlos Veiga "nunca esteve em cima da mesa", limitou-se a indicar o "apoio político" do MpD a Jorge Carlos Fonseca, através de uma "maioria clara" dos conselheiros.
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Foto:Mpd Holanda
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